Salinas se desenvolve com a tradição de produtora de cachaça
Por Mateus Coutinho Quando se fala em cachaça de qualidade não há dúvida de onde encontrá-la. Desde os mais exigentes degustadores da bebida até os que tomam suas doses apenas para se divertir com os amigos, a cidade de Salinas tem sido a referência para todos que, à sua maneira, aproveitam a autêntica "cachaça artesanal".
Mas não é só de fama que vive Salinas. A cidade tem buscado se desenvolver cada vez mais a partir de seu principal atrativo, que já rende bons frutos ao município. E os desafios de lidar com a produção artesanal de cachaça nos dias de hoje não são poucos. Desde os impostos - que os produtores consideram abusivos - até os esforços para garantir a tradição e o bom nome de Salinas, todas essas questões tem sido colocadas para a cidade, que não dá sinais de que vai perder seu status.
Dos Tropeiros ao Museu da Cachaça
Datada de fins do século XIX, a produção de cachaça na região era uma atividade secundária dos produtores de gado para obter renda extra, vendendo a bebida para o consumo ou para os comerciantes (chamados de tropeiros) que passavam pela região.
Foi só a partir das décadas de 40 e 50 que a cachaça começou a trazer boas perspectivas para Salinas. Nessa época surgiram algumas das marcas, como a famosa Havana de Anísio Santiago, que serviram de precursoras para os nomes hoje tão reconhecidos, como a Seleta.
Atualmente, são 54 marcas produzidas em Salinas. Como a segunda principal atividade econômica da cidade, atrás apenas de comércio e serviços, a produção de cachaça gera cerca de 2.500 empregos diretos, número considerável para uma cidade com pouco mais de 39 mil habitantes. Além disso, o município é responsável por 47% do ICMS da cachaça no estado.
Tamanha a importância da cachaça para a cidade que, em 2005, a Escola Agrotécnica Federal de Salinas inaugurou o curso Superior de Tecnologia em Produção de Cachaça. E o Governo de Minas, junto com a prefeitura e com a participação da UFMG, propôs construir o Museu da Cachaça de Salinas, que deverá ficar pronto ainda esse ano.
Mesmo com os números surpreendentes a comercialização da cachaça ainda há muitos desafios a superar. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Salinas, Zonete Mendes, o comércio da cachaça ainda é muito desorganizado, pois os produtores nem sempre se unem para vender. Ele revela que "embora a gente tenha a mesma identidade, o mesmo produto, na hora de comercializar é cada um para um lado".
Zonete lembra ainda que existe uma cultura de que cada produtor tem sua peculiaridade, seu segredo: "Se padronizasse todo mundo numa mesma cachaça daria uma cachaça espetacular, mas tem todas essas vontades aí que fazem parte também da história e da cultura. Afinal de contas a cachaça chegou a esse ponto pela ideia de alguém que descobriu uma forma de fazer algo diferente", explica.
Fonte: UFMG/Pólo Jequitinhonha
Por Mateus Coutinho Quando se fala em cachaça de qualidade não há dúvida de onde encontrá-la. Desde os mais exigentes degustadores da bebida até os que tomam suas doses apenas para se divertir com os amigos, a cidade de Salinas tem sido a referência para todos que, à sua maneira, aproveitam a autêntica "cachaça artesanal".
Mas não é só de fama que vive Salinas. A cidade tem buscado se desenvolver cada vez mais a partir de seu principal atrativo, que já rende bons frutos ao município. E os desafios de lidar com a produção artesanal de cachaça nos dias de hoje não são poucos. Desde os impostos - que os produtores consideram abusivos - até os esforços para garantir a tradição e o bom nome de Salinas, todas essas questões tem sido colocadas para a cidade, que não dá sinais de que vai perder seu status.
Dos Tropeiros ao Museu da Cachaça
Datada de fins do século XIX, a produção de cachaça na região era uma atividade secundária dos produtores de gado para obter renda extra, vendendo a bebida para o consumo ou para os comerciantes (chamados de tropeiros) que passavam pela região.
Foi só a partir das décadas de 40 e 50 que a cachaça começou a trazer boas perspectivas para Salinas. Nessa época surgiram algumas das marcas, como a famosa Havana de Anísio Santiago, que serviram de precursoras para os nomes hoje tão reconhecidos, como a Seleta.
Atualmente, são 54 marcas produzidas em Salinas. Como a segunda principal atividade econômica da cidade, atrás apenas de comércio e serviços, a produção de cachaça gera cerca de 2.500 empregos diretos, número considerável para uma cidade com pouco mais de 39 mil habitantes. Além disso, o município é responsável por 47% do ICMS da cachaça no estado.
Tamanha a importância da cachaça para a cidade que, em 2005, a Escola Agrotécnica Federal de Salinas inaugurou o curso Superior de Tecnologia em Produção de Cachaça. E o Governo de Minas, junto com a prefeitura e com a participação da UFMG, propôs construir o Museu da Cachaça de Salinas, que deverá ficar pronto ainda esse ano.
Mesmo com os números surpreendentes a comercialização da cachaça ainda há muitos desafios a superar. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Salinas, Zonete Mendes, o comércio da cachaça ainda é muito desorganizado, pois os produtores nem sempre se unem para vender. Ele revela que "embora a gente tenha a mesma identidade, o mesmo produto, na hora de comercializar é cada um para um lado".
Zonete lembra ainda que existe uma cultura de que cada produtor tem sua peculiaridade, seu segredo: "Se padronizasse todo mundo numa mesma cachaça daria uma cachaça espetacular, mas tem todas essas vontades aí que fazem parte também da história e da cultura. Afinal de contas a cachaça chegou a esse ponto pela ideia de alguém que descobriu uma forma de fazer algo diferente", explica.
Fonte: UFMG/Pólo Jequitinhonha
Nenhum comentário:
Postar um comentário