Norte de Minas fica sem três prefeitos em uma semana
Instabilidade atinge São João do Paraíso, Guaraciama e Olhos D’Água; afastamentos ocorrem a 6 meses das eleições
GIRLENO ALENCAR/ARQUIVO HOJE EM DIA
José Agostinho Chaves foi preso em Olhos D'Água suspeito de participar de fraude com prefeito
MONTES CLAROS - Denúncias de apropriação indébita de bens, desvios de recursos e contratações irregulares de servidores fizeram com que três cidades do Norte de Minas perdessem seus prefeitos na última semana. Os afastamentos ocorrem a cerca de seis meses das próximas eleições municipais. As vítimas mais recentes da instabilidade política que atinge as cidades foram os moradores de São João do Paraíso. No final da noite de quinta-feira, o prefeito Manoel Andrade Capuchinho (PSDB) foi afastado do cargo pela Câmara, por 90 dias, acusado de apropriação indébita.
Capuchinho foi cassado pela segunda vez, sob a alegação de apropriação indébita dos recursos do INSS. No último dia 22 de outubro, os mesmos vereadores tinham cassado o prefeito, mas o desembargador José Altivo Brandão Teixeira, da 2ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu liminar e ele reassumiu o cargo em novembro. O vice-prefeito José Aparecido Souza, que tinha ficado no cargo um mês no ano passado, foi empossado novamente. Ele é candidato a prefeito em outubro com o apoio de Capuchinho.
O presidente da Câmara, Francisco José da Rocha (PR), alega que durante todo ano de 2011 Capuchinho repassou apenas dois meses dos recursos do INSS. Com isso, o FPM foi bloqueado e os salários dos servidores atrasados, além do repasse à Câmara. O prefeito afirma que o bloqueio do FPM ocorreu por causa do ex-prefeito José de Souza Nelsi. Segundo ele, seu afastamento é uma perseguição política. Ele vai recorrer da decisão.
Além de Capuchinho, na segunda-feira, foi a vez do prefeito Antônio Dias Neto (PSDB), de Olhos D'Água. A Policia Federal fez a prisão de seis pessoas, entre elas o vice-prefeito, Jefferson Maurício Coelho de Moura, a secretária da Fazenda, Geiziane Aparecida Dias, filha do prefeito, e seu esposo, o servidor Carlos José Dias, o contador Henri Leonardo Alves, além do casal de empresários José Agostinho e Simone Freitas Chaves, donos do posto de combustível. Todos foram acusados de um rombo de R$ 1 milhão aos cofres públicos, na compra de combustíveis.
Na quarta, o prefeito Francisco Adevaldo Soares Praes (DEM), de Guaraciama, foi cassado, acusado de contratar irregularmente servidores no ano de 2004. A ação de improbidade administrativa foi movida pelo Ministério Público, que acusa o prefeito de ter feito contratações com fins eleitorais.
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