sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Diamantina e o grito da Independência

O diamantinense que aconselhou D. Pedro a proclamar a independência do Brasil
Fonte: Histórioa de Pitangui no site Ache Tudo e regição (clique aqui)
Belchior Pinheiro de Oliveira 
nasceu em Diamantina aos 
08 de dezembro de 1778, 
filho de Belchior Pinheiro de 
Oliveira e Floriana Rosa de 
Oliveira.
Estudou em Diamantina, em 
Mariana e em São Paulo, onde
ordenou-se em 1798.

Bacharelou-se em direito, em 
1800, pela Universidade de 
Coimbra e, de volta ao Brasil, 
foi nomeado vigário de Pitangui.

O Pe. Belchior era grande amigo 
do imperador D. Pedro I e estava a seu lado às margens do Ipiranga, às quatro e meia 
da tarde daquele sábado, sete de setembro, quando a comitiva recebeu o correio da corte.

As mensagens continham ordem das Cortes de Lisboa altamente limitativas às ações de 
D.Pedro I como príncipe regente.

Acompanhavam-nas três cartas, duas delas da Princesa Leopoldina. Numa das cartas, a 
princesa Leopoldina escreveu: "Sinto muito dar-lhe notícias desagradáveis, mas não sei o que 
falar, se mesmo é penoso ao meu coração, a tropa de Lisboa entrou na Bahia e dizem 
desembarcou".

A outra, escrita vinte e quatro horas depois dizia: "mando-lhe o Paulo; é preciso que volte com 
a maior brevidade; esteja persuadido que não é só por amor, amizade que faz desejar mais que 
nunca a sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em que se acha o amado Brasil".

Havia também uma carta de José Bonifácio cujo conteúdo poderia ser uma boa confirmação dos 
temores sobre o espírito hesitante de D.Pedro: "Decida-se; porque irresoluções e medida d’água 
morna, à vista desse contrário que não nos poupa, para nada servem e um momento perdido é uma 
desgraça."

Após o acesso de raiva, D.Pedro perguntou a Pe. Belchior o que deveria fazer:

"Se V. Alteza não se faz Rei do Brasil será prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas. 
Não há outro caminho senão a independência.", foi a resposta.

D.Pedro prosseguiu o diálogo:

"As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de Rapazinho, de Brasileirinho. Pois verão 
quanto vale o Rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero 
do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal."

Tudo o que se segue na narração do Pe. Belchior é como um anticlimax para o momento do grito:
O Príncpe virou-se para o seu ajudante de ordens e disse:

"Diga à guarda que eu acabo de fazer a independência completa do Brasil. Estamos separados de 
Portugal."
Aproximando-se da guarda a elas dirigiu-se dizendo:

"Amigos, as Cortes portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. De hoje em diante nossas 
relações estão quebradas. Nenhum laço mais nos une!"

A seguir arrancou do chapéu o tope português, lançou-o por terra, no que foi acompanhado pela 
Guarda. 

Ficando em pé nos estribos gritou:

"Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte."

O grito que se seguiu foi ouvido com alegria por toda a nação.

Em 1821, Padre Belchior havia sido eleito deputado às cortes de Lisboa, mas não compareceu para 
tomar posse.

Dois anos depois, foi novamente eleito constituinte do Império, cargo que ocuparia por pouco tempo, 
pois, pouco depois, ela foi dissolvida pelo Imperador e ele, junto com José Bonifácio, Martim Francisco 
e outros, deportados para a França.

Seis anos permaneceu no exílio, até 1829. Retornando, reassumiu seu cargo de pároco em Pitangui, 
lá falecendo em 12 de junho de 1856.

Leia o relato de Padre Belchior aqui.

Leia mais aqui.

Fonte: Passadiço Virtual

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