quarta-feira, 12 de junho de 2013

Eletricista em Araçuai quer editar lista telefônica com mil apelidos da cidade

Uma emissora de TV nacional já se interessou em veicular a história do eletricista que vive em Araçuai

Foto: divulgaçãoEletricista em Araçuai quer editar  lista telefônica  com  mil apelidos da cidade
Durante 10 anos, o eletricista pesquisou e catalogou os mil apelidos da cidade
Em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG), muita gente se conhece  pelo apelido.
  
Há os mais famosos, conhecidos de todos , como Breado, Zé da Venda, Bacalhau, Zé Querosene,  Lorim , Careca, Xapeta, Pequi, Zé Codorna, Trindade,  Bocão, Lorica, Kêra, Santa de Loquinha, dona Iaiá, Bola 7, Pernambuco, Tirock, entre tantos  outros.

“Deveria ter uma lista telefônica com os apelidos. Tem muita gente que não sabe o nome verdadeiro das pessoas aqui na cidade”, defende o eletricista  Aguinaldo Silva. Quem? O Naka. “Se perguntar por Aguinaldo Silva, ninguém sabe quem é”, diz ele, que ao longo de uma década, catalogou mil apelidos em  Araçuai, que também tem o seu:  A cidade é conhecida como " Kiau. Antes era Mirréis Véi", lembra Naka.


O costume é uma das marcas da cidade, e não gera intriga para ninguém. A origem pode ser a personalidade, uma característica física chamativa, um sobrenome diferente, uma história de infância ou, simplesmente, uma brincadeira sem explicação. E, se o apelido pegar mesmo, o nome verdadeiro pode virar história, conta Naka, que além do apelido, tem sempre uma história para contar sobre seu dono.

De pai pra filho
 

Em Araçuai, os apelidos muitas vezes  estão ligados à família ou a profissão, como os “ Periquitos”, Os Mané Véi, os Barriga Suja, os Pá Bosta, os Baú, os Batatinha, os Mastiga, os Quebra-Vara,  entre outros.
 
Para Naka, não adianta se aborrecer com os apelidos recebidos porque senão, a emenda fica pior que o soneto.
Para algumas pessoas, o costume poderia ganhar um espaço de homenagem em Araçuai, funcionar até como atrativo turístico.

Naka  conta que está tentando apoio para o projeto de edição de um livro com os apelidos e  fotos dos donos e sua respectiva história. “A cidade tem essa essência  da cultura da gozação, da malandragem sadia . Gostaria  de  transformar isso  em produto cultural”, conta. “ Mas o município não tem nenhum projeto oficial que garanta ao menos a catalogação do apelidos”. lamenta o eletricista

Uma grande emissora de TV nacional já se mostrou interessada em realizar uma matéria sobre o assunto. " A produção do programa já entrou em contato comigo. Estou animado", diz Naka. " Talvez assim, alguém se interesse pela edição do livro", espera o eletricista. Ele merece.


Fonte: Gazeta de Araçuaí

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