O Jequitinhonha e o acordo dos usineiros com o governo paulista
Um texto instigante do professor Marcos Lobato Martins, de abril de 2008, alerta: haverá muito desemprego no Vale do Jequitinhonha, a partir de 2.010. Não há nenhuma medida preventiva para enfrentar tal situação.
Leia e reflita sobre a situação.
Jequitinhonha Urgente – I
Mais de 110 mil postos de trabalho cortados
“Pelas bandas de Minas Gerais, pouca gente notou a importância do acordo celebrado entre o setor sucroalcooleiro e o governo paulista, assinado há algumas semanas no Palácio dos Bandeirantes (março de 2.008).
Pelo acordo, as metas ambientais relativas ao setor foram antecipadas para 2010, o que significa o compromisso das grandes usinas paulistas de eliminarem a queima de canaviais na operação de colheita até aquele ano. O referido compromisso adianta o cronograma de mecanização do corte de cana em São Paulo, atividade que, hoje, emprega contingente numeroso de bóias-frias, a maioria originária de Minas Gerais e de Estados do Nordeste.
Conforme matéria publicada na Folha de São Paulo, no caderno “Dinheiro”, em 11 de abril, calcula-se que, até 2010, serão extintos cerca de 110 mil postos de trabalho na colheita da cana em todo estado de São Paulo.
É verdade que se trata de trabalho muitíssimo pesado e que os cortadores de cana encontram condições duras de alojamento, alimentação e atendimento de saúde no campo paulista. Tampouco a remuneração é lá essa maravilha. A situação dos cortadores de cana chega, freqüentemente, a ser a de trabalho degradante, o que faz muita gente lembrar dos tempos de escravidão.
Todavia, para milhares de brasileiros de áreas pobres do Vale do Jequitinhonha e do interior nordestino, a chamada “experiência paulista” constitui uma estratégia de sobrevivência”.
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