sábado, 29 de março de 2014

INCRA elabora laudo técnico sobre Quilombo do Baú, em Araçuaí.

380 famílias fazem parte da comunidade quilombola.

Laudo antropológico é uma das etapas para a regularização fundiária (Foto: Ascom/Incra)





















Uma equipe de antropólogas do Instituto Nacional de Colonização e reforma Agrária (Incra) está em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, para elaborar um laudo antropológico da comunidade quilombola Baú.

Antes, a coleta de informações e a elaboração do documento eram feitas por universidades e empresas. Mas, atualmente, após a realização de concurso público, o Incra passa a ter seis antropólogas na regional de Minas Gerais. As especialistas estão reunidas com membros da comunidade para dar continuidade ao processo de regularização fundiária.

"O laudo antropológico é uma das peças que compõe o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID). Somam-se a ele o levantamento fundiário; a planta e memorial descritivo; o cadastramento das famílias; o levantamento de sobreposição de áreas; e o parecer conclusivo", afirma o Incra. O órgão não divulgou o prazo final para a conclusão das atividades.

O representante dos quilombolas, Antônio das Neves, diz que 380 famílias fazem parte da comunidade. Segundo ele, nem todas estão na área ocupada, por medo de represálias. "É o sonho das nossas vidas ter o direito de permanecer nas terras, que são nossas por direito. Esperamos por isso há muito tempo. Já fomos inclusive ameaçados por isso", destaca.

De acordo com Antônio das Neves, 48 alqueires da fazenda Santana são ocupados. Ele explica que o território foi dividido por vários herdeiros, após o falecimento do patriarca. "Queremos mostrar para o Incra a nossa história de sofrimento. Queremos deixar claro que as nossas famílias precisam das terras para a sobrevivência."

Comunidade do Baú tem 380 famílias, afirma, Antônio das Neves (Foto: Ascom/Incra)

O representante quilombola fala ainda que a propriedade não estava sendo explorada, e que após a ocupação já é possível encontrar lavouras de feijão, abóbora, quiabo, melancia, além de hortas. Em 2013 o proprietário da área ocupada entrou com um processo de reintegração de posse.

"Utilizamos a terra para a nossa sobrevivência, mas temos medo, já que muitas vezes nos ameaçaram de passar com o trator em cima das nossas lavouras."

O que diz o proprietário
O advogado Ivan Brandão, que representa Bruno Gaspar Murta, proprietário da área ocupada, informou ao G1 que o seu cliente tem a intenção de negociar e sempre esteve aberto ao diálogo.

Brandão ressaltou também que nenhum tipo de ameaça ou agressão foi feito por parte de Bruno Murta.  

Fonte: Incra-MG

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