sexta-feira, 18 de março de 2011

Berilo, a praça e o novo tempo

Berilo, a praça e o novo tempo
A praça é um local de encontro das pessoas.


O Mercado foi construído por volta de 1930.

As feiras de sábado deixavam um cheiro de alimentos in natura, de gordura de carne de porco e boi, de estrume de animais, no estacionamento desse meio de transporte.

Os bancos da praça eram as esquinas das lojas de comércio.
Na década de 70, os mentores do progresso derrubaram o Mercado Municipal. Fizeram uns jardins no meio da praça, plantaram árvores, colocaram bancos.Alguns reclamaram das mudanças e foram chamados de atrasados.
Agora, a praça modernizou-se ainda mais.Nesta segunda década do século XXI, um projeto futurista deixa a praça com cara de arquitetura de Oscar Niemayer, de Brasília. Cheia de concreto, árvores diferentes e cores. Enche os olhos pela beleza e planos variados.
As crianças e jovens fazem festa à noite, com suas bicicletas, skate e correrias. É um movimento como nunca se viu.
Ficou ainda melhor fazer festa ou concentrações populares.

Os encontros tem um outro sentido, menos saudosista, menos passadista. É mais presente e futuro.
Já teve show de violeiros de Lelivéldia, Encontro de Cultura Evangélica, carnaval entupido de gente alegre e dançante.
A encenação da Paixão de Cristo, na semana santa, teatro popular ao ar livre, já organiza sua apresentação ali, no palco permanente da praça.

Os moradores da zona rural que vêm ao comércio e gostam de sentar nos seus bancos, debaixo das árvores, reclamaram da falta de sombra, nas manhãs e tardes da cidade. Mesmo sem as sombras reafirmam a beleza da praça.

As pessoas procuram sua funcionalidade, sua referência de encontro. Procuram entender a obra de arte instalada ali.
Berilenses ausentes, moradores de outras cidades, tiram fotos, filmam, registram a novidade. Exibem orgulhosos, colocam moldura e expõem nos escritórios das grandes cidades.
É a procura pela busca do moderno, da contemporaneidade, do lazer e prazer do encontro na praça.
É a praça mais moderna do Vale do Jequitinhonha.Essa é a Praça Dr. Antônio Carlos, no centro de Berilo, Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas.

Nessa praça, tantas coisas aconteceram na vida da cidade. Ela foi construída depois da enchente de 1928, quando a cidade subiu a ladeira com medo do furor das águas do rio Araçuaí.

Por ela, já aconteceram concentrações políticas, festas carnavalescas, religiosas ou culturais. Foi nela que o povo ouviu o presidente Lula, em outubro de 1995, na Caravana da Cidadania do Jequitinhonha. É nela onde funcionou o clube, a escola e, há muito tempo, funciona a Prefeitura.

Quem nasce, mora, passa ou fica em Berilo, não tem jeito, vive um pouco ou muito dessa praça.

Toda cidadezinha tem a praça como referência. Ela é o local por onde todo mundo passa ou fica. Para bater um papo, para comprar alguma coisa – é o ponto mais valorizado-, para resolver algo na Prefeitura que, quase sempre, está em alguma praça. Pode ser o centro do poder.
É na praça onde as informações ou desinformações mais circulam. Muitas não chegam aos meios de comunicação como jornais, rádio, TV ou internet.

É na praça que namoramos, amamos, brincamos, dançamos e sonhamos. É também na praça onde articulamos e gritamos mudanças.

“A praça Castro Alves é do povo como o céu é do avião”, canta Caetano Veloso em frevo rasgado, falando do local do encontro dos trios elétricos de Salvador.
Na praça da minha infância tinha um Mercado todo feito de madeira e cimento queimado. Quadrado, aberto, feito um galpão, apenas com cercado por tábuas e peitoril.
Ali, brincávamos, jogávamos as peladas com bolas de bexiga de porco.
Tinha festa, leilão, quermesse, fogueiras de São João, apresentações artístico-culturais.

2 comentários:

alan disse...

parabens a prefeitura de berilo pela reforma da nova praça.

Unknown disse...

ficou lindo!!!
Amei...

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