domingo, 7 de abril de 2013

Diamantina: petistas e tucanos entram em choque no Largo do João


Em Diamantina, os últimos dias da campanha eleitoral extemporânea foram marcados pelo clima tenso
Publicação: 07/04/2013  09:59 h
Felipe Canêdo / Enviado Especial, no Estado de Minas

Diamantina – Quase 58 mil eleitores voltam às urnas hoje em quatro cidades de Minas para escolher os seus prefeitos: Diamantina, no Vale do Jequitinhonha; Cachoeira Dourada, no Triângulo Mineiro; Biquinhas, na Região Central; e São João do Paraíso, no Norte. Em Diamantina, a votação será o desfecho de uma campanha marcada pelo clima tenso. Ontem, último dia para pedir o apoio dos eleitores, não foi diferente. Logo pela manhã, centenas de militantes das campanhas dos três candidatos – Paulo Célio (PSDB), Marcos Tibães (PT) e Ragosino Araújo (PTC) – partiram em passeatas para o Centro da cidade do mesmo ponto: o Largo Dom João. Não houve tumulto, mas os ânimos ficaram acirrados com tucanos e petistas disputando a atenção dos eleitores. 

Eleito com 12.615 votos em outubro, mas impedido de tomar posse em janeiro, Paulo Célio conta agora com um novo candidato a vice-prefeito, Cássio Moreira (DEM). Gustavo Botelho (PP), que governou a cidade entre 2001 e 2008, foi quem concorreu como vice do tucano há seis meses. O pepista teve contas de uma gestão passada rejeitadas, o que levou à impugnação de toda a chapa. Quem assumiu a prefeitura foi o presidente da Câmara, Maurício Maia (PSDB). Como Paulo Célio teve mais de 50% dos votos, o Tribunal Regional Eleitoral marcou novas eleições. O vereador Marcos Tibães, eleito com a terceira melhor votação em outubro, 892 votos, resolveu entrar na disputa, e Ragosino, que foi candidato em eleições passadas, também inscreveu seu nome. O ex-prefeito Padre Gê (PMDB), derrotado em outubro e motivo de investigação de uma comissão parlamentar de inquérito na última gestão, desistiu de disputar a prefeitura da cidade. Seu partido, o PMDB, resolveu apoiar a candidatura de Paulo Célio, que o derrotou com mais de mil votos de frente. 

A crise política que sucedeu à posse do presidente da Câmara na prefeitura, somada às dívidas herdadas da gestão anterior, chegaram a ameaçar o tradicional carnaval da cidade, que não foi tão grande como em anos anteriores. Maia decretou emergência na segunda semana de janeiro, anunciando dívidas superiores a R$ 1 milhão apenas em salários atrasados de servidores. Ele fechou as portas da prefeitura por uma semana e alguns vereadores o ajudaram a disseminar críticas à administração de Padre Gê. 

Maia selou um acordo com Paulo Célio. Os petistas se aproveitam da situação judicial do candidato tucano, que ainda tem o nome vinculado ao processo de cassação de diploma de seu vice eleito em outubro, Gustavo Botelho. Durante toda a campanha, eles fizeram alarde nas ruas dizendo que seu candidato não era ficha-suja, e que o voto em Paulo Célio poderia provocar novas eleições. 

Na praça da rodoviária ontem, onde fica o comitê do candidato Ragosino Araújo (PTC), petistas e tucanos se desentenderam sobre as rotas e destinos que cada passeata iria tomar, e trocaram acusações. Enquanto o PSDB argumentou que havia agendado com a polícia a reunião no Largo Dom João antes de seus adversários, os petistas afirmaram que haviam marcado uma visita ao mercado velho antes. Correligionários do PTC também entraram na confusão com bandeiras e balões verdes, enquanto tucanos empunhavam bandeiras azuis e petistas bandeiras vermelhas na praça. 

“Nós chegamos a acionar a polícia na sexta-feira, porque os petistas trouxeram muita gente de fora da cidade, e estavam tumultuando a campanha”, afirmou o deputado Luiz Henrique (PSDB), um dos representantes de Paulo Célio no último ato de campanha do PSDB na cidade. O pai do candidato morreu na madrugada de sexta-feira e quem liderou a passeata, além do deputado, foi o candidato a vice-prefeito, Cássio Moreira. Marcos Tibães devolveu a acusação de Luiz Henrique: “Nossos adversários estão querendo falar que a campanha está tensa porque estão com medo. Nossa campanha está tranquila. Diamantina é uma cidade muito pacífica”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário