quinta-feira, 8 de março de 2012

PMDB e base aliada do Governo se rebelam


Dilma não segura base aliada

Cai por terra a tese que Dilma está repaginando, por dentro, o sistema partidário. Fica cada vez mais evidente o custo da inabilidade política da Presidente. Veja matéria abaixo, da Folha.com:

Base se rebela e Senado rejeita recondução de diretor da ANTT

GABRIELA GUERREIRO, dE BRASÍLIA

Numa rebelião conduzida por partidos aliados, o governo sofreu nesta quarta-feira a primeira grande derrota no Senado desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o cargo. Em um recado ao Palácio do Planalto, os senadores rejeitaram a recondução de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mesmo com maioria folgada na Casa.

A rebelião foi conduzida, em especial, pelo PMDB. Depois de deputados do partido assinarem manifesto com críticas e cobranças ao governo, parte da bancada no Senado decidiu usar a indicação de Figueiredo para revelar a insatisfação --e aproveitaram a votação secreta da indicação, que permite as dissidências sem eventuais retaliações do governo.

"Foi um posicionamento político de pessoas que estão insatisfeitas. O governo vai avaliar o que fazer. Existem insatisfações em vários partidos que foram manifestadas no voto secreto. A gente tem que entender o recado, aprofundar as relações políticas e acabar com as defecções", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Único senador a defender a indicação de Figueiredo no plenário do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) atribuiu ao PMDB a derrota do governo. "O governo foi derrotado pela base dele. Não foi um recado apenas, foram vários recados, do PMDB centralmente."

Na semana passada, a bancada do PMDB divulgou manifesto dizendo que a relação entre o PT e PMDB com o governo é "desigual" e que o partido vive numa "encruzilhada, onde o PT se prepara, com ampla estrutura governamental, para tirar do PMDB o protagonismo municipalista no país". 
O partido também reclama que os ministros da sigla estão "limitados" em suas ações, subordinados à Casa Civil e à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência sem autonomia para solucionar questões nem espaço de diálogo com a presidente.

ACUSAÇÕES
Em votação secreta, o nome de Figueiredo foi rejeitado por 36 votos contrários à sua indicação, 31 favoráveis e uma abstenção. Além da questão política, parte da base era favorável à derrubada da recondução do diretor da ANTT por ele ser acusado de uma série de irregularidades --entre elas a suspeita de que teve ações de empresas privatizadas na época em que presidiu a Associação de Empresas Ferroviárias do Brasil.

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi um dos articuladores da derrubada da indicação. Com acusações contra Figueiredo, Requião mobilizou a bancada peemedebista para derrubar o nome do diretor. Na reunião da bancada esta semana, o senador fez um apelo aos colegas de partido para que rejeitassem a indicação.

"Vamos impedir que a nossa presidenta, no Dia Internacional da Mulher, caia nessa armadilha de entregar para o cabrito o cuidado da horta. O senhor Bernardo Figueiredo é completa e absolutamente inadequado pelos interesses que ostensivamente defende. A indicação será um desastre terrível para a base de apoio do governo federal nas próximas eleições", disse Requião.

Aliado de Dilma, o senador Pedro Taques (PDT-MT) fez um duro discurso contra a indicação de Figueiredo. "Sou contra a sua indicação. Ele é incompetente. Não existe princípio da presunção da inocência quando as leis falam em reputação ilibada."

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