sábado, 15 de novembro de 2014

Petrolão é xeque-mate de Dilma em seus adversários

ScreenHunter_5371 Nov. 15 08.06

 Aconteceu uma coisa interessante, que fará os coxinhas surtarem. 
O chamado “petrolão”, ao atingir as principais empreiteiras do país e 
chamuscar todos os partidos, em especial os núcleos representados 
no Congresso, resultará no fortalecimento de Dilma Rousseff.
A tentativa da “Republica do Paraná”, de orientar politicamente 
as investigações, fornecendo vazamentos seletivos à imprensa 
de oposição, acabou surtindo efeito contrário.
O escândalo é vasto demais mesmo para a nossa grande imprensa. 
Junto à opinião pública, apesar dos esforços da mídia (que só tem um 
objetivo: golpe), prevalecerá a impressão de que Dilma está cumprindo 
o que prometeu.
Não sobrar pedra sobre pedra. Até porque é isso mesmo o que 
está acontecendo.
Ao dar liberdade e autonomia aos delegados e agentes da PF, sem 
exercer qualquer pressão sobre o Ministério Público, Dilma fez a sua 
grande aposta.
Ela também fez seu movimento no Grande Jogo. Deu corda para os 
golpistas se enforcarem.
Pense bem.
É interessante para Dilma que os delegados da PF, os procuradores
e o próprio juiz não tenham identificação política ou ideológica com ela, 
nem com seu partido.
Se tivessem, todos estariam acusando-na de “bolivariana”.
Seus próprios aliados, no Congresso, vários deles prejudicados 
pelas investigações, a estariam acusando de “traição”.
O fato evidenciará o republicanismo da presidenta e de seu 
governo, dando autonomia – inclusive a delegados ligados ao PSDB - 
para que todos exerçam seu trabalho com independência.
É uma jogada arriscada, naturalmente.
Mas que, se conduzida com firmeza, poderá dar resultados concretos 
contra a corrupção política.
Dilma sancionou recentemente a lei que, pela primeira vez em nossa 
história, permitirá a condenação também dos corruptores.
Quando a Lava Jato chegar nos políticos, estará em mãos de Teori 
Zavascki, um juiz severo, garantista, reservado, sem amor aos holofotes.
Zavascki é garantia de que o processo não se transformará em circo 
golpista, e, ao mesmo tempo, de que ninguém será poupado.
Ou seja, o juiz perfeito para levar adiante um processo doloroso de 
depuração.
Isso se a República do Paraná não melar tudo antes com delações 
forjadase vazamentos ilegais.
O único perigo seria paralisar as obras em andamento, visto que os 
executivos presos pertencem às principais empreiteiras do país.
Sergio Moro ao menos teve essa preocupação, e não pediu nenhuma 
medida que pudesse paralisar as atividades de empresas que 
empregam centenas de milhares de trabalhadores, e respondem por 
obras estratégicas no Brasil: obras para governadores e prefeitos de 
todos os partidos, que fique bem claro.
O golpe vai se virar contra os golpistas.
O jogo de xadrez está mais complexo e surpreendente do que nunca.
Ao que parece, Dilma permitiu que seus adversários fizessem 
alguns movimentos apressados, até mesmo comessem algumas peças.
Mas preparou um xeque-mate.
Fonte: Miguel do Rosário, no O Cafezinho.

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