segunda-feira, 19 de março de 2012

A luta das mulheres por campus da UFVJM em cidades do Vale

Uma mulher, uma pesquisa 

e o sonho do povo

 A História da mulher que transformou o sonho das mulheres do Vale na maior luta da história por universidade no Brasil

"Nós não somos cidadãos de segunda classe, queremos
 respeito para com a nossa luta". Maria do Rosário Sampaio 

Hélio Souza 

A história do movimento em prol de um Campus da UFVJM em Cidades do Vale, remonta um período um pouco mais distante do já conhecido. Essa luta, tem 
como personagem a pesquisa de doutorando realizadano período de Novembro
de 2010 a março de 2011, nos 4 cantos do vale, para saber o real anseio das 
“Viuvas de Maridos Vivos”  do Vale do Jequitinhonha

Ao realizar diversas entrevistas com mulheres e grupos sociais do vale, Maria do
Rosário Sampaio que é Jornalista, Pesquisadora FUNDACENTRO/MTE e 
Doutoranda PPGSS/UERJ, ou Zara Sampaio como gosta de ser chamada, 
descobriu algo comum entre elas:o sonho de que seus filhos possam  aceder à 
universidade pública na própria Cidade, já que não viam o PROUNI como solução,
pois não dispõem de recursos que este  requer.Para elas, uma universidade 
poderia estancar o fluxo migratório do qual sua família tem 
historicamente participado.Além disso, sabem que as inovações 
técnicas-científicas, cada vez mais rapidamente, expelirão  a força de 
trabalho dos processos produtivos.

Neste cenário, a sensibilidade da Jornalista, voltou-se para o interesse
em mobilizar essas “filhas sofridas do vale” pela luta por educação superior 
gratuita em Capelinha, cabendo-lhes como tarefa inicial, coletar assinatura 
de adeptos à causa e envio da documentação produzida às autoridades 
competentes.

Vendo que isso não suficiente, Zara Sampaio conta que decidiu enviar  
mensagens a muitos que pautam "o andar brasileiro " seja pelo prestígio, 
seu poder econômico ou político.

Com efeito, em agosto de 2011, a Presidente Dilma anunciou que a expansão
da UFVJM não contemplava o seu próprio território. Tal notícia contrariou o 
povo do Jequitinhonha, que através das redes sociais, postaram diversos 
protestos, contra a decisão. 

Álbano Silveira, Banu, foi um dos Fazedores do vale, que respondeu no mesmo]
tom e dose de insatisfação com as decisões reveladas pelo governo. Ali,na 
mesma hora e juntos, decidiram lançar uma petição pública on line, com a
marca do Movimento “A UFVJM é Nossa surgia.

Eram então um grupo pequeno,mas,muito produtivo formado por Maria 
do Rosário Sampaio, Albano Silveira,Eric Renan Ramalho,Bernardo Vieira,Pedro
Higino Freire,Omar Freire, Marta Sampaio,Douglas Lima,Anna Angélica 
Soares, Francianny Bezerra,Marlice Ornellas,Hélio Silva, Fábio Xavier (moderador
do blog avança Jequi,onde reuniões on line aconteciam inicialmente), etc.

Em encontros diários via facebook, discutiam as estratégias para enfrentamento
da questão e elaboravam documentação a ser enviada à Reitoria e  
Conselho Universitário- CONSU da UFVJM.

Em nome do movimento, correspondências foram enviadas ao Reitor da
UFVJM.  Participaram da reunião de CONSU quando foi anunciada a decisão de
acatar nossa reivindicação: instalação de 3 (três)campi da UFVJM no 
Jequitinhonha adentro.

Assim que esta decisão se tornou pública, o Vale do Jequitinhonha se 
envolveu completamente na luta tendo o movimento recebido milhares 
adeptos de todos os cantos em poucos meses.

Na avaliação da idealizadora, Maria do Rosário Sampaio, o movimento social 
teve uma importância muito grande para que tudo se concretizasse.

A mulher, forte e guerreira, hoje se sente aliviada, e se prepara para a próxima 
etapa: A construção do Campus Universitário em Capelinha, Araçuaí e Almenara.
Publicado no Jornal A cidade, de Capelinha

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