Eu quero gozar gostoso. Quero flertar, quero seduzir, quero transar, quero ter uma vida sexual incrível. Todas nós mulheres queremos!
Queremos ter muita libido, tesão e desejo sexual, queremos viver essa possibilidade maravilhosa que nossos corpos nos permitem: o prazer da
transa, do clímax, do orgasmo! É tão bom, né?
transa, do clímax, do orgasmo! É tão bom, né?
Mas, olha...não é fácil! Uma das coisas que nos impede de viver plenamente nossa sexualidade são as propostas sexuais indesejadas que recebemos todos os dias de estranhos – no ônibus, na rua, na festa, na casa de uma amiga, na faculdade, no trabalho, na fila do banheiro, na praia, na manifestação, na militância, etc. etc. etc.
Cada vez que ouvi um homem que eu nunca vi na vida, com quem eu não estava conversando, a quem eu não dei nenhuma abertura ou intimidade me dizer que queria “me chupar todinha”, “me botar de quatro”, “meter gostoso” ou qualquer coisa do tipo, perdi um pouco da minha capacidade de sentir tesão.
Parece exagero? Acreditem: NÃO É.
Quando eu estou sentada no ônibus tranquilamente vendo a cidade passar pela janela e o cara do banco da frente vira pra trás, me encara e sussurra que se eu quiser ele pode “me deixar toda molhadinha” eu sinto nojo não só do cara, mas também de mim mesma e da minha sexualidade.
Racionalmente eu SEI que nessa situação quem errou foi o cara que invadiu a minha tranquilidade e violou o meu direito de andar de ônibus em paz pra me fazer uma proposta completamente fora de contexto, indesejada, desagradável e nojenta.
Porém eu SINTO que quem errou fui eu por ter despertado desejo no cara. Me arrependo de ter pego aquele ônibus, de ter sentado naquele banco, de ter saído de casa com aquela roupa, de ter aquele corpo, de ser aquela mulher que foi assediada.
A raiva que sinto de mim mesma é imensa e imediata. Sinto que a culpa foi minha, que tenho que conter minha sexualidade, ser menos feminina, menos mulher, menos livre, menos eu: tenho que ser mais contida, mais discreta, mais recatada, mais invisível. Ruim, né? Agora imagina viver isso todo dia.
Essa combinação de nojo, raiva, culpa e vergonha corta o tesão de qualquer mulher! Por isso, proponho aos homens que me lêem: honrem essa enxurrada de relatos corajosos da campanha #PrimeiroAssédio e melhorem! Entendam de uma vez por todas que na grande maioria
das vezes suas cantadas, gracinhas e propostas obscenas são recebidas como assédio e guardem seus comentários pra vocês.
das vezes suas cantadas, gracinhas e propostas obscenas são recebidas como assédio e guardem seus comentários pra vocês.
Com essa mudança de atitude vocês começam a respeitar os direitos das mulheres e a colaborar pra que mais delas gozem mais gostoso!
Marina Motta, 29, é carioca, formada em Ciências Sociais e trabalha com Gênero e Violência na ONU.
Espaço ocupado no Brasil 247 como parte da campanha #AgoraÉQueSãoElas
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