quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Montes Claros: Câmara dos Deputados promove reunião para garantir direito humano à água

Comissão dos Direitos Humanos e Minorias levanta propostas para garantir direito humano à água no norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados promove reunião aberta para avaliar as condições de uso da água como bem público na região do Semiárido Brasileiro. O evento terá lugar no plenário da Câmara Municipal de Montes Claros (MG), na próxima sexta-feira (25.11), entre 14 às 17 horas.

CDHM levanta propostas para garantir direito humano à água
















A audiência contará com a participação do presidente da CDHM, deputado Padre João (PT-MG). 
Foram convidados o Relator Especial sobre os Direitos Humanos à Água Potável e ao Saneamento Básico da Organização das Nações Unidas, o brasileiro, Léo Heller, e o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, além de autoridades estaduais e municipais, estão sendo convidados.
Padre João explica que a CDHM está realizando diligências em busca de propostas para construir uma contribuição consistente do Congresso Nacional. “Para isso, estamos dialogando com as comunidades atingidas pelo uso poluidor e irregular dos recursos hídricos, como fizemos há duas semanas numa visita às comunidades atingidas pelo rompimento criminoso da barragem da Samarco, Vale e BHP”.
A região do Semiárido, por estar passando por escassez de água, foi escolhida para ser uma das visitadas no âmbito desse projeto, esclarece o Deputado Padre João. Ele anunciou que a CDHM “vai colher subsídios e ideias trazidas por representantes das comunidades da região Norte de Minas, de modo a fundamentar nossa atuação junto ao Congresso Nacional”.
 Deputado Federal Padre João (PT-MG), presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, coordena reunião sobre o direito humano à água.
Direito reconhecido pela ONU
 O deputado Padre João explica que “o acesso à água ainda é pouco conhecido como direito humano nas próprias comunidades onde ela falta, mas é contemplado pela ONU, ao estabelecer que a água limpa é um bem indispensável e insubstituível. Daí porque convidamos o principal porta-voz da ONU nesse tema para dar sua contribuição”.
O Relator Especial da ONU sobre os Direitos Humanos à Água Potável e ao Saneamento Básico lembra que o Brasil, ao ratificar em 1992 o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), reconheceu o acesso à água como direito humano à alimentação adequada. A ONU define que a água é recurso natural limitado e bem público fundamental para a vida e a saúde, indispensável para viver dignamente e condição prévia para a realização de outros direitos humanos.
 Outro conceito do referido Pacto é que “A água deve ser tratada fundamentalmente como um bem social e cultural e não como um bem econômico”, ou seja, nenhum interesse econômico pode se sobrepor ao interesse social e cultural.
 Perspectiva ecológica
 O Comitê dita, ainda, que “o modo pelo qual o direito à água é exercido deve ser sustentável, de tal forma que possa ser exercido pelas gerações atuais e futuras”. Desta forma, a garantia do direito à água articula-se com a garantia da preservação e do cuidado com o ambiente.
 Em 2015 a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu o saneamento básico como um direito humano separado do direito à água potável. Essa deliberação fornece às pessoas uma percepção mais clara do direito ao saneamento, fortalecendo sua capacidade de reivindicá-lo quando o Estado falha em prover os serviços ou quando eles não são seguros, são inacessíveis ou sem a privacidade adequada.
 Para o Deputado Padre João, “estes conceitos estabelecidos pela ONU impõem ao Brasil responsabilidades específicas para com suas populações. E abrem ao Legislativo a oportunidade de avançar na elaboração do Orçamento e de políticas públicas garantidoras do direito à água potável e ao saneamento”.
 Ao lembrar das obrigações assumidas pelo Brasil perante a sua população e à ONU, Padre João indicou que “é preciso avançar na direção apontada pela ONU e isso significa ajudar a salvar os rios, nascentes e aquíferos, propiciando acesso à água para todos, protegendo a população de doenças e legando às atuais e futuras gerações o acesso a esse bem essencial à vida”.
Fonte: Câmara dos Deputados

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