Blogueiro morto no Maranhão.
E agora?
Por Renato Rovai, na revista Fórum:
Conversei há pouco com o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro. Ele saía do enterro do jornalista e blogueiro Décio de Sá, assassinado covardemente na noite de ontem, às 23h30, com seis tiros no bar Estrela D´alva, na Avenida Litorânea, em São Luis.
A cena se repetiu. Um rapaz que estava na garupa de uma moto, desceu, fez de conta que ia ao banheiro e na volta, passou por Décio de Sá e descarregou sua arma. Mais uma vez. Do mesmo jeito.
Há alguns dias escrevi um texto cujo título era: “Ainda há tempo para agir contra a tomada do Estado pelo crime organizado”. Mas os governantes estão dando mole. Os que não estão no bolso dos esquemas, têm medo de mexer com eles. Essa é a sensação que se tem.
Enquanto isso, blogueiros e jornalistas, principalmente os que não têm a proteção de uma grande empresa de comunicação, vão sendo assassinados e ameaçados. “Ele mexeu com coisas que arrepiam e era um blogueiro muito acessado. Algum bandido achou que ele estava incomodando, decidiu que era hora de ele pagar com a própria vida”, afirmou Leonardo Monteiro.
Entre as coisas que arrepiam, nas palavras de Leonardo Monteiro, este ingênuo blogueiro achou o seguinte trecho de um dos seus últimos posts:
Pistoleiros pedem transferência do júri de Pedro Teles para capital alegando ‘jogo de cartas marcadas’
Este ingênuo blogueiro não está acusando o empresário Pedro Teles pelo assassinato de Décio de Sá, mas considera que é uma vergonha que o ministro da Justiça não se manifeste com clareza acerca da suspeita levantada por Décio de Sá nesta nota.
Quando Chico Mendes foi assassinado no Acre, um líder político que depois se tornaria presidente da República disse: “Chegou a hora de a onça beber água”. Foi muito criticado porque alguns entenderam a frase como uma incitação a uma reação dos seringueiros.
Está mais do que na hora de os blogueiros dizerem para as autoridades que “chegou a hora da onça beber água”.
O que o ministro da Justiça vai fazer em relação a este caso? Vai ficar quieto esperando que caia no esquecimento como outros? E a ministra dos Direitos Humanos, vai fazer de conta que não é com ela? E os pilantras que governam o Maranhão e são aliados do governo federal?
A blogosfera precisa reagir. Como não somos bandidos e não é possível sair atirando em quem atira contra os nossos, precisamos gritar alto contra aqueles que têm o dever de garantir o Estado de Direito. Eles tem nome.
Conversei há pouco com o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro. Ele saía do enterro do jornalista e blogueiro Décio de Sá, assassinado covardemente na noite de ontem, às 23h30, com seis tiros no bar Estrela D´alva, na Avenida Litorânea, em São Luis.
A cena se repetiu. Um rapaz que estava na garupa de uma moto, desceu, fez de conta que ia ao banheiro e na volta, passou por Décio de Sá e descarregou sua arma. Mais uma vez. Do mesmo jeito.
Há alguns dias escrevi um texto cujo título era: “Ainda há tempo para agir contra a tomada do Estado pelo crime organizado”. Mas os governantes estão dando mole. Os que não estão no bolso dos esquemas, têm medo de mexer com eles. Essa é a sensação que se tem.
Enquanto isso, blogueiros e jornalistas, principalmente os que não têm a proteção de uma grande empresa de comunicação, vão sendo assassinados e ameaçados. “Ele mexeu com coisas que arrepiam e era um blogueiro muito acessado. Algum bandido achou que ele estava incomodando, decidiu que era hora de ele pagar com a própria vida”, afirmou Leonardo Monteiro.
Entre as coisas que arrepiam, nas palavras de Leonardo Monteiro, este ingênuo blogueiro achou o seguinte trecho de um dos seus últimos posts:
Pistoleiros pedem transferência do júri de Pedro Teles para capital alegando ‘jogo de cartas marcadas’
A defesa dos pistoleiros Moises Alexandre Pereira e Raimundo Pereira, acusados de matar no ano de 1997, em Barra do Corda, o líder comunitário e sem-teto Miguel Pereira Araújo, o Miguelzinho, a mando do empresário Pedro Teles, ajuizaram nesta segunda-feira pedido no Tribunal de Justiça do Maranhão solicitando a transferência do julgamento para São Luís.
A alegação é de que das 25 pessoas selecionadas para participar do júri popular, pelo menos 20 têm ligação com o empresário, seu pai, o prefeito Manoel Mariano de Sousa, o Nezim, e o deputado Rigo Teles (PV), irmão de Pedro (veja relação abaixo).
“Verifica-se que a lista de jurados sorteados é totalmente viciada, não havendo qualquer imparcialidade dos mesmos, nem tampouco haveria possibilidade de excluir aqueles que poderiam ser imparciais, já que dos listados com alguma ligação com a família do pronunciado Pedro Teles, só sobrariam cinco jurados, número insuficiente para compor o corpo de jurados, pois todos são amigos ou tem alguma ligação com a família do pronunciado”, diz o pedido.
A petição é assinada por Leandro Morais Sampaio Peixoto, filho do ex-prefeito Avelar Sampaio (PTB). Na época, foi Avelar quem cedeu Moisés e Raimundo para atuarem como segurança de Nenzim. O ex-prefeito deve prestar depoimento durante o julgamento.
A alegação é de que das 25 pessoas selecionadas para participar do júri popular, pelo menos 20 têm ligação com o empresário, seu pai, o prefeito Manoel Mariano de Sousa, o Nezim, e o deputado Rigo Teles (PV), irmão de Pedro (veja relação abaixo).
“Verifica-se que a lista de jurados sorteados é totalmente viciada, não havendo qualquer imparcialidade dos mesmos, nem tampouco haveria possibilidade de excluir aqueles que poderiam ser imparciais, já que dos listados com alguma ligação com a família do pronunciado Pedro Teles, só sobrariam cinco jurados, número insuficiente para compor o corpo de jurados, pois todos são amigos ou tem alguma ligação com a família do pronunciado”, diz o pedido.
A petição é assinada por Leandro Morais Sampaio Peixoto, filho do ex-prefeito Avelar Sampaio (PTB). Na época, foi Avelar quem cedeu Moisés e Raimundo para atuarem como segurança de Nenzim. O ex-prefeito deve prestar depoimento durante o julgamento.
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Este ingênuo blogueiro não está acusando o empresário Pedro Teles pelo assassinato de Décio de Sá, mas considera que é uma vergonha que o ministro da Justiça não se manifeste com clareza acerca da suspeita levantada por Décio de Sá nesta nota.
Quando Chico Mendes foi assassinado no Acre, um líder político que depois se tornaria presidente da República disse: “Chegou a hora de a onça beber água”. Foi muito criticado porque alguns entenderam a frase como uma incitação a uma reação dos seringueiros.
Está mais do que na hora de os blogueiros dizerem para as autoridades que “chegou a hora da onça beber água”.
O que o ministro da Justiça vai fazer em relação a este caso? Vai ficar quieto esperando que caia no esquecimento como outros? E a ministra dos Direitos Humanos, vai fazer de conta que não é com ela? E os pilantras que governam o Maranhão e são aliados do governo federal?
A blogosfera precisa reagir. Como não somos bandidos e não é possível sair atirando em quem atira contra os nossos, precisamos gritar alto contra aqueles que têm o dever de garantir o Estado de Direito. Eles tem nome.
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