no Vale do Jequitinhonha
Ofício encaminhado ao Ismar Madeira (Reporter Especial da Rede Globo)
Por Maflávia Aparecida Luiz Ferreira. de Itaobim
Prezado Ismar,
Estava muito ansiosa para assistir a reportagem do Crack no Vale do Jequitinhonha! Desde a vossa vinda com sua equipe aqui em Itaobim e depois de toda a nossa conversa trazendo à tona os fatos das mazelas humanas que acometem a sociedade brasileira e mundial, e de como Itaobim está enfrentando o problema da droga com iniciativa do governo local através de recursos próprios.
Depois de relatar-lhe que a prefeitura havia contratado o Abraão, um excelente profissional, que juntamente com a equipe do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e o médico do PSF (Programa Saúde da Família) Esperança estamos desenvolvendo um programa de recuperação ao usuário do Crack e outras drogas em nossa cidade.
Em parceria com empresários, têm desenvolvido a reinserção social dos mesmos após retorno das clínicas terapêuticas, criando oportunidades no mercado de trabalho. Contudo, levando em consideração quando me relatou que infelizmente o tempo da reportagem não seria suficiente para mostrar tudo e que o foco seria o problema do Crack, quero parabenizá-lo por ter conseguido, em tempo restrito, mostrar também à nossa sociedade brasileira que a humanidade não está perdida.
Depois de relatar-lhe que a prefeitura havia contratado o Abraão, um excelente profissional, que juntamente com a equipe do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e o médico do PSF (Programa Saúde da Família) Esperança estamos desenvolvendo um programa de recuperação ao usuário do Crack e outras drogas em nossa cidade.
Em parceria com empresários, têm desenvolvido a reinserção social dos mesmos após retorno das clínicas terapêuticas, criando oportunidades no mercado de trabalho. Contudo, levando em consideração quando me relatou que infelizmente o tempo da reportagem não seria suficiente para mostrar tudo e que o foco seria o problema do Crack, quero parabenizá-lo por ter conseguido, em tempo restrito, mostrar também à nossa sociedade brasileira que a humanidade não está perdida.
Porém, quando mostrou positivamente a iniciativa local Vossa Senhoria esqueceu-se de informar, e com todo respeito ao vosso profissionalismo, que o policial Abraão, enfermeiro, é contratado pela Prefeitura de Itaobim. O mesmo não está fazendo trabalho voluntário em nosso município como foi apresentado na reportagem. Bem como que a Secretaria Municipal de Saúde de Itaobim não é parceira do profissional Abraão, ele é funcionário dessa instituição com a função de prestar esse serviço à população, atuando no Programa Municipal de Enfrentamento às Drogas (Programa Municipal de DST/AIDS e CAPS AD em implantação), com ações específicas voltadas ao tratamento do dependente químico. Mas ainda assim, não é suficiente para solucionarmos esse problema que virou a “Pandemia Mundial” e precisamos sim de apoio das esferas dos governos e da sociedade.
Desejamos muito que essa reportagem alcance o objetivo do autor e do jornalismo da Globo, que hoje o Brasil acordou chocado com mais uma realidade triste em sua sociedade, e se a nossa Itaobim foi escolhida para mostrar às nossas autoridades brasileiras o quanto as questões sociais estão destruindo os jovens do nosso Vale, do nosso Estado e do nosso País que assim seja, mas que seja para trazer esperança ao nosso povo brasileiro.
Queremos sim que essa reportagem seja discutida no gabinete do Governo de Minas junto ao Governador Anastasia e no gabinete do Governo Federal com a Presidenta Dilma, e que sirva de mola propulsora na elaboração de Políticas de Controle e Combate às Drogas, mas que Itaobim seja contemplada com investimentos e políticas de desenvolvimento. Pois aqui no Vale acreditamos que tudo é possível e se para termos um dia de chuva teremos que conviver com um Sol infalível que nos queima a pele o ano todo, ainda assim suportaremos. Pois um dia de chuva é suficiente para florir trazendo a alegria que nos contagia o rosto com esse sorriso que carregamos.
Aos nossos governos solicitamos alternativas concretas de desenvolvimento regional. Queremos falar de um “Vale que Vale a Pena” e não “Digno de Pena”. Se a mídia utilizará a nossa cidade para mostrar a problemática social, então que a solução venha como retorno imediato e com a mesma velocidade do impacto da reportagem. Sabe Ismar, chegamos à conclusão que o nosso trabalho está interligado e precisamos muito do seu, pois através da informação podemos mudar a realidade. Utilizaremos o seu trabalho como mecanismo de pressão às nossas autoridades que já não podem ignorar a realidade, e por isso nós lhe agradecemos. Respeitosamente lhe digo estamos fazendo o nosso trabalho, mas não podemos ignorar o seu que nos levou a terra e que também poderá nos levar ao Céu.
Assim sendo não vamos aqui crucificar a mídia, mas confessamos que estamos intrigados para entender o papel da imprensa. Conseguimos enxergar bons horizontes no cunho da sua reportagem mesmo sabendo do risco que essa exposição nacional nos levará, podendo servir apenas para marcar Itaobim na memória dos brasileiros como “a cidade que tem usuários de crack”, como se isso fosse exclusividade nossa. Mas como não nascemos para ficarmos lamentando, acreditamos que a partir daqui levantaremos questões cruciais junto aos nossos governos e que Itaobim sirva de cenário nacional para investimentos outros na busca do desenvolvimento local, regional e no resgate do conhecimento humano científico para os nossos jovens. Para tanto, contamos com a imprensa como parceira.
Desejamos que continue desempenhando um grande trabalho à nação brasileira.
Atenciosamente,
Maflávia Aparecida Luiz Ferreira
Brasileira, cidadã de Itaobim – Vale do Jequitinhonha – MG
Farmacêutica graduada pela UFMG
Especialista em Gestão Pública da Saúde – UFMG
Fonte: Blog Onhas
2 comentários:
Não sabemos porque a Maflávia ficou com tanta fúria , se elema mesma foi entrevista na casa do Abrão , juntamente com ele e os repórteres . Será que é porque não apareceu na telinha ????
Que ruim, que ingratidão! Eu assisti a reportagem e achei excelente. Aliás, se não fazem a reportagem, o povo reclama. Se fazem, o povo reclama também. Tudo isso é pelo fato do nome da prefeitura não ter aparecido nos creditos da edição? Menos reclamação e mais trabalho!
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