Minas é incluída em plano federal de socorro aos atingidos pela secaCom mais de 1 milhão de pessoas afetadas, estado será incluído no plano emergencial de lançado pelo governo federal. Anastasia não foi chamado para reunião de Governadores.
Luiz Ribeiro - Estado de Minas - Publicação: 24/04/2012 06:00
‘A vida aqui só é ruim/Quando não chove no chão/Mas se chover dá de tudo/Fartura tem de porção’. A música cantada pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, para lembrar a dura realidade do Nordeste é também o retrato do Norte de Minas e vales do Jequitinhonha e do Mucuri, regiões que fazem parte do semiárido brasileiro e que sofrem os efeitos daquela que, de acordo com as previsões meteorológicas, deverá ser uma das piores secas da história. Nem bem começou o período de estiagem e 71 municípios mineiros já decretaram situação de emergência, segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), devido à escassez de chuvas. O racionamento de água é uma das saídas para amenizar o problema que atinge mais de 1 milhão de pessoas dessas regiões.
A gravidade da situação em Minas e nos nove estados do Nordeste levou o governo federal a anunciar um pacote emergencial de R$ 2,7 bilhões para ações de combate aos efeitos da seca. A estimativa do governo federal é de que mais de 1,1 mil municípios sejam afetados, com 12 milhões de pessoas atingidas. Atualmente, mais de 500 municípios estão com situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil Nacional.
O anúncio do plano foi feito durante reunião realizada ontem em Aracaju (SE) entre a presidente Dilma Rousseff e os governadores do Nordeste com o objetivo de discutir as medidas. Apesar de o Ministério da Integração Nacional listar em seu site Minas como um dos beneficiados pelos recursos, o governador Antonio Anastasia (PSDB) não foi chamado para o encontro. “Pela importância política da reunião, Minas deveria ter sido chamada. Mas foi um encontro da presidente somente com os governadores do Nordeste, como sempre acontece”, afirmou o secretário de Estado do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, que comanda a pasta responsável pelas ações para o enfrentamento da seca.
As medidas necessárias para o estado enfrentar a estiagem foram discutidas ontem à tarde em reunião emergencial do Comitê Permanente para a Convivência com a Seca criado pelo governo do estado. Porém, ainda não foi levantado o montante de recursos que será necessário para pôr as medidas em prática. O assunto voltará a ser discutido em outra reunião emergencial com os prefeitos, em Montes Claros, na sexta-feira, organizada pela Cedec.
CobrançaA cautela do secretário do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas para não “bater de frente” com o governo federal na cobrança por mais recursos não é a mesma adotada pelos prefeitos de municípios norte-mineiros atingidos pela seca. “A União tem que destinar muito mais verbas para os municípios do que o estado, pois ela fica com 70% da arrecadação de impostos no país”, afirma o prefeito de Glaucilândia, de 3,2 mil habitantes, Marcelo Brant (PSDB). Ele também é presidente do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande, que abrange 25 municípios do Norte de Minas. “Todos eles já sofrem com a estiagem. Durante toda a minha vida nunca vi uma seca dessa, que já provoca estragos em pleno abril”, se alarma Brant.
Outro que também aguarda a ajuda do governo da presidente Dilma é o prefeito de Guaraciama, Adevaldo Praes (DEM), cujo município de 5,2 mil habitantes já enfrenta o racionamento de água. “Na seca do ano passado, tivemos a ajuda de três caminhões-pipa do governo do estado e nada do governo federal. Agora, estamos numa situação terrível. Precisamos muito de apoio”, diz Praes.
Comentário:
O Secretário Gil Pereira reclama do governo federal com razão, pois Minas não foi chamada a participar da reunião no nordeste. Porém, o Governo de Minas pouco apresenta para o Governo federal os problemas que os Gerais das Minas vivem.
Na lista de obras prioritárias da Bancada Federal de Minas - 53 deputados - não há uma única do Vale do Jequitinhonha e do semiárido. Do Nordeste, sempre há a reivindicação de recursos para amenizar os efeitos da seca.
Quando uma liderança politica de Montes Claros vai a Brasilia leva as reivindicações do semiárido inteiro e coloca como cereja do bolo o Vale do Jequitinhonha.
Quando os recursos são liberados e o planejamento e cronograma de ações são cobrados os municípios do norte de Minas, principalmente Montes Claros, abocanham tudo.
Mais uma vez, o Vale do Jequitinhonha fica esperando e chorando a falta de atenção de deputados como Gil Pereira que só quer os votos dos eleitores enganados da região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário