11º Forrobodó de Berilo atrai multidão em festa junina

Berilo: 11º Forrobodó atrai multidão em festa junina

Festa de bairro envolve toda a cidade
A festa junina mais popular e participativa de Berilo é o Forrobodó no Bairro Dom Silvestre. Desde 2001, a festa é organizada pelos moradores do Bairro, junto com os dos vizinhos São Francisco e COHAB.

Foi neste sábado, 10.07, a partir das 20 horas. A festa passou das 3 horas da manhã com o o forró da Banda Alto Volume, de Jenipapo de Minas. Este ano, foi realizado o 11º Forrobodó do Dom Silvestre.

Aliás, a cidade toda participa com contribuições. Os comerciantes entram com produtos alimentícios e outros para a armação das barracas. Os moradores da cidade são convidados a contribir com R$ 2,00 ou mais. Os jovens e crianças do bairro batem na porta das casas da cidade, pedindo contribuição. É uma satisfação imensa ver toda a galera chegando com a arrecadação, entregando à Coordenação da Festa, formada por representantes de famílias do bairro.


Casamento caipira
Teve casamento da roça, em frente ao Centro Comunitário, no centro de cidade. O povo se aglomera para assistir ao teatro popular em cima de um caminhão do Silvano de Cristalino.

Tudo é realizado com muita graça e gozação. O casamento é forçado com a apresentação de garruchas e espingardas do coroné, pois o noivo tentava fugir. O pai se ajunta com seus capangas e o obriga a casar.

O padre desmaia, pois antes do casamento, tomou o vinho da sacristia misturado com quentão da festa. Uma irmã de caridade acaba realizando o casamento. Quando o padre acorda do pileque, o casamento já estava consumado.

Presentes para os noivos: leitoa, rapadura, cachorro, mandioca e outros produtos da roça.

O coordenador do espetáculo, o artesão de tecelagem em algodão, Enivon Machado, faz o papel do enfezado pai da noiva.

Cortejo até o Arraiá do Dom Silvestre

Logo após, os noivos seguem em carro aberto, com os convidados e dançadores de quadrilha atrás.

Em cima da caminhonete, os noivos vão em pé, felizes e risonhos, em volta de palhas de coqueiros e forró automotivo.

Logo na entrada da rua da festa há uma placa de bem-vindos, com cerca de bambus.

Povo toma conta da rua

A comunidade de Dom Silvestre está reunida em seu momento mais presente no ano.

Quem assistiu ao casamento caipira chega para engrossar o público que espera o cortejo.

Em frente ao Espaço Multiuso de Berilo a rua está toda enfeitada de bandeirolas, com plantios de bambus e bananeiras, tendo no final um palco armado.

A população aguarda ansiosa o início de grande dança da Quadrilha.

Dança da Quadrilha

É ali que se dá a grande dança da quadrilha junina, com 18 pares de damas e cavalheiros, vestidos a caráter como caipiras, ao som de forró e danças juninas.

Enivon orienta a quadrilha e os passes dos casais de deançarinos matutos. Faz graça e chacota com os presentes. Gritou ao microfone: "Ê Banu, o retratista! Tira as fotos dereito que menhã nós quer tudo no Brog do Banu!". Ele marca o ritmo das danças e contra-danças.

Tem cada figura! Até Mycon Jackson, Charles... Uns tiram dinheiro da meia, outros flores para as damas, ou uma garrafinha de pinga...

São passes de grande roda, caminhos da roça, tuuuuuuu, olha a chuva, olha a cobra, cadeirinha, túnel, caracol, anarriê, sangê, dança das cadeiras, troca de pares, e por aí vai.

O povo ri e bate palmas. Muitos fotogravam ou filmam para guardar ou enviar para berilenses que moram em outras cidades. Ao terminar a grande quadrilha, muitos aplausos da população que se espreme nas calçadas para assistir e vibrar com o espetáculo.

As famílas do Dom Silvestre e a organização espalharam cadeiras nas calçadas da rua. A sacada da casa de Leninha Ramalho, da Secretaria da Saúde, está cheio de gente com visão privilegiada de toda a multidão

Um grande foguetório festeja a todos os presentes, ao lado de uma fogueira que atrai os meninos e meninas para soltarem seus traques e bombinhas.

Comidas e bebidas para todos

Os comes e bebes preparados durante todo o dia na cantina da Escola Estadual de Berilo por um mutirão de gente disposta será servido na grande barraca, ao lado do Espaço Multiuso.

Os casais dançarinos servem bolo, caldo de amendoim, biscoitos, pipocas, quentão, vaca atolada e pé-de-moleque a uma multidão calculada em cerca de 800 pessoas. Todos são servidos com muita fartura, de graça, como eram as festas de casamento nas fazendas. Outros levam alguma coisa para quem ficou em casa e não pôde vir, principalmente os idosos.
A contagiante alegria toma conta de todos os presentes, principalmente das crianças e jovens.Paulinho Sargento, que iniciou a brincadeira há 10 anos, informa que nunca houve uma briga ou desavença nesta festa tão cheia de gente. O comentário geral é que todo mundo está ali com espírito desarmado, brincando, rindo àtoa, se abraçando, feliz pela confraternização comunitária.