terça-feira, 18 de junho de 2013

Os perseguidores de direitos

Povo quer direitos e persegue os políticos corruptos

Manifestação na Praça Sete, em Belo Horizonte, neste 17.06.13

Não precisa fofocar, torturar. Eu assumo: eu sou um perseguidor.

Eu persigo, eu procuro a justiça social, o respeito ao direito de todos e não somente ao meu e ao de poucos.

Eu persigo, eu combato a corrupção que favorece aos espertinhos, aos seus amigos e ao seu restrito grupo político.

Eu persigo, eu luto por justiça social, não apenas pelos meus direitos, mas também pelo direito daqueles que tem pouco acesso aos seus direitos.

Eu persigo, eu procuro uma sociedade onde os valores da solidariedade, da tolerância, da respeitabilidade, do respeito às diferenças, da alegria e da amizade sincera estejam presentes no dia-a-dia das pessoas.

Eu persigo, eu aponto os criminosos de colarinho branco que agem nos escaninhos da administração pública, fraudando licitações para beneficiar seus chegados, escondendo informações de direito de qualquer cidadão.

Eu persigo, eu acuso o ocupante de cargo de confiança que se aproveita da função e cria uma rede de favores, nomeando cabos eleitorais, distribuindo requisições públicas, controlando serviços para financiar suas campanhas eleitorais, beneficiar seus amigos e familiares.

Eu persigo, eu quero dar um “rabo de arraia” de justiça no servidor-malandro municipal, estadual ou federal, que age como cafetão da prostituição pública, transformando sua função em “cargo de desconfiança” ao arranjar amantes, pagando seus serviços sexuais com a nomeação de cargo público para o qual a amante não possui habilitação.     

Eu persigo, eu afirmo que estes mesmos “criminosos de colarinho branco” se fazem de vítimas e procuram inverter a situação, saindo da condição de réu, botando a responsabilidade de suas falcatruas em outras pessoas, inventando fofocas entre seus beneficiados a respeito de quem luta por direitos e querem fazer as coisas de forma certa, honesta e transparente.  

Eu persigo, eu fico indignado quando alguns gestores e seus assessores têm dificuldades em administrar a máquina pública, criam déficit e querem descontar nas costas de servidores simples, braçais, com a diminuição dos já diminutos salários de cidadãos que lutam para fazer a feira e colocar comida na boca dos seus filhos.
E dá para ficar ainda mais indignado quando os salários dos cargos de confiança foram aumentados há poucos meses e não sofrem corte nem de um centavo. 
E ainda pior: a arrecadação a cada ano está sendo muito maior que a do ano anterior.

Eu persigo, eu persisto, não desisto,
luto por justiça, doa a quem doer.

Se for perseguidor quem quer promover a justiça social, me condenem. Mas não terão a coragem de dizer que foi feita a justiça; não terão sono tranqüilo; nem serão respeitados pelos seus filhos e amigos que valorizam a solidariedade, a amizade, a convivência respeitosa com todos, o reconhecimento de uma sociedade de direitos.

Neste 17 de abril de 2013, milhares de perseguidores de direitos foram às ruas em todo o Brasil. Protestaram contra todo tipo de mazelas feito por representantes políticos de todos os partidos, favorecendo empresários, amigos, correligionários, gastando milhões em obras nem sempre prioritárias, sem nenhuma consulta e satisfação à população.

Os perseguidores de direitos acordaram o Brasil e deram um recado direto: “Não são só 20 centavos, queremos milhões de direitos. E temos direito!”

Este texto foi escrito em agosto de 2011, em Berilo-MG. Atualizado em 17.04.2013, em Capelinha, Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, no dia do protesto do povo brasileiro contra  as malandragens e desvios dos serviços públicos.

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