quinta-feira, 19 de julho de 2012

Lembranças em verso e prosa, novo livro de Celso Freire, de Coronel Murta


Celso Freire lança livro em Araçuaí, neste sábado, 21 de julho

Em “O rio das minhas manhãs”, Celso Freire transita por formas literárias
 em memórias de personagem-autor             

  Prosa ou poesia? Na dúvida, fique com os dois. Este é o caminho escolhido pelo escritor Celso Freire em sua mais recente obra: “O rio de minhas manhãs” (144 páginas, Alpharrabio Edições), que será lançado no dia 21 de julho, em Araçuaí, no espaço “Vale Com Valor”, ás 17h30.
O livro é formado por 30 capítulos curtos, cada qual composto por um poema de abertura, seguido pelas narrativas de José Silva, personagem que aos noventa anos relembra lugares e relacionamentos de sua juventude, ao mesmo tempo em que reflete sobre a condição humana e a possibilidade de um novo relacionamento.
Celso Freire nasceu em Coronel Murta (MG) e recorda sua própria infância ao se apresentar ao leitor, fazendo uso do estilo emprestado de José Silva (ou seria o contrário?). “Cresci me lambuzando no pó da terra e tendo nos rios o respaldo para a limpeza do corpo, a alegria da alma e a água para engrossar o caldo do feijão no caldeirão. Os arrozais e as hortas brotavam nos brejos à beira do Riacho do Agachado; as mangueiras floriam próximo às cacimbas do Olho D’água; a areia queimava na vazante do Córrego do Ouro Fino, e; o Rio Jequitinhonha era um mar de peixes, pedras e areia: Itaporé”.
É assim, com um texto afiado e com o Vale do Jequitinhonha como cenário, que Celso Freire instiga o leitor a seguir suas linhas, repletas de gostos e cheiros, imagens e saudades. E se - como  lembra Arnaldo Jabor, na voz de Rita Lee - amor é mesmo prosa e sexo, poesia, ao virar a última página de “ O rio das minhas manhãs” não há como deixar de concordar com Celso Freire: a vida fica mais bonita quando juntamos amor, poesia, prosa e sexo.     
A capa trás pintura da Artista Plástica Marina Jardim, natural de Rubim, no Vale do Jequitinhonha e residente em Belo Horizonte.

Trechos:


O dia findou de repente como num giro de ampulheta. Fez-se noite e desfilamos pelas ruas vazias, bailando até o hotel, ao som de uma valsa de Strauss (Johann, o filho): Vozes da Primavera! Avançamos pelo saguão do hotel Papadopoli Venezia e assim que cumprimos o último degrau, de escada que levava ao nosso apartamento, ela me abraçou, por traz, e sussurrou aos meus ouvidos: “quero te amar; vou lamber os seus agridoces contornos, saliências e tudo mais até me embebedar de você; vou abraçar a sua alma com ternura... Penetra a minha carne sem dor; chupa a sua amora; vamos estremecer os alicerces desse casarão, vamos provocar tsunamis nos canais de Veneza”. 

  

Ainda
Quero
Pular
Pelado
Dentro
Do rio
Que cuidou
De mim
Mesmo
Que o rio
Já não
Seja
O mesmo
Ainda
Que eu
Seja
Outro
Dentro
De mim.


O Autor
 Joaquim Celso Freire nasceu em Coronel Murta, região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, em 1952 e mora em São Paulo desde 1974. É professor da USCS - Universidade de São Caetano do Sul, onde é também Pró-Reitor de Extensão. É autor das seguintes obras, também editadas pela Alpharrabio Edições:
- “Fazendo Poeira” (1997).
- “Versos Avessos”, com Débora de Simas (2004).
- “Políticas Públicas no Vale do Jequitinhonha - a difícil construção da nova cultura política regional, políticas públicas e desenvolvimento regional” (2005).
- “Um Silva de A a Z” (2007).



Serviço:

21 de julho de 2012, às 17h30, no espaço “Vale com Valor”
Praça Duque de Caxias, 97 (Próximo à antiga Prefeitura) ---  
ARAÇUAÍ - MG


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