A ARTESÃ MINEIRA DONA IZABEL, DE 88 ANOS E A PRESIDENTA DILMA ROUSSEF |
Izabel Mendes da Cunha, artesã da terceira geração de ceramistas em sua família, desde pequena costumava fabricar potes, travessas e outras peças no semiárido mineiro.
Certa vez, ainda criança, a garota que fazia as próprias bonecas com sabugo de milho viu a mãe moldando uma moringa no barro e percebeu ali a forma de um corpo. Teve uma ideia. A partir daquele instante, faria da cerâmica a matéria-prima para suas brincadeiras.
Dona Izabel cresceu, aperfeiçoou suas criações e se transformou numa das principais representantes da arte popular brasileira.
As bonecas de cerâmica são a marca registrada da artista que é considerada a responsável por promover uma transformação na economia do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e que hoje, aos 88 anos, continua em atividade e mantendo seu legado na figura das filhas e outros discípulos na pequena comunidade de Santana do Araçuaí, em Ponto dos Volantes, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais.
A exibição reúne cerca de 120 peças de artesãos do agreste, a maioria à venda, e outras que compõem o acervo da galeria e só foram vistas anteriormente em exposições como a Mostra Comemorativa dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil, em São Paulo, e a Brasil Corpo e Alma, realizada no Museu Guggenheim, em Nova York.
Ana Maria Chindler, proprietária da Pé de Boi, há 28 anos garimpa esses achados em suas incursões pelo Norte e nordeste de Minas e o Nordeste brasileiro.
Ela destaca entre as criações, peças de Zé do Chalé, descendente dos índios xocós que começou a produzir depois dos 80 anos; Nino, um mendigo de Juazeiro do Norte, no Ceará, cujas obras, esculpidas em pedaços de madeira, receberam elogios do escultor norte-americano Richard Serra; e Manuel Eudócio, contemporâneo de Mestre Vitalino.
FONTE: JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO
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