quarta-feira, 25 de abril de 2012

Governo de Minas não foi convidado para o Plano contra a Seca.

Minas é incluída em plano federal de socorro aos atingidos pela secaCom mais de 1 milhão de pessoas afetadas, estado será incluído no plano emergencial de lançado pelo governo federal. Anastasia não foi chamado para reunião de Governadores.


Luiz Ribeiro - Estado de Minas - Publicação: 24/04/2012 06:00 


‘A vida aqui só é ruim/Quando não chove no chão/Mas se chover dá de tudo/Fartura tem de porção’. A música cantada pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, para lembrar a dura realidade do Nordeste é também o retrato do Norte de Minas e vales do Jequitinhonha e do Mucuri, regiões que fazem parte do semiárido brasileiro e que sofrem os efeitos daquela que, de acordo com as previsões meteorológicas, deverá ser uma das piores secas da história. Nem bem começou o período de estiagem e 71 municípios mineiros já decretaram situação de emergência, segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), devido à escassez de chuvas. O racionamento de água é uma das saídas para amenizar o problema que atinge mais de 1 milhão de pessoas dessas regiões.

A gravidade da situação em Minas e nos nove estados do Nordeste levou o governo federal a anunciar um pacote emergencial de R$ 2,7 bilhões para ações de combate aos efeitos da seca. A estimativa do governo federal é de que mais de 1,1 mil municípios sejam afetados, com 12 milhões de pessoas atingidas. Atualmente, mais de 500 municípios estão com situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil Nacional.

O anúncio do plano foi feito durante reunião realizada ontem em Aracaju (SE) entre a presidente Dilma Rousseff e os governadores do Nordeste com o objetivo de discutir as medidas. Apesar de o Ministério da Integração Nacional listar em seu site Minas como um dos beneficiados pelos recursos, o governador Antonio Anastasia (PSDB) não foi chamado para o encontro. “Pela importância política da reunião, Minas deveria ter sido chamada. Mas foi um encontro da presidente somente com os governadores do Nordeste, como sempre acontece”, afirmou o secretário de Estado do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, que comanda a pasta responsável pelas ações para o enfrentamento da seca.
Ele evitou, no entanto, críticas diretas ao governo federal e informou que terá audiência com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, hoje em Brasília, com o objetivo de garantir maior aporte de recursos para Minas no pacote anunciado ontem. As previsões são de que teremos uma das secas ‘mais brabas’ das últimas décadas”, observou. Apesar de ressaltar o bom relacionamento entre o governador Anastasia e a presidente Dilma, e lembrar que Minas Gerais já é beneficiada por vários programas federais, como o Água para Todos, ele assinalou: “Vamos cobrar um tratamento igual ao destinado aos estados do Nordeste na questão da seca. Há algum tempo que reivindicamos isso”.

As medidas necessárias para o estado enfrentar a estiagem foram discutidas ontem à tarde em reunião emergencial do Comitê Permanente para a Convivência com a Seca criado pelo governo do estado. Porém, ainda não foi levantado o montante de recursos que será necessário para pôr as medidas em prática. O assunto voltará a ser discutido em outra reunião emergencial com os prefeitos, em Montes Claros, na sexta-feira, organizada pela Cedec.

CobrançaA cautela do secretário do Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas para não “bater de frente” com o governo federal na cobrança por mais recursos não é a mesma adotada pelos prefeitos de municípios norte-mineiros atingidos pela seca. “A União tem que destinar muito mais verbas para os municípios do que o estado, pois ela fica com 70% da arrecadação de impostos no país”, afirma o prefeito de Glaucilândia, de 3,2 mil habitantes, Marcelo Brant (PSDB). Ele também é presidente do Comitê Gestor da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande, que abrange 25 municípios do Norte de Minas. “Todos eles já sofrem com a estiagem. Durante toda a minha vida nunca vi uma seca dessa, que já provoca estragos em pleno abril”, se alarma Brant.


Outro que também aguarda a ajuda do governo da presidente Dilma é o prefeito de Guaraciama, Adevaldo Praes (DEM), cujo município de 5,2 mil habitantes já enfrenta o racionamento de água. “Na seca do ano passado, tivemos a ajuda de três caminhões-pipa do governo do estado e nada do governo federal. Agora, estamos numa situação terrível. Precisamos muito de apoio”, diz Praes.

Comentário:
O Secretário Gil Pereira reclama do governo federal com razão, pois Minas não foi chamada a participar da reunião no nordeste. Porém, o Governo de Minas pouco apresenta para o Governo federal os problemas que os Gerais das Minas vivem. 

Na lista de obras prioritárias da Bancada Federal de Minas - 53 deputados - não há uma única do Vale do Jequitinhonha e do semiárido. Do Nordeste, sempre há a reivindicação de recursos para amenizar os efeitos da seca. 

Quando uma liderança politica de Montes Claros vai a Brasilia leva as reivindicações do semiárido inteiro e coloca como cereja do bolo o Vale do Jequitinhonha.

Quando os recursos são liberados e o planejamento e cronograma de ações são cobrados os municípios do norte de Minas, principalmente Montes Claros, abocanham tudo. 

Mais uma vez, o Vale do Jequitinhonha fica esperando e chorando a falta de atenção de deputados como Gil Pereira que só quer os votos dos eleitores enganados da região. 

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