A cidade de Capelinha, no Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas, vem vivendo
uma transformação, há cerca de 40 anos. Na sua zona urbana, vivem mais de 24 mil
pessoas. Em 1970, era pouco mais de 4 mil habitantes. É a cidade que mais
cresceu em todo o Vale do Jequitinhonha. Mais de 600%. Em ritmo alucinante, este crescimento
tem trazido muita esperança e alegria à sua população, atraindo muitas pessoas
de outros lugares, investidores de todo o país, em diversos setores.
Mas, sempre foi assim? Não,
respondem os mais experientes. Este desenvolvimento econômico que coloca o
município com o segundo PIB – Produto Interno Bruto da região teve início na década
de 70, do século passado, com a introdução de dois grandes projetos incentivados
pelo governo mineiro: a plantação de eucalipto e a cafeicultura.
A cidade tomou o café como seu símbolo.
Talvez seja este um dos poucos megaprojetos incentivados pelo Estado - vendidos como redenção do Vale -, que tenha gerado mais renda e empregos para as
cidades da região, incrementando o
desenvolvimento sócio-econômico local. A plantação de eucalipto gerou riquezas,
mas concentrou-se em grandes empresas, com poucos empregos. Mas, muitos pequenos empreendedores de Capelinha investiram no setor. A Barragem de Irapé
gerou empregos e renda apenas no seu período de construção.
Com a cafeicultura e a silvicultura, Capelinha dinamizou outros setores como as áreas de prestação de serviços e a construção civil, empregando muitas pessoas. No ano de 2011, na geração de emprego, com um índice de crescimento de 12, 22%, o município ficou em segundo lugar nas regiões norte, noroeste e nordeste de Minas. Superou cidades como Montes Claros, Teófilo Otoni, Curvelo, Pirapora, Janaúba e Paracatu, além de obter uma taxa de emprego maior que o dobro da média de Minas e do Brasil.
A área da construção civil é o setor mais dinâmico hoje. Dados da Prefeitura Municipal indicam que se constrói uma casa a cada dia. Não se encontra pedreiros, serventes, carpinteiros e outros profissionais desempregados na cidade. Muitos trabalhadores das cidades vizinhas têm chegado em Capelinha,em busca de oportunidades. O valor do dia de serviço do pedreiro chega a R$ 100, e do servente a R$ 50. A entrada da Caixa Econômica Federal com a liberação de R$ 30 milhões para financiamento habitacional fez todo mundo correr atrás da construção da casa própria.
Nas áreas sociais e culturais vem surgindo iniciativas as mais diversas. Movimentos populares despontam com cobranças de adoção de políticas públicas para que o Estado – governos federal, estadual e municipal – reestruturem seus equipamentos e ofertem serviços de qualidade para atendimento aos direitos sociais básicos. O Estado vem dando seus pulos para atender a tanta demanda surgida com o crescimento avassalador da cidade. Os serviços de saúde do município foram um dos destaques em recente ranking nacional divulgado pelo Ministério da Saúde.
No ano de seu Centenário, Capelinha comemora várias conquistas. Mas, a boa nova deste início de ano é a aprovação de instalação de um campus da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A população se envolveu toda na conquista deste projeto. Realizou reuniões, encheu salões e gabinetes de Diamantina e Brasília. E muito mais: ocupou as praças e ruas com uma multidão de gente, colhendo milhares de assinaturas em abaixo-assinado, cobrando educação superior, pública e gratuita. Juntou as mais diferentes pessoas e grupos em torno de uma bandeira comum. Superou quase todas as divergências possíveis. Mostrou unidade de luta em uma causa de todos.
E registrou na história do mundo como um dos raros e maiores movimentos populares de reivindicação de educação superior.
Hoje, a esperança cresce ainda mais
com este projeto sócio-histórico de ensino superior que vem se juntar à pujança
econômica do lugar, que é muito mais resultado do empreendedorismo e da
disposição do povo de Capelinha para o trabalho do que dos investimentos do
Estado.
E este é um dos grandes orgulhos dos capelinhenses.
Capelinha está bombando! É o que
se ouve em toda roda de conversa, na cidade e na região.
Um comentário:
Fundada Academia Capelinhense de Letras
Assessoria de Imprensa da ACL
No dia 19 de março, foi oficialmente criada a Academia Capelinhense de Letras – ACL. Um mês após sua criação, 18 de abril, aconteceu a eleição da sua primeira Diretoria, tendo como Presidente o Professor José Carlos Machado, Marlene Mendes como Secretária e Tadeu Oliveira como Tesoureiro. São também acadêmicos membros da ACL: Valmir Neves (Tico Neves), Vicentina de Fátima Pereira (Tininha), Dante Guedes, Lúcia Cordeiro, Elza Cunha e Sônia Sampaio.
Dentre os objetivos da Academia Capelinhense de Letras destacam-se a congregação de pessoas ligadas à literatura, às artes e à cultura em geral; o incentivo ao gosto pela arte literária; a criação e manutenção de uma biblioteca que reúna acervo bibliográfico de Capelinha, do Vale do Jequitinhonha, do Brasil e do exterior; disponibilização de serviços de natureza cultural às comunidades local, regional e nacional.
A ideia de criação da Academia é acalentada há 11 anos e somente agora se efetiva. “A ACL evoca a memória do Dr. Fabiano Otoni, que também participou de sua idealização. Ele será o Patrono de uma das cadeiras da nova Academia”, disse o presidente José Carlos. Sobre a participação de novos membros, a ACL informou que em breve estará aberta à participação de novos acadêmicos.
A sede provisória da nova entidade é a mesma da Casa da Cultura de Capelinha, localizada na Praça do Povo, 50, Centro. Contatos pelo celular 33 9129 5211, pelo e-mail: academiacapelinhensedeletrasc@yahoo.com
facebook: ACL Capelinha
Postar um comentário