segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Centro de Arte Popular – Cemig revela talentos espalhados pelo Vale do Jequitinhonha



Espaço com entrada gratuita exibe obras de 

arte que expressam as mais variadas

manifestações culturais do povo mineiro

pelas mãos de artistas regionais

imagem de destaque
Mestres do saber retratam as tradições de Minas Gerais em exposições no CAP
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Obras que se inspiram no pitoresco do cotidiano sem nunca perder a aura artística, 
com forte influência do regionalismo de Minas Gerais, têm espaço especialmente 
elaborado no Centro de Arte Popular – Cemig, localizado no coração de Belo Horizonte.

Costa e o São Francisco de 1,92m - Divulgação/CAP





































Com cinco anos de funcionamento, o museu, vinculado à Secretaria de 
Estado de Cultura e integrante do Circuito Liberdade, já se consagrou
 como lugar de apreciar a cultura de toda gente do estado, sempre com 
programação diversa e gratuita.
Virgínio Rios é um artista que na adversidade descobriu seu talento 
e encontrou o incentivo do CAP. 
Há 40 anos, o ex-funcionário público de Cataguases, Território da Mata, 
foi diagnosticado com uma patologia rara que provoca distrofia muscular. 
Suas pernas foram gradativamente afetadas, mas foram as mãos que 
desvelaram sua mais nova aptidão: a escultura em madeira de raiz.
Rios usa o formato dos troncos para talhar uma figura ou objeto de forma 
bem rústica. Além de peças para adorno, faz coisas utilitárias como móveis. 
“Estou muito satisfeito e gratificado por poder expor obras que fiz ao longo 
de tantos anos em um lugar destinado justamente para esse tipo de trabalho 
do povo de Minas”, conta o artesão de 78 anos.
A mostra de Virgínio Rios, que ocupa até 10 de março a sala de exposição 
temporária do CAP, tem curadoria de Pedro Marcos.
Também já esteve à disposição dos visitantes a exposição “O Toque Mágico”, 
de Ricardo Costa, 
natural de Dores do Indaiá, Território Oeste, que trouxe ao CAP 22 esculturas, 
feitas em madeira, pedra-sabão e cascalho, de pequeno, médio e grande porte.
As obras transitam entre temas religiosos, por meio da representação de madonas, 
cristos  e profetas, ou refletem sobre o mundo animal, usando a inventividade 
do artista. 
Na ocasião, Costa doou uma imagem de São Francisco de 1 metro e 92 centímetros, 
esculpido em madeira, que agora faz parte do acervo vitalício do espaço.
O diretor do CAP, Tadeu Bandeira, esclarece como se dá o processo que oportuniza
 as exposições: “Curadores especializados em arte popular são convidados a 
apresentarem propostas, que são analisadas pela diretoria do CAP, de modo a 
constarem posteriormente em projeto elaborado e enviado para a Lei Federal 
de Incentivo à Cultura (Rouanet)”.

"Um espaço cultural que pretende reunir e divulgar as diversas manifestações 
dos artistas que se inspiram nas tradições de nossa terra. Num estado de dimensões 
territoriais tão amplas, as expressões artísticas acompanham essa abrangência 
espacial. São muitas, de diversas naturezas, e feitas por todo tipo de gente da gente. 
Procuramos catalogar esses mestres do saber popular para dar-lhes o reconhecimento, 
difundindo suas obras para todos os cidadãos".
Tadeu Bandeira, diretor do Centro de Arte Popular


A arte popular das Minas e das Gerais
Francisco van der Poel é holandês, mas foi no Brasil, e pincipalmente em Minas Gerais, 
onde escolheu morar, que aguçou a curiosidade que as terras tupiniquins lhe despertavam.
Conhecido popularmente como Frei Chico, o pesquisador fala com propriedade do assunto. 
“A arte popular mineira é uma interpretação representativa da vida cotidiana e social dos
marginalizados. É uma forma de mostrar a dignidade de um povo que sofreu, mas que se
 expressa através de trabalhos imbricados em suas raízes. Soa como um grito de resistência”, 
afirma o estudioso dessa manifestação artística.
Frei Chico dedicou anos de sua vida percorrendo rincões brasileiros, principalmente em 
Minas Gerais, para escrever artigos com o tema. Dessa experiência ele pinça particularmente 
uma: “O Vale do Jequitinhonha é banhado pelo Rio São Francisco, que abriga o povo ribeirinho, 
ali está um universo que fala, como percebido por meio das bonecas tão características da região, 
das cantigas, das comidas típicas, dos contos; as paisagens inspiram a produção artística 
em diversas linguagens”, diz.
Serviço/Centro de Arte Popular - Cemig
Horário de Funcionamento: Terças, quartas e sextas-feiras, das 10h às 19h; quintas-feiras, 
das 12h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 19h.
Mais informações: (31) 3222 3231
Acesso gratuito

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