sábado, 22 de junho de 2013

Dilma faz pronunciamento à nação no rádio e TV

O pronunciamento de Dilma

A presidenta Dilma, fez um pronunciamento, ontem à noite, em rede nacional de rádio e televisão.
Análise do cientista político Rudá Ricci.

A primeira parte: conteúdo.
Fraco. Poderia ousar e tentar se adiantar às demandas que partem das ruas. Um exemplo é dizer que enviaria ao Congresso proposta de enquadramento de atos de corrupção como crimes hediondos. Problema: romperia com sua base política. E ninguém sabe se ganhar as manifestações neste momento será duradouro. No mais, apresentou uma agenda requentada, de sugestões que já havia feito ou apresentado ao Congresso (como 100% dos royalties do petróleo destinados à educação). Reunir com governadores e prefeitos é algo que deveria ser frequente. Daí, podem sair coelhos ou lagartos.
A segunda: forma
Excelente. De amarelo, bem maquiada. Séria e objetiva, tratando de toda pauta das manifestações. Foi maternal, principalmente quando disse que está ouvindo as ruas, arregalando os olhos e olhando fixamente para a câmera.
A terceira: o impacto
Duvido que tenha sensibilizado os manifestantes. Mas deve ter unido a base, ou dado fôlego. Ela falou, e diretamente. E também deve ter repercutido na base social lulista, de baixa renda e que não está nas manifestações. Já bastaria. Conseguiu juntar ou animar, ainda que superficialmente, a tropa.
O pronunciamento era necessário. Amanhã deve ser um dia decisivo para as mobilizações. É bem possível que ocorram conflitos entre agrupamentos, no interior das manifestações. Dilma tinha que marcar posição. Se não foi excelente, ao menos foi bom.
Análise do internauta Ademir Castellari disse...
Rudá, me permita discordar da primeira parte.

Acho que foi importante ela reafirmar a defesa intransigente da democracia, para que os que adoram chocar ovos da serpente os deixem morrer.

E acho que ela matou no peito, ou assumiu para o governo a agenda das ruas. Dai, se a agenda das ruas são fracas é outra coisa, mas ela assumiu. Era disso que se tratava nesse momento.

Além disso, ela dividiu - ou voltou a jogar no colo de quem de direito - suas responsabilidades. Divisão dos poderes, inclusive dando uma chamada à realidade no congresso.

Mostrou o que já fez da pauta: redução da tarifas. Disse que trabalhará pela mobilidade urbana.

Que vai ouvir os líderes, ou seja, se apresente; que trará médicos para resolver problemas de saúde (se isso resolverá é outra coisa);
os 100% do petróleo para a educação (truco no congresso e nos governadores); ampliação de lei de acesso à informação, que ajuda a dar transparência e combater a corrupção; e, reforma Política (a grande trucada no congresso).

Por isso, acho que a primeira parte não foi ruim. Pode ter sido menos que o ideal, mas foi mais do que eu esperava. E foi, no ponto, para o governo.

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