quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A volta de Lula

A volta de Lula
A oposição, mais uma vez, acusou o golpe. O medo é tamanho em relação à popularidade de Lula - refletindo a fragilidade da oposição e do sistema partidário - que só de ouvir o óbvio se desequilibra. O simples anúncio da possibilidade de Lula disputar as eleições de 2014 gerou revolta entre lideranças do PSDB e PPS. Populismo, terceiro mandato, chavismo, mexicanização, peronismo, todas adjetivações que tentaram emplacar ao longo do governo Lula caíram por terra.


Aí, Gilberto Carvalho e o próprio Lula lançam ao ar o que até a Amorphophallus titanum já sabia e apenas se abriu para disputar visibilidade com a notícia. Lula tentará retornar ao Palácio do Planalto em 2014. Pela porta da frente, porque poucos imaginam que sairá de lá efetivamente.
Mas não é legítimo que se tente, pelo voto, retornar ao governo? E não seria uma sinceridade esperada pelo eleitorado?

Para o que nos interessa, o fato - do anúncio e da reação da oposição - estampa a decomposição do nosso sistema partidário.

O simples anúncio é percebido como ameaça. Mais que ameaça: cria uma referência no subconsciente da população e arma o queremismo. É isto que está em jogo. Lula se projeto inteligentemente e continua sob a luz dos holofotes. Tentará manter esta expectativa o que colocará a oposição em mais uma possível polarização antecipada.

Se tivéssemos um sistema partidário equilibrado e enraizado nas ruas do país, esta declaração seria mais uma de um personagem que beira a incontinência verbal.

Nossa oposição é tão frágil que sempre que Lula fala, acaba ligando mais um holofote sobre seu maior pavor.

Publicado no Blog do Rudá Ricci

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