terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lé é eleito com vitória arrasadora em Coronel Murta

Vantagem de 1.537 votos foi a maior da história do município

O produtor rural da Vereda, Letâncio Freire, o Lé de Chiquinho Freire e Dona Dora, se elegeu prefeito de Coronel Murta, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas, a 38 quilômetros de Araçuaí, e 275 de Teófilo Otoni.
Lé, prefeito, e Waldeir, vice, alcançaram  3.547  votos, contra 2.010 votos dados a Dona Fia, do PSDB, e Lili Perobeiro, como vice. A diferença foi de 1.537 votos, a maior da história do lugar.
As ruas e praças foram tomadas pela população que comemorou com um grito de guerra: Uiuiui uiuiui uiuui . Outros gritavam “mueuuuuuuuuuu”! fazendo referência à grande vantagem de votos.

Como Lé conseguiu uma vitória com tamanha vantagem? Perguntam alguns que não conhecem a realidade política de Coronel Murta.

Lé foi candidato a vice-prefeito, em 2000, tendo Leno, o atual prefeito como cabeça de chapa. Eles foram derrotados por Inácio Murta, com 1.182 votos de diferença.
Em 2004, Lé enfrentou Inácio Murta que teve Leno como vice. Inácio venceu com 982 de frente.
No início de 2007, o prefeito Inácio Murta foi assassinado. Leno assumiu a Prefeitura. Em 2008, Leno foi candidato a reeleição e enfrentou Lé, seu antigo companheiro. Lé perdeu de novo, com 590 votos de diferença.

Neste 2012, tentaram convencer Lé a não sair candidato. Ele foi persistente. E acreditou que esta seria sua vez, de fato. Atraiu o vereador Waldeir do grupo majoritário e ofereceu a ele a vice, para a composição da chapa.
Pela primeira vez, todos os seus irmãos e familiares se uniram e apoiaram a candidatura de Lé Prefeito.
O povo já anunciava nas ruas: "Agora é Lé!"

O grupo de Miguel Pedro/Inácio Murta entrou em disputa interna, de auto-flagelação. A candidatura da vice-prefeita Eliete da Abita não foi aceita pelo grupo da Prefeitura. Eliete pulou fora e declarou apoio a Lé, levando consigo o DEM com lideranças e um vereador.
O grupo da prefeitura insistia com a candidatura do médico salinense Dr Wesley, que dizia ter dinheiro para financiar toda a campanha.
Na última hora de realização das convenções, Wesley desistiu e deixou o seu grupo político perdido.
Dona Fia, presidente do PSDB, pôs seu nome para a disputa da prefeitura, tendo como vice o vereador Lili Perobeiro.
A campanha mostrou que Dona Fia entrou para salvar o grupo e não haver candidatura única.
Com esta confusão e falta de articulação, Lé que é muito popular, foi juntando apoios do grupo político que rachava, e está  há 3 gestões no poder local.
A coordenação da campanha de Lé foi feita por dois ex-aliados do grupo da Prefeitura: Guilherme Caíres, ex-chefe de Gabinete do prefeito Leno; e Eliete Araújo, a atual vice-prefeita.
A campanha pegou fogo, com o crescimento da campanha de Lé e Waldeir. Todas suas reuniões eram muito concorridas.
No último comício, a Praça Inácio Murta ficou totalmente tomada pela população ( ver foto).

Sábado, na véspera
No sábado, 06.10, na parte da manhã, cerca de 10 ônibus chegaram de Belo Horizonte, trazendo eleitores, principalmente jovens estudantes.
À tarde, a partir das 17 horas, uma carreata juntou 166 carros, fora motos, bicicletas e pequena cavalgada.
A festa já anunciava a grande vitória que viria no dia seguinte.
A aposta era que a vantagem seria maior que todas na história de disputas eleitorais de Coronel Murta. Hermes da Copasa desafiava quem quisesse apostar R$ 1.000. Dava 1.300 votos de frente. Não apareceu apostador, pois eleições em Coronel Murta são surpreendentes. Tinha gente que falava em frente de mais de 2 mil votos. 

Durante todo o dia da eleição, 07.10, Letâncio Freire e Dona Fia, se posicionaram à porta da Escola Estadual Coronel Mariano Murta, onde votam a maioria dos eleitores na cidade.

No domingo, dois candidatos foram autuados fazendo boca-de-urna: Geraldo Badaró, do DEM; e Dinda, do PP. A informação é que responderão por crime eleitoral, mesmo não tendo sido eleitos.

A Festa
Quando as urnas abriram, após as 17 horas, havia muita expectativa. Quando foi anunciada a pequena frente de Dona Fia, na Barra do Salinas, local de origem dela, o povo já partiu pra comemoração.
Em todas as outras urnas, Lé vencia e com grande frente.
A diferença foi de 1.537 votos.
O povo explodiu de alegria, cantava, dançava e pulava, gritando “uiuiui, uiuiui uiuiui”  “ É 33!”, o número do PMN, partido do Letâncio Freire.
As coligações proporcionais de Lé fizeram 6 vereadores, enquanto a de Dona Fia ficou com 3 vereadores.
Eis os vereadores eleitos / votos:
1. Vitalino – 446
2. Ailton de Dovinha – 434
3. Chico de Maurício – 393
4. Clésio Freire – 369
5. João Nery – 269
6. Geraldinho da Barra – 265
7. João Bosco Preto – 245
8. Bau de Nésio – 212
9. Neguinho de Ramiro – 160

Dados das eleições em Coronel Murta:
Eleitorado: 6.866 eleitores
Abstenção: 1.030 (15%)
Comparecimento: 5.836 eleitores (85%)
Válidos: 5.557 votos
Lé : 3.547 votos
Dona Fia: 2.010 votos
Diferença: 1.537 votos 
Brancos: 56 (0,96%)
Nulos: 223 ( 3,82%)

Prisão dos ônibus
Quando os ônibus que trouxeram os eleitores que moram em Belo Horizonte e votam em Coronel Murta estavam de saída, a Polícia Militar autuou os 10 ônibus, com quase 500 eleitores.
O Juiz Eleitoral da Comarca de Araçuaí havia autorizado a prisão dos ônibus, quando esteve na cidade, no dia da eleição, segundo um soldado de plantão.
Corre conversas de anulação de eleição, porque as duas coligações partidárias estavam envolvidas com o transporte de eleitores.
Mas, o povo continua comemorando, não acreditando que haverá problemas que impedirão a diplomação e posse de Lé Prefeito, Waldeir vice-prefeito, além dos 9 vereadores.  

Um comentário:

Unknown disse...

Tbem não acreditamos na anulação da eleição uma vez que esta foi uma escolha democrática da população, no qual a oposição encontra se com o ego ferido, já que nenhum candidato conseguiu o que o lé alcançou. Contudo se houver um segundo turno esse será com 2500 votos de frente,uma vez que se farão presentes os 1030 ausentes, kkkkkkkkkk.

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