quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Militares reformados e deputados de oposição criam tumulto na Assembléia Legislativa

LEITURA DE PARECER A FAVOR DE PIMENTEL irritou oposição que provocou TUMULTO NA ASSEMBLEIA

Parlamentares e movimentos de militares reformados, em oposição, ao governador protestaram contra a leitura do parecer do deputado Rogério Correia (PT), da Comissão de Constituição e Justiça, que defende que a ALMG não autorize a abertura da ação penal contra Fernando Pimentel (PT).
A reunião teve continuidade após a PM ser acionada para esvaziar as galerias, e o parecer finalmente foi lido.
Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil.
Cerca de 200 servidores da segurança pública mobilizados pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT) realizaram na tarde de hoje (16.11.16) um ato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra o governador Fernando Pimentel (PT).
A manifestação ocorreu durante reunião do plenário em que foi lido o parecer aprovado na Comissão de Constituição e Justiça sobre o processo contra Pimentel, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Do lado de fora do edifício, a Polícia 
A PMMG precisou intervir para conter agressões dos manifestantes contra um homem que vestia camisa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o deputado Paulo Guedes (PT).
Os manifestantes, em sua maioria policiais militares reformados, lotaram as galerias do plenário para protestar contra o parecer da Comissão de Constituição e Justiça que defende que a ALMG não autorize a abertura da ação penal contra Pimentel. Ele pediam, com palavras de ordem, a prisão do governador. A reunião teve continuidade após a PM ser acionada para esvaziar as galerias.
O ato prosseguiu do lado de fora do edifício. Em discurso para os manifestantes, o deputado Sargento Rodrigues criticou o comandante-geral da PM, Marco Antônio Badaró Bianchini. "Infelizmente o comandante-geral vestiu a camisa do PT e pregou sua estrela no peito, abandonando a tropa e tentando, nos bastidores, colocá-la contra as lideranças de classe e políticas". Procurada, a corporação informou que o comando-geral ainda não decidiu se irá se posicionar sobre as declarações, o que poderá ocorrer amanhã (17.11).


Deputado é agredido em ato

Do lado de fora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), manifestantes pró e contra o governador Fernando Pimentel protagonizaram cenas de violência e pancadaria, que culminaram na agressão ao deputado estadual Paulo Guedes (PT). Segundo testemunhas, incomodado com o “varal da vergonha”, que exibe fotos de deputados aliados de Pimentel, Guedes teria feito um gesto obsceno aos grupos.

O ato era organizado pelos movimentos anti-PT Brasil Livre, Vem pra Rua e Patriotas, além de integrantes de movimentos policiais. Irritados, estes teriam batido no deputado petista, que ficou com hematomas pelo corpo. Como líder do bloco Minas Melhor, Rogério Correia emitiu nota de “repúdio contra a violência, que teria sido instigada por parlamentares da oposição”, diz o texto. As ruas do entorno da Assembleia também foram interditadas pelos manifestantes, que queimaram um caixão com o nome de Pimentel.
Reações
Em nota, o PT repudiou a agressão. "Não bastasse às tentativas de tumultuar os trabalhos da ALMG, um grupo de manifestantes, liderado por alguns deputados da oposição, partiu para as vias de fato(...) Além de repudiar atos bárbaros de intolerância promovidos por fascistas e golpistas como esse, o PT manifesta irrestrita solidariedade ao deputado Paulo Guedes e exige das autoridades policiais a imediata apuração das agressões, com a punição dos responsáveis", disse o texto.
Processo contra Pimentel
Pimentel vem sendo alvo da Operação Acrônimo, instaurada pela Polícia Federal (PF) para apurar esquemas ilegais que teriam beneficiado sua campanha eleitoral em 2014, quando foi eleito governador de Minas Gerais. Segundo as investigações, empresas teriam pago vantagens ilegais durante o período em que o atual governador mineiro comandou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, entre 2011 e 2014. Em troca, essas empresas seriam incluídas em políticas públicas ou conseguiriam obter empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que era vinculado à pasta.
Em maio, a Procuradoria-Geral da República denunciou Pimentel ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, ele teria recebido propina para incluir a montadora Caoa, representante da Hyundai no Brasil, no programa Inovar Auto, que foi lançado em 2012 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com o objetivo de conceder incentivos fiscais a indústrias do setor automotivo. O esquema teria sido operado pelo empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, conhecido como Bené, que fechou acordo de delação premiada em abril.
No mês passado, o STJ decidiu que a instauração da ação penal depende de autorização da ALMG. A corte considerou que as constituições estaduais devem estar de acordo com os institutos jurídicos da Constituição Federal, que exige autorização do Legislativo para se processar o presidente da República, o vice-presidente e os ministros.
Deputado Rogério Correa responde a oposição
O deputado estadual Rogério Correa, líder da Bancada do PT na Assembléia, disse que os tucanos articularam e deram um golpe na presidenta Dilma, e estão querendo dar o golpe também aqui em Minas. E afirma que o senador Aécio Neves, do PSDB, tem diversas acusações na Lava Jato de receber propina em Furnas e na Cidade Administrativa, mas os amigos da Procuradoria Geral da República e do Judiciário não abrem processo contra ele. E finaliza: "É perseguição dos tucanos que querem ganhar no grito e não querem nem ouvir o relatório que está publicado e eles já leram. Gritando, não vão conseguir ouvir o relatório.Aos berros, não ganha mesmo", concluiu.
Na Comissão de Constituição de Justiça da ALMG foi aprovado parecer contrário à autorização. Com a leitura do relatório realizada hoje, o assunto entra na pauta do plenário. Abre-se agora o prazo de seis reuniões para discussão. Cada orador terá até dez minutos para se pronunciar sobre a matéria. A votação deve ocorrer nas próximas semanas. Para que a ação seja instaurada, é necessário que dois terços dos deputados votem contra o parecer.
Fonte: Agência Brasil

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