sexta-feira, 17 de julho de 2009

CAUSOS DE BERILO
A RAPADURADA DE ZÉ BITÔ
Certa vez, lá pela década de 60, Zé Bitô de Maria Madalena - figura folclórica de Berilo, hoje com setenta anos -, foi até Padre Paraíso, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas, à beira da BR popularmente conhecida como Rio Bahia. Ele foi vender rapadura, auxiliando o caminhoneiro Tadé, filho do saudoso Carrinho, comerciante de Berilo.
Lá, as rapaduras foram expostas na calçada do Mercado Municipal, todas muito bem doces e viçosas.
Em um certo momento, Tadé saiu para tomar um cafezinho e recomendou ao zeloso Zé Bitô que tomasse muito cuidado com as rapaduras, pois alguém podia roubar alguma.
Nem bem Tadé saiu para o bar da esquina, chegou um freguês e foi testando se a rapadura era boa, como é de costume de todo frequês de feira de cidade do interior. Foi beliscando aqui e ali, tirando uma lasquinha, uma beiradinha de cada rapadura.
Perguntou a Zé Bitô pelo preço de cada fôrma. Bitô, desconfiadíssimo, pensou que era ladrão. E partiu para ação. Respondeu com uma forte rapadurada na cabeça do freguês.

E saiu, gritando:
- Sai, ladrão!
O freguês caiu em cima do rastro, com um grande corte na cabeça.
Zé Bitô conta que só viu o melado descer. Era sangue jorrando, misturado com o doce da rapadura.
Rapidamente, Tadé chegou e viu a confusão arrumada pelo ajudante tão cuidadoso e zeloso. Os dois jogaram as rapaduras em cima do caminhão e bateram em retirada para não serem presos.
***
Minha homenagem a esta figura lendária e querida por todos de Berilo, o nosso ZÉ BITÔ.
Roberto Amaral Barbosa

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