terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Berilo: Mais de 500 participantes nas palestras do SEBRAE

Berilo: Empreendedores e estudantes lotam palestras do SEBRAE Mais de 500 participantes prestigiaram eventos
Os pequenos comerciantes/industriais, produtores/agricultores familiares, micro empreendedores individuais, donas de casa e estudantes lotaram as duas palestras do SEBRAE, em Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas.
A primeira palestra aconteceu na cidade de Berilo, no dia 24 de novembro. A segunda, no dia seguinte, foi na sede do distrito de Lelivéldia, perto da Barragem de Irapé.

A quadra da Escola Estadual Professor Jason de Morais teve mais de 350 participantes curiosos e atentos às palavras, ilustrações e vídeos exibidos pelo palestrante JR Cajaíba, de Teófilo Otoni. Ele dissertou sobre o tema “O que os clientes odeiam” e a Lei Geral de Microempresas, destacando a nova lei do Microempreendedor Individual.

Cajaíba mostrou vários comportamentos de comerciantes que espantam os clientes dos seus negócios. Muitos deles não sabem porque e se perguntam por quais motivos o freguês sumiu, depois de tantos anos de bom relacionamento para ambos os lados.

CR Cajaíba, palestrante do SEBRAE
Segundo o palestrante, a desmotivação, a falta de vida no relacionamento comercial e industrial, a dispensa do elemento ético nas relações comerciais, o embuste, falsa promessa da qualidade e durabilidade dos produtos e muitas outras posturas levam o sustentáculo do negócio a desaparecer.

Ele afirma taxativamente para o comerciante: “se o cliente some, a culpa é sua”. “Quem paga as contas do seu comércio é o cliente. Se este não aparecer o comércio fecha as portas”. E enumera motivos: empregados mal humorados e mal remunerados, desmotivação no trabalho, brigas e conflitos entre gerência e funcionários na frente dos clientes, desprezo pelos desejos e vontades pessoais do consumidor.

Antônio Costa, da Construtoni, diz que palestras como esta tem que acontecer sempre porque tem um ensino e alerta que passam despercebidos no dia-a-dia do comércio. O taxista Helmo Costa disse que os ensinamentos de Cajaíba são um puxão de orelhas em muitos comerciantes do lugar que acham que são os clientes que precisam deles e não o contrário.
Em Lelivéldia
182 pessoas assistiram a palestra no Curumim, em Lelivéldia, no dia 25 de novembro. A chuva caía desde a tarde deste dia. Quatro ônibus lotados deixaram de levar os estudantes das comunidades rurais, junto com seus pais, interessados na palestra. Mesmo assim, pouco a pouco, ia chegando gente com suas sombrinhas e guarda-chuvas.

Cajaíba centrou a fala e apresentações ilustrativas de pequenos povoados que se desenvolviam a partir do que tinha e criavam.

O microempreendedor individual centrou todas as atenções, pois a grande maioria das iniciativas de comércio era informal. Há muitas lojas, botecos e indústrias caseiras sem registro e com desejo de formalização. A justificativa de tal situação são as altas taxas e impostos exigidos.
Além da burocracia, muitos ainda vivem o sonho de uma grande empresa chegar no lugar, como foram os 5 anos de fartura e desenvolvimento com a construção da Barragem de Irapé.

Cajaíba falou das saídas para todos e cada um. Citou exemplos de doceiras, de taxistas, pipoqueiros, verdureiros, dos 70 produtores de abacaxi da região de Capão e Cardoso, da produção de uva e horticultura de Morrinhos e São Joaquim, dos 25 alambiques de cachaça artesanal do entorno do distrito, do artesanato incentivado pelo CRAS, e muitos outros exemplos.
Foi destacado a forma do dinheiro girar e esquentar a economia do povoado e comunidades com cada um e todos comprando, de preferência, os produtos de produção local, procurando um não competir com o outro, mas com os produtos de outro lugar e região. Assim, todos ganham.

A Lei do Microempreendedor Individual foi o destaque principal porque formaliza o negócio a um custo baixo, sendo R$ 5,00 de ISS e R$ 57,30 de INSS, por mês. Não há nenhum taxa ou imposto a mais. Além disso, despesas com o contador e alvará municipal são dispensáveis.

Dirlane Almeida da Silva Silveira, Assisttente Social do CRAS Lelivéldia, disse que haveria uma parceria com o SEBRAE, a partir de 2011, para orientar aqueles que desejassem organizar a formalização e gestão dos seus empreendimentos.

Os professores Geraldo Gomes Lisboa e Nirode Cunha disseram que palestras como aquela eram verdadeiras lições de vida, ajudando na formação das famílias, da comunidade e no desenvolvimento da economia local.

O comerciante Salim Cardoso, premiado no sorteio de um aparelho de vídeo, falou que Lelivéldia estava precisando de uma sacudida das mentalidades para incentivar e esquentar a economia e o desenvolvimento.

Pedro Crente, da Pousada Irapé, solicitou mais palestras para orientação específica de vendas e relacionamento com o público para melhorar o comércio.

As duas palestras tiveram o apoio da Prefeitura Municipal de Berilo, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cultural, do CRAS de lelivéldia, -das Escolas Estaduais Professor Jason de Morais e de Lelivéldia, das rádios ARAI FM e Lelivéldia FM.

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