sábado, 12 de novembro de 2016

Vitória de Trump preocupa familiares do Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha


Keila Oriol da Silva, de 45 anos, vive em Governador Valadares com os filhos e o marido, Luiz da Silva, 50, mora nos Estados Unidos há 16 anos; toda a renda da família vem do país que será governado por Trump.
Keila conta que o marido se arriscou a atravessar a fronteira do México porque sempre sonhou em morar nos Estados Unidos. Na época, ele foi sozinho, deixando ela e os dois filhos que tinham 6 e 8 anos. Hoje ele trabalha no ramo da construção civil, mora no norte do país, em Nashua, no estado de New Hampshire, e tem permissão de trabalho.
Keila acreditava na legalização do esposo, caso a democrata Hillary Clinton fosse eleita. “Meu marido não quer vir embora porque nós dependemos da renda dele para vivermos aqui. Ele paga todas as despesas da casa, além de escola particular e faculdade para meu filho. Estávamos torcendo pela Hillary, pois ela manteria os decretos do presidente Barack Obama, que regularizaram de forma temporária a residência de milhares de imigrantes. Além do mais, acreditávamos que ela criaria novas leis que permitiriam a legalização de uma forma mais rápida”, disse.
O fluxo migratório começou na segunda metade da década de 1980. “Muitas pessoas se aventuram nessa ida aos EUA. A grande maioria que está lá remete recursos para o Brasil e refazem a vida aqui. Essa rigidez que o Trump está prometendo vai impactar diretamente na economia da região”, diz Fabiano Leitoguinho.
A mesma situação é vivida pela família do carpinteiro Wesley Alves Fernandes de 29 anos. Em 2004, o valadarense foi para os Estados Unidos, passando pelo México e hoje vive ilegal no estado de Kentucky. A irmã dele, a estudante de jornalismo Jussara Alves Fernandes, disse que a esperança da família era a vitória de Hillary. “Torcemos tanto para ela, pois os democratas são mais sensíveis quanto às leis imigratórias. Meu irmão casou há um ano com uma americana, mas ainda não garantiu a legalização. Estamos apreensivos que o Trump crie alguma lei para que atrase o processo”, lamenta.
Mais de 50 mil valadarenses moram nos EUA.Foto: Divulgação
Fonte: G1 dos Vales

Nenhum comentário:

Postar um comentário