sexta-feira, 21 de março de 2014

MINAS DESCUMPRE METAS DE REDUÇÃO DE VIOLÊNCIA EM TODAS AS REGIÕES



Meta para redução de crimes é descumprida em todo o Estado




















Minas Gerais tirou nota zero no cumprimento das metas de redução de crimes violentos, segundo o relatório Indicadores do Acordo de Resultados de 2013, elaborado pelo Centro Integrado de Informação de Defesa Social (Cinds) da Polícia Militar (PM). Todas as 18 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) do Estado tiveram aumento nesse tipo de ocorrência e nenhuma delas conseguiu baixar o índice ao nível estipulado pelos órgãos de defesa social. Com isso, Minas fechou 2013 com uma taxa de 430,01 crimes violentos por 100 mil habitantes, sendo que o número não deveria ter passado de 336,60.

Nas cidades - "Estamos reféns da indústria do crime. O assalto virou rotina", afirmou o auditor Antonio Fernando de Lima, 72, que teve o carro roubado no último dia 10.03 na porta de casa, no bairro Serrano, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Na capital, que corresponde à 1ª Risp, a taxa almejada era de 995,53 crimes violentos por 100 mil habitantes, porém, em 2013 foram 1.234,31 registros. O resultado também rendeu nota zero para a cidade, o que se repetiu em pelo menos 12 das 18 regiões integradas do Estado.

Mortes - Os homicídios tiveram aumento em 11 das 18 Risps e, com isso, a meta de redução da taxa de assassinatos também não foi alcançada na mesma proporção.

'Combate foge às forças da PM'

A Polícia Militar informou que o aumento dos crimes violentos é motivado por fatores sociais, culturais e econômicos, que muitas vezes extrapolam as forças policiais. "A redução do homicídio e do estupro, por exemplo, carece de consciência e de um comportamento mais civilizado e humanizado das pessoas", afirmou o chefe de comunicação da corporação, tenente-coronel Alberto Luiz Alves.

Já o roubo, maioria dos crimes violentos, tem aumentado por conta da ação da polícia no combate ao tráfico de drogas e à entrada de armas de fogo no Estado, por meio da ação Divisas Seguras. "Quando nós combatemos ou enfrentamos a apreensão de armas e drogas, pode haver migração de pessoas para o crime contra o patrimônio", afirmou o militar.

Alves admite, no entanto, que a sensação de impunidade faz com que muitas pessoas prefiram roubar a trabalhar. "Elas decidem adquirir um patrimônio mesmo sem ter condições de adquiri-lo", concluiu.

Saiba mais

Meta - A meta estabelecida no Indicadores do Acordo de Resultados foi pactuada entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e os órgãos de segurança, como polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.

Parâmetro - Segundo a Polícia Militar, as metas são definidas anualmente, sempre buscando a redução e tendo como parâmetro os dados de anos anteriores.

Prêmios - Para incentivar o combate às metas, são dados prêmios de produtividade.

Indignação. Antonio Fernando reclama da impunidade: "Estamos reféns da indústria do crime"

FONTE: O TEMPO

Nenhum comentário:

Postar um comentário