terça-feira, 10 de julho de 2012

Nestas eleições, não se deixe levar por lorota

Algumas reflexões e alerta para o eleitor que quer cidadania
Por Alexandre Macedo - alexandrefernandesmacedo@gmail.com
Como já percebemos pelas ruas, já começou
a campanha eleitoral... Não precisa nem notar 
os carros de som, cartazes, santinhos, dentre 
outros. Basta notar a quantidade de pessoas 
que vão te cumprimentar lá do outro lado da 
rua e que antes, nem olhavam na sua cara. 
Daí sim, podemos ter a certeza de que a 
campanha já chegou.

Não ouse contar os "tapinhas" no ombro, os 
sorrisões,  as vezes que irá ser chamado(a) 
de amigo(a), as caronas que irá receber pelos 
morros da cidade. etc, você não vai dar conta. 
Pois é minha gente, isso tudo é muito bom, 
mas por outro lado é bastante preocupante.

Nós brasileiros, como já havia descrito Sérgio Buarque de Holanda no clássico "Raízes do 
Brasil", somos bastantes cordiais (e o mineiro mais ainda...). E o que significa ser "cordial"? 
Cordial vem do latim cordialis e significa" do coração", ou seja, aquele(a) que é "dado(a)", 
simpático, que age pela emoção, etc. Mas, afinal, o que isso tem haver com política? Bem, 
devido a esse nosso jeito de ser, acabamos por confundir relações pessoais e afetivas com 
relações políticas. E o resultado disso, é que muitas vezes, por exemplo, numa campanha 
eleitoral, não escolhemos o melhor político, mas sim o melhor amigão do povo, o mais popular, 
o dono da loja onde somos clientes, o vizinho da rua de cima, etc. Não estou dizendo, com este 
exemplo, que só pelo fato de serem nossos conhecidos não são bons políticos, mas sim que, 
em muitas vezes, não analisamos se o(a) candidato(a) é bom/a político(a) e votamos nele(a) 
apenas por ser nosso(a) conhecido(a). 

É neste exato momento que começamos a descaracterizar a verdadeira Política.

Por isso minha gente, não vamos cometer o mesmo erro dos outros anos. Não vote em um 
candidatosomente porque ele foi o "único que te pediu voto", que foi o único que foi na sua 
cozinha tomar café ou é o único conhecido seu. Vamos ser mais exigentes! Que desta vez 
possamos usar outros filtros para medir a capacidade técnica e política de nossos futuros 
representantes, para que nos próximos anos, venham exercer um trabalho com efetividade. 
Antes de prometer seu voto a um candidato, tente pensar assim: O que esta pessoa tem 
feito pela cidade? É um cidadã(o) atuante? Tem perfil político ou só está querendo um gordo 
salário? É alguém que exerce algum trabalho social? Participa dos eventos políticos? 
É uma pessoa idônea?

Não podemos mais confundir uma "boa pessoa" (bom empresário, bom pai de família, bom 
religioso, bom filho, etc) com bom político, uma qualidade não tem nada haver com a outra! 
Não precisamos de candidatos "bonzinhos", o que necessitamos é de candidatos politizados, 
atuantes na cidade, com boas ideias e bons projetos, com habilidades de argumentação, 
eloquência, conhecedores da realidade do município,etc.

Por isso, nesta campanha, não entregue seu voto facilmente. Antes de declarar apoio a 
algum(a) candidato(a) pergunte-lhe sobre as ideias e projetos que ele(a) tem a oferecer, 
indague-o(a) sobre como ele(a) pretende viabilizar os projetos, reúna um grupo de pessoas 
do bairro e convoque vários candidatos para exporem suas ideias, reúnam-as em um 
documento  e registre-as no cartório. 

Desta forma, no caso do(a) vereador(a), no mínimo ele(a) vai ser obrigado(a) construir o 
projeto e apresentá-lo no Legislativo, após isso a responsabilidade passa a ser do Executivo. 
Não se deixem levar pelo famoso chavão "Vou lutar pela saúde, educação e lazer". Chega 
disso! Que possamos colocar nossos candidatos à prova e mostrar a eles que política 
não é aventura e sim um compromisso sério com as várias necessidades e esperanças da 
população.

Que nessas eleições, possamos fazer diferente, não esperando nenhuma novidade dos novos 
e "velhos" candidatos, mas sim reconhecendo que atitudes simples como estas descritas nesse 
texto podem fazer uma grande diferença em nossa cultura eleitoral. Somente assim, com o nosso 
protagonismo, é possível sonhar com novos tempos em nossa tão ainda "perrengue" democracia.

Alexandre Macedo é colaborador do Movimento Muda Capelinha.  Assistente Social, 
pós graduando em Gestão de Políticas, Programas e Projetos Sociais e graduando 
em Tecnologia em Gestão Pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário