sábado, 29 de junho de 2013

Popularidade de Dilma despenca, mas mantém 73% de ótimo, bom e regular.

Aprovação de Dilma cai muito e segundo turno parece certo

Avaliação de ótimo e bom chega a 30%; regular a 43%. 
Que o impacto das manifestações sobre a popularidade da Presidente Dilma (e todos outros governantes) seria um desastre, já era líquido e certo. Mas a dimensão é muito significativa. Nem é preciso citar os números, bastando ver a curva descendente, de 57% para 30% (avaliações ótimo e bom), como capturou o Datafolha.

Mais significativo é o crescimento dos que avaliam seu governo como ruim ou  péssimo; de 9% para 25%.

Há que se considerar, contudo, os meandros desta queda brutal.

Em primeiro lugar, o nordeste (onde está a maioria dos que recebem bolsa família) ainda mantém a avaliação ótimo/bom em 40%. Os que recebem até 2 salários mínimos e possuem ensino fundamental, também sustentam um índice maior de avaliações positivas (entre 35% e 38% de ótimo/bom).

Mas há o outro lado: a base de apoio e confiança parece pouco segura e fundamentada. Em três semanas, a onda de protestos corroeu índices de popularidade que permaneciam altos desde o início da gestão Dilma. É verdade que já apareciam sinais de abalo, principalmente com o boato do fim do bolsa família.

Resta, agora, entender se o desmoronamento atingiu todo sistema de representação formal ou se o governo federal é o mais ferido neste tiroteio popular.

O segundo turno, contudo, parece cada vez mais certo. Não sabemos, contudo, se serão dois candidatos exaustos e à beira do colapso ou uma briga emocionante até o último segundo.

Publicado pelo cientista político Rudá Ricci, no seu Blog

Outra Análise 
do jornalista Paulo Henrique Amorim

UMA ANÁLISE DO DATAFALHA.
DÁ PARA FAZER A LIMONADA

Por que a Folha não divulga, nunca, a avaliação PESSOAL da Dilma ?
 Diante do Datafalha – “Datafalha, Dilma não caiu” -, o ansioso blog procurou reunir alguns pedaços de analise, consultou o Tirésias, o Oráculo de Delfos, o Vasco e outros confiáveis intérpretes, e se permitiu algumas observações:   
Era impossível que, depois do “terremoto neopolítico”,  engendrado na “doença infantil do transportismo”  não ocorresse uma queda  na avaliação da presidenta e de todos políticos, sem exceção.

Porém, Dilma reúne condições para se recuperar por causa dos seus atributos pessoais, do seu governo – o Lulilma – e do campo político do qual faz parte, onde desponta Lula.

Alguns aspectos:
TÉCNICOS
1. Mesmo com a grande queda, o índice ainda é positivo :
a) o número maior é de regular (43%)
b) o segundo é de ótimo e bom (30%)
c) o terceiro ruim e péssimo (25%)

2. Foi mantida a tendência de o aumento do regular ser maior que o do ruim e péssimo;

3. A avaliação por nota continua boa : agora é 5,8 quando antes era de 7,1 (queda de apenas 1,3);

4. Curiosamente, a Folha mais uma vez omite a aprovação pessoal da presidenta (que  deve estar
acima de 50%  – como, normalmente, existe uma proporcionalidade entre a nota e a aprovação, este índice pode estar girando entre 55% a 58% ;

5. Mesmo com toda a queda, este momento de inflexão de Dilma é maior do que o ponto mais baixo de Lula (28%)  e de FHC (13%);

6. E O MELHOR, DO PONTO DE VISTA POLÍTICO :  68% APROVAM A IDÉIA DO PLEBISCITO  E 73% ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE . 


POLÍTICOS
a) seguramente não foi apenas a imagem de Dilma que despencou. Sem dúvida, a de todos os políticos,  em especial a dos principais  chefes de executivos: Alckmin, Cabral, Tarso, Anastasia, Eduardo Campriles, Aécio (por tabela), Paes, Haddad.  
Os prefeitos das grandes capitais também devem ter despencado ;

b) a massa numérica é maior na presidenta por alguns motivos: quem está mais em cima, cai mais forte;
c) em momento de crise aguda, a pessoa que ocupa o poder central vira o maior
alvo, momentâneo, de insatisfações pois além de ser a “grande autoridade” recebe o “lixo” dos problemas localizados de cada Estado;

d) trata-se de um impacto político-emocional, que pode ser passageiro, pois as condições objetivas da vida das pessoas (salário, emprego, consumo) não mudaram tão abruptamente nas últimas três semanas;
e) o dado mais preocupante é que a  crise atingiu seu Governo em um momento já de queda gradativa, por causa da economia);

f) como não há nenhum líder de oposição ou partido capaz de  encarnar a revolta popular, a possibilidade de recomposição da presidenta é mais fácil.
A única exceção é, talvez,  Joaquim Barbosa, que pode reencenar o Fernando Ferrari contemporâneo: o “mãos limpas”;
Mas, como se sabe, Ferrari perdeu para o Jango.
E se Barbosa tem “mãos limpas” há de ter alguns defeitos para ser um candidato presidencial palatável.
A sua própria isenção ficará comprometida se, em sua presidência, não legitimar a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Cadeia para todos os partidos, ou o PSDB tem privilegio de fôro ?
E seu ponto mais forte é o fato de a Globo – que sonega impostos – o eleger como “o que mais faz a diferença”.
No Brasil, isso vale mais do que toda a bancada do PMDB na Câmara e a do PT no Senado  …
Paulo Henrique Amorim é jornalista da Rede Record e publica o site www.conversaafiada.com.br

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