domingo, 6 de março de 2011

Bloco Ressaca junta foliões de diversas idades e irreverências

Bloco Ressaca junta foliões de diversas idades e irreverências
Fantasia do Pinto rosa em rosto negro cria polêmicaAo som de marchinhas, sambas, sambas-enredo e frevo, o Bloco Ressaca saiu pelas ruas de Berilo, juntando todo tipo de folião, formado em bloquinhos: logo atrás do carro abre-alas um grupo de idosos se identificava como o Bloco da Ativa Idade, tendo à frente, Dona Haydée Murta, de 83 anos. Outros se formavam como as Coelhinhas ou gatinhas; as puta-véias e irreverências de algumas fantasias ou dos gritos de jovens, como torcida de futebol.

Os jovens, como em outras ocasiões, entoaram cantos e gritos como: “puta que pariu, a Esteva é a mais gostosa do Brasil”. E gritavam na porta da Dona Esteva, como torcida de futebol:"Esteva, Esteva, Esteva". Se eu fosse a Dona Esteva, de 75 anos, eu jogava um balde de água fria nessa moçada. Até parece que era isso que eles queriam.
“Ô Ô Ô Ô, olha só o Zé de Heitor” ao passar pela Praça Nossa Senhora dos Pobres.
Até o Blog teve a sua homenagem. Quando eu arrumava um melhor jeito para tirar minhas fotos, na calçada da minha casa, Léo Martuchelli e sua turma disparou: “arrá, urru, viva o Blog do Banu” .
Os jovens músicos da Vila Santo Isidoro, uma das 27 comunidades quilombolas de Berilo, formaram o Bloco Musical Zumbizeira. Sob comando do Maestro Idelfonso, eles que puxavam os cantos de músicas do carnaval tradicional, fazendo todo mundo cair na folia: Mamãe eu quero, Jardineira, Cachaça não é água não, Dinheiro aí, Triste madrugada, e tantas outras marchas e sambas clássicos. Os jovens músicos pareciam veteranos com seus trumpetes, saxofones, trombone de vara, tarol e bumbo.
As crianças saiam animadas pelo Bloco, às vezes fantasiadas ou simplesmente com serpentinas pelo pescoço.
Os comerciantes Wagner Martuchelli e Helder Amaral, o odontólogo Juraci e o mecânico Lé sempre vestem suas fantasias na casa do Hélder e Karine. Foliões desde o início do Bloco, eles comentavam que outra geração já está tomando conta da animação das ruas com sua irreverência e cantos de louvor e provocação. E isso era bom para o Bloco continuar se revitalizando.
Sidônio Costa, que sempre se fantasiou como uma mulher elegante, mais uma vez foi um dos destaques do Bloco.
Nesse ano, o Bloco teve a adesão de moradores da cidade Barueri-SP. Eles chegaram com suas fantasias diferentes, distribuindo serpentinas, spray, jogando confetes. Com fantasias vistosas apareciam os irmãos Sérgio e Alberto Eleutério, o Betão, e Gerson Pedro, ativista do Movimento Negro de São Paulo.
A fantasia de Gerson Pedro criou frisson entre os participantes, principalmente com os mais velhos. Na sua fantasia de uma velha senhora, despontava no seu nariz um vistoso pênis, ereto. E, sem camisinha. Depois, alguém botou uma.
Virou a atração do Bloco. Os mais velhos pediram para que retirasse o ornamento nasal.
Gerson se recusou. Virou ponto de discussão sobre limites do que deve ou não ser mostrado.
Os mais jovens se deliciavam com o pênis nasal, achando massa, bacana, irreverente, provocativo.

Gerson Pedro, de Barueri-SP, e seu nariz fálico. Freud deve explicar
Alguns argumentavam que as puta-véia do Dim Amaral, seus sobrinhos e Altemar de Souza estavam mais escandolosos do que o pinto branco, de plástico, em rosto de um negro.
E assim, seguiu a festa do Bloco, passando pelo Bar do Silvano, do Bar Zé Fininho, terminando com uma batucada no Bar do Rubinho.

Terça-feira de carnaval tem mais. Muita gente que não saiu fantasiado no domingo promete cair na folia. Eu sou um deles.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Banu, lembra que conversei com vc no domingo??
Estou seguindo o seu blog..
visite o meu tambem.
jucilene.arteblog.com.br
bjs

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