Eleições 2012
Capelinha pode ter duelo entre
Pedro Vieira x Gelson Cordeiro
Se cair na Ficha Limpa ex-prefeito Gelson Cordeiro apresenta um Plano B
PT lança candidatura própria
Após polêmica de renúncia envolvendo os ex-aliados Pedro Vieira e Gelson Cordeiro no ano passado, faz com que as eleições municipais de 2012 em Capelinha, prometa um duelo épico.
Os dois principais nomes da política local agora se encontram em lados opostos. Mesmo não confirmando suas candidaturas já fazem parte das conversas do dia-a-dia da cidade-polo do Alto Jequitinhonha.
Leia a reportagem publicada pelo Jornal Acontece de Capelinha sobre o quado político da cidade.
Principais nomes do cenário político de Capelinha não assumem ainda que serão candidatos, mas aliados admitem abertamente a intenção de lançá-los
A menos de 200 dias das eleições municipais deste ano, marcadas para ocorrer em 7 de outubro, o quadro sucessório em Capelinha começa a se definir, mas de forma lenta e gradual, como é praxe na história recente da cidade. O único partido que já decidiu por um nome e o apresentou como pré-candidato a prefeito até agora foi o PT, com o lançamento do professor Janer Moreira em encontro ocorrido no último dia 24.
Os outros partidos e lideranças estão na fase de aquecimento, mas já atentos às movimentações tanto nos seus campos como nos terrenos adversários. “No caso do PSDB, não há dúvida: teremos candidato próprio e esse nome só não será o do prefeito Pedro Vieira se ele não quiser”, diz, taxativamente, o presidente do PSDB local, o comerciante e suplente de vereador José Newton Vieira. O prefeito prefere não comentar ainda. “É cedo”, disse ele.
Uma parte da base aliada, entretanto, tem uma outra ideia, que pretende levar à apreciação do grupo: a realização de uma pesquisa de opinião, ampla o suficiente para respaldar a indicação do candidato a prefeito e a vice-prefeito.
Pela proposta do presidente da Câmara Municipal, vereador Laerte Barrinha (PHS), a pesquisa apresentaria o seu nome, o do atual prefeito e também os vereadores Cleuber Luiz (PP), Flávia Fernandes (PSL), Zezinho da Vitalina (PMDB) e Wilson Coelho (PSDB). Esse seria o método para escolher tanto o prefeito como o vice-prefeito para a disputa de outubro.
Já a tática usada pelo ex-prefeito Gelson Cordeiro (PV), apontado pelos partidos da oposição como o seu candidato natural, é apostar no tempo. “Só vou falar na época das convenções”, diz ele, que aguarda decisão da Justiça Eleitoral para saber se pode ou não ser candidato, já que teve uma prestação de contas reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2009.
Entre seus aliados, o nome de Gelson é consenso, mas um “Plano B” vem sendo desenhado no caso de o ex-prefeito ser barrado pela Justiça. Nesse caso, Gelson teria a prerrogativa de indicar o nome de sua preferência para a cabeça-de-chapa enquanto os seus aliados indicariam o vice. Seis nomes, até o momento, foram apontados como possíveis candidatos tanto a prefeito como a vice-prefeito na chapa da oposição: a vice-prefeita Hedy-Lamar Cordeiro (PV), os vereadores Valdir do Táxi (PPS), a ex-primeira-dama Adriana Guedes (PV), as ex-vereadora Edneuza Araujo (PV) e Lucinha Pimenta (PR) e Paulinho Pimenta (PDT).
Ex-prefeito é apontado como candidato natural por pelo menos seis partidos contrários à atual administração
Situação jurídica incerta de Gelson leva oposição a costurar Plano B
Possível Condenação de Gelson pelo Tribunal de Contas da União provoca incerteza sobre legalidade de sua eventual candidatura
Possível Condenação de Gelson pelo Tribunal de Contas da União provoca incerteza sobre legalidade de sua eventual candidatura
O ex-prefeito Gelson Cordeiro de Oliveira (PV), que governou a cidade de 1997 a 2004, é apontado por pelo menos seis partidos da oposição em Capelinha como o seu candidato natural nas eleições deste ano. Mas Gelson Cordeiro, para sair candidato, tem antes de contornar um problema jurídico que pesa contra ele, já que foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2009, por irregularidades na prestação de contas de recursos enviados ao município pela Funasa (Fundação Nacional da Saúde).
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Enquanto a Justiça Eleitoral não se manifesta sobre a possibilidade ou não de uma eventual candidatura de Gelson Cordeiro, seus aliados buscam “costurar” um Plano B, que consiste na indicação, pelo ex-prefeito, do nome que encabeçaria a chapa enquanto os demais partidos aliados a ele nomeariam o vice. “O candidato natural da oposição é de fato o ex-prefeito Gelson Cordeiro. Confiamos que ele terá condições de se candidatar, mas, caso isso não ocorra, nosso ‘Plano B’ é reunir o grupo e indicar um nome alternativo para a disputa eleitoral”, resume Paulinho Pimenta, presidente do PDT. O próprio Paulinho Pimenta é apontado como um provável nome para compor a chapa como vice-prefeito ou mesmo como cabeça-de-chapa, caso Gelson não consiga condições legais de candidatar-se.
O nome de Gelson tem o apoio também do PPL, presidido pelo vereador Gedalvo Fernandes, do PSD, cujo presidente é o ex-vereador e locutor Jailson Pereira, do PPS, liderado pelo vereador Valdir do Táxi, e o PV, que tem como presidente a comerciante e atual vice-prefeita Hedy-Lamar Cordeiro Ferreira, irmã de Gelson Cordeiro.
Já o PR, que tem na presidência a ex-vereadora Lucinha Pimenta, esposa de Paulinho Pimenta, diz que a legenda sempre alimentou o desejo de lançar um nome próprio, mas que só faria isso se houvesse o respaldo das outras agremiações de oposição. “O PR foi convidado por outros partidos para juntar as forças, então temos de conversar e determinar a melhor estratégia. De qualquer forma, o que está decidido é que iremos caminhar com a maioria, pois sempre fomos oposição e iremos acatar o que o grupo decidir”, relata a ex-vereadora.
Ex-prefeito vai esperar convenções para se manifestar
O ex-prefeito Gelson Cordeiro (PV) mostrou cautela ao ser perguntado pela Reportagem se seria candidato a prefeito de Capelinha nas eleições de 2012, preferindo adiar qualquer afirmação mais definitiva. “Política se faz com o grupo, então não decido nada sozinho. Quem vai decidir se serei candidato ou não é o grupo do qual faço parte, que tem remanescentes da situação e lideranças que já eram da oposição”, disse Gelson Cordeiro. Ele afirmou que somente poderia se posicionar de forma mais incisiva após o período das convenções, marcadas pela Justiça Eleitoral para ocorrer entre 10 e 30 de junho.
Gelson também não quis comentar sobre a condenação que pesa contra ele no Tribunal de Contas da União (TCU), em sentença de 2009. O ex-prefeito foi condenado pela Corte do TCU por irregularidades na prestação de contas de recursos destinados pela Funasa (Fundação Nacional da Saúde) a melhorias nas condições sanitárias do município. Segundo o órgão, o ex-prefeito não demonstrou como aplicou a verba e, por isso, entrou para o Cadastro de Contas Julgadas Irregulares (Cadirreg, conhecida como “lista”). O TCU condenou o ex-prefeito a devolver o valor atualizado de R$ 319.820,87 aos cofre da Funasa e também ao pagamento de multa fixada em R$ 5.000,00.
Procurado pela Reportagem, o TCU explicou que o fato de constar na “lista” não implica automaticamente na inelegibilidade do ex-prefeito, uma vez que essa incumbência cabe à Justiça Eleitoral. Assim, quem poderá dizer se Gelson Cordeiro pode ou não concorrer às eleições deste ano, ainda que pese contra ele a condenação do TCU, é a Justiça Eleitoral de Capelinha, que tem prazo até 5 de julho para se manifestar, já que essa é a data-limite que o TCU tem para o envio da “lista” às comarcas. Em relação à condenação do TCU, a Justiça Eleitoral, por sua vez, só poderá tomar alguma decisão após um eventual pedido de registro de chapa com o nome de Gelson Cordeiro, o que só pode ocorrer com a realização das convenções.
Grupo de Pedro Vieira propõe pesquisa para definir chapa
Prefeito não admite ainda, mas sua candidatura à reeleição é dada como certa no PSDB e em outros partidos da base
Vereadores Laerte Barrinha, Cleuber Luiz, Wilson Coelho, Flávia Fernandes e Zezinho da Vitalina são cogitados para vice
Prefeito Pedro Vieira deve disputar a reeleição nas eleições de outubro
Apesar de não assumir formalmente, o prefeito Pedro Vieira (PSDB) deve ser confirmado nas convenções marcadas para junho como candidato à reeleição, conforme relata o próprio presidente do partido em Capelinha, o comerciante e suplente de vereador José Newton Vieira, que é também sobrinho do prefeito. “Já existe um consenso entre os filiados de que o melhor nome é o do Pedro Vieira”, diz ele.
Se o nome de Pedro Vieira for confirmado como pré-candidato à reeleição, a base aliada tem pelo menos cinco possíveis pré-candidatos a vice-prefeito: os vereadores Laerte Barrinha (PHS), Wilson Coelho (PSDB), Flávia Fernandes (PSL), Cleuber Luiz (PP) e Zezinho da Vitalina (PMDB).
Para o presidente do PSDB de Capelinha, o desafio agora é definir, dentro da base aliada, o nome que mais agrega e unifica o grupo para compor a chapa como candidato a vice-prefeito. “A maior liderança dentro do nosso grupo é o próprio prefeito. O que deve ser discutido a partir de agora é quem vai compor a chapa com ele”, detalha José Newton, emendando que o lançamento de candidatura própria é uma decisão já sacramentada no interior do partido.
Apesar de o PSDB já estar fechado em torno do nome de Pedro Vieira, conforme relata José Newton, parte da bancada de vereadores da base vem defendendo a realização de uma ampla pesquisa de opinião pública antes de definir a chapa. “O que ficar definido na pesquisa, o grupo apoia incondicionalmente. Se a pesquisa apontar Pedro Vieira para prefeito e outro nome para vice, ainda que não seja o nosso, estaremos de total acordo”, afirma Laerte Barrinha.
Cleuber Luiz, que diz concordar “plenamente” com a posição do presidente da Câmara, afirma também que a pesquisa funcionaria como uma prévia, até mesmo facilitando a unidade na definição da chapa. “Só não aceitamos imposição de nomes”, emenda ele. Cleuber e Laerte dizem que a realização da pesquisa tem o apoio dos seus partidos, com possibilidade de alcançar também o PT, o PMDB, o PTB e o PCdoB.
Também lembrada como possível candidata à vice, a vereadora Flávia Fernandes diz que apoia a pesquisa defendida pelos outros colegas da base, inclusive autorizando a inclusão de seu nome como uma das opções. “Estou no quinto mandato e nunca me decepcionei nas urnas. Tenho a credibilidade e o apoio da população capelinhense”, afirma.
José Newton, do PSDB, diz que seu partido concorda com a realização da pesquisa, mas que ela se restringiria à indicação do vice, uma vez que a cabeça-de-chapa seria ocupada por Pedro Vieira. “A única hipótese de Pedro Vieira não ser o candidato é se o próprio prefeito não aceitar concorrer”, justifica.
Prefeito só vai se manifestar na época das convenções
Apesar da afirmação do PSDB local de que Pedro Vieira será mesmo o candidato da base governista à reeleição, o prefeito prefere a cautela ao ser questionado se vai disputar a reeleição. Ele disse à Reportagem que considera “cedo” para falar sobre o assunto e que prefere aguardar a chegada das convenções partidárias, que ocorrerão no período entre 10 e 30 de junho, para tomar uma posição definitiva.
Os aliados mais próximos de Pedro Vieira dizem que sua candidatura é certa, mas ainda assim uma ampla reunião com todas as lideranças da base ocorrerá nas próximas semanas para que seja tomada uma decisão consensual. “Estamos apenas esperando o melhor momento para reunir todo o grupo e tomar a decisão”, diz o vereador Wilson Coelho (PSDB), reforçando a tese de que o encontro da base aliada conseguirá contemplar todo o grupo. “Tudo leva a crer que o Pedro será o candidato e, em assim sendo, já tem o nosso apoio”, arremata ele.
Segundo José Newton, presidente do PSDB local, a ideia é formar uma ampla aliança que envolva, seja na composição da chapa majoritária ou na formação das chapas proporcionais, pelo menos cinco partidos que hoje dão sustentação ao mandato de Pedro Vieira (PHS, PP, PSL, PTB e PSDB) e ainda o PT, o PMDB e o PCdoB, que hoje estão em posição de independência em relação à atual administração, mas que também serão procurados.
PT lança Janer Moreira como seu pré-candidato
Objetivo do partido é oferecer uma alternativa de voto à polarização tradicional
Mesmo com decisão de lançar candidato próprio, PT vai buscar alianças e coligações
Janer Moreira com Reginaldo Lopes, deputado federal
e presidente do PT de Minas
O PT de Capelinha decidiu, em encontro no último dia 24, apresentar o nome do professor Janer Moreira como pré-candidato à Prefeitura de Capelinha. A intenção, segundo o próprio Janer Moreira, é oferecer ao eleitorado da cidade uma “alternativa de poder”, já que a tendência de polarização entre os grupos do prefeito Pedro Vieira (PSDB) e do ex-prefeito Gelson Cordeiro (PV) não atenderia, na sua opinião, aos anseios da cidade. “As pessoas estão manifestando claramente que Capelinha precisa de uma outra forma de administração, diferente da atual e da passadas”, diz Janer.
O professor acredita que a vitória é uma possibilidade real, sobretudo depois da conquista, para Capelinha, do campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), cuja negociação em Brasília se deu, institucionalmente, por intermédio do deputado Reginaldo Lopes, que é presidente do PT em Minas Gerais. “A conquista da UFVJM teve a participação direta do PT desde o início”, conta Janer, completando que o envolvimento do deputado Reginaldo Lopes foi considerado decisivo não apenas pelos seus partidários, mas até mesmo pelos grupos da situação e da oposição. “Temos hoje um quadro bastante favorável, em que contamos com o Reginaldo Lopes, com a gestão vitoriosa da presidente Dilma Rousseff e o sempre decisivo presidente Luis Inácio Lula da Silva”, enumera.
Janer Moreira pode receber nas próximas semanas a adesão do PCdoB e até mesmo do PMDB, que ainda não definiu como vai caminhar em 2012. “Vamos procurar o apoio de todos os partidos que querem uma alternativa de poder em Capelinha que seja baseada nas reais necessidades da população e em um programa de governo que contemple novas formas de gestão e participação popular”, disse Janer Moreira. As convenções partidárias para oficialização das candidaturas a prefeito e vereadores, bem como as coligações, ocorrerão entre 10 e 30 de junho em todo o país.
PCdoB vai sair sozinho na disputa proporcional
O PCdoB de Capelinha decidiu que não vai se coligar com nenhum outro partido na disputa proporcional, na qual são decididas as vagas para a Câmara Municipal dos Vereadores. O partido vai lançar 16 candidatos a vereador, com a meta de eleger um ou dois legisladores. A informação é do presidente do diretório local do PCdoB, Carlos Henrique de Souza, assessor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capelinha e Região.
Para a disputa do Executivo Municipal, a tendência do PCdoB é caminhar junto com o PT, mas o presidente da seção local informa que é necessário ainda o fechamento de alguns ajustes entre as agremiações. A aliança entre os dois partidos remonta à primeira disputa de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, em 1989. De lá para cá, sempre compuseram em nível nacional e em vários Estados e municípios chapas em conjunto.
Carlos Henrique afirma que o PCdoB, que neste ano completa 90 anos de sua fundação, tem como prioridade interna a eleição de um representante para a Câmara Municipal, uma vez que em outras oportunidades o partido chegou perto dessa conquista, mas acabou não se concretizando em função de variáveis como o quociente eleitoral. Desta vez, afirma ele, as chances são reais e bastante animadoras.
Fonte: Por João Sampaio no Jornal Acontece, edição de 31.03.2012
Um comentário:
Para o melhor para Capelinha,eu aposto numa composição PT-PSDB.
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