quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Em Lelivéldia, vizinhos da Hidrelétrica de Irapé clamam por água

Apesar de estarem próximos da barragem, moradores convivem com o drama da seca.

Foto: Gazeta de Araçuai Em Lelivéldia, vizinhos da Hidrelétrica de Irapé, clamam por água
Agricultores exigem da prefeitura e Copanor o atendimento do direito à água
 
Eles estão a pouco mais de 7 km da Hidrelétrica de Irapé, que retém em seu reservatório de 208 metros de altura, bilhões de metros cúbicos de água.
 
A fartura da vizinha famosa, considerada a segunda barragem mais alta do mundo, construída pela CEMIG, em nada contribui para amenizar o sofrimento das famílias de pequenos agricultores da Comunidade do Bonito, a 2 km do distrito de Lelivéldia, no município de Berilo (MG), no Vale do Jequitinhonha.
 
“ Por aqui, a água já jorrou em abundância. Hoje é só tristeza e sequidão”, lembra o aposentado Geraldo Francisco da Costa, 82 anos.
 
“ A cada ano que passa fica pior”, diz Laureano Alves Cardoso, 70 anos. Os dois fazem parte do grupo de pequenos agricultores que clamam por água.
 
A região é cercada pela maior floresta de eucalipto do planeta, erguida por grandes empresas de reflorestamento em terras devolutas do Estado. “ Acreditamos que o plantio de eucalipto foi responsável por secar as nossas nascentes”, dizem.
  
“ Tivemos de vender o pouco do gado que existia para não ver as criações morrendo de sede e de fome. A seca acabou com tudo”, lamentam os moradores do lugar.
 
Dispostos a lutar pelo direito à água,  cerca de 12 famílias da Comunidade estão apelando para a prefeitura municipal e para a Copanor para resolver o problema. “ Estamos em estado de calamidade. A água que temos mal dá para o uso pessoal”, contam.
  “ Aqui não chega caminhão-pipa e se continuar como está, dentro de alguns dias, não teremos água nem para beber”, alertam os moradores que na semana passada realizaram uma reunião com o presidente da Câmara do município, Zezinho de Jamil, que recebeu um documento assinado por todos, pedindo uma solução urgente. O documento foi encaminhado ao prefeito de Berilo,  Higor Maciel Coelho (PSDB).
Solução
  
A Comunidade do Bonito está há pouco mais de 2 quilômetros da Estação de Tratamento de Água da Copanor. Às margens da estrada que conduz ao lugar, o verde não mais existe e o pouco gado que sobreviveu, está magro e enfraquecido.
Na região do Vale do Jequitinhonha, dezenas de municípios já decretaram Estado de Emergência, por conta da pior seca dos últimos 40 anos que já devastou lavouras , secou córregos, barragens e riachos.
  
“ O que queremos é que a prefeitura forneça os canos e a Copanor instale os hidrômetros para garantir água para todos”, pedem as famílias.
  
Localizado pela reportagem, o prefeito de Berilo disse por telefone que vai fornecer os canos necessários para a extensão da rede da Copanor até às casas das famílias. " Precisamos que elas ofereçam a mão de obra para abrir as valetas", disse o prefeito.
 " Isso não é problema. Juntamos todo mundo e abrimos as valas", disseram os moradores.
  
Também por telefone, a direção da Copanor garantiu que vai acionar um técnico do escritório da cidade de Salinas para realizar o levantamento e elaborar um projeto para garantir o fornecimento da água na localidade.
  
“ Esperamos que não seja mais uma promessa. Sabemos que existem recursos para atender o Vale do Jequitinhonha e vamos lutar por nossos direitos”, afirmam os pequenos agricultores.
 Fone: Gazeta de Araçuaí

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