quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um cruzeirense que torceu pelo Atlético

Uma coisa é torcer, outra distorcer

Torcer contra pelo simples sofrimento do outro é 


sadismo puro


Fiquei impressionado com a quantidade de amigos cruzeirenses, corintianos e são-paulinos que torciam fervorosamente contra o Atlético Mineiro, na decisão da Copa Libertadores da América.

Eu sempre me perguntei porque torcemos contra tudo o que o rival ou alguém com quem temos algumas diferenças. Em todos os campos da vida. 


Não será o mesmo comportamento quando desejamos a infelicidade das nossas ex-namoradas? Dos nossos inimigos? Quando desejamos insucessos aos nossos adversários políticos? 

Não seria melhor o sucesso do outro ser referência para sermos melhor ainda do que aquele com quem disputamos qualquer coisa? 

É um sentimento invejoso se aquele que tem o sabor e prazer vividos intensamente nos causa estranheza, despeito ou torcida contrária.. 

Se torcemos contra é porque sentimos o prazer sádico do desprazer e dor do outro. Se ele for derrotado, eu enfio o dedo na ferida para aumentar a sua dor .

Em vez de torcer, distorcer. Apresentar os sentimentos mais torpes, mais baixos. 

Fico feliz em ver outras pessoas felizes.

Por isso, como cruzeirense, mas não anti-atleticano, torci pelo Atlético Mineiro ser Campeão da Libertadores.
Sei de muitos cruzeirense que ficaram tristes com a conquista atleticana.
Do mesmo jeito, vi atleticanos gritando contra cruzeirenses que secaram suas vitórias.


Já saboreei esta conquista da Libertadores por duas vezes, e sei como é bom ter tal vivência. 

Fiquei mais feliz ainda vendo o sofrimento superado pelo meu sobrinho Pedro Lucas, de 11 
anos, atleticano como o pai,, que dizia, aos 40 minutos do segundo tempo, que seu coração ia sair pela boca. Minutos depois, no segundo gol do Atlético, ele tentou pular e comemorar. Mas, caiu no choro, no meu colo e de minha filha Ana Lua, também cruzeirense.

Depois, campeão, foi só alegria. Nós, cruzeirenses da casa, gritamos com ele.

E o levamos para a comemoração na Praça do Povo, em Capelinha, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas.

Fiquei feliz em ver muita gente feliz.


Parabéns aos atleticanos pela grande conquista!

Ouçam a bela música de Vander Lee, Galo e Cruzeiro:


Galo e Cruzeiro
Minha Preta não fala comigo
desde primeiro de janeiro
Ela me deu a mala eu fui dormir na sala,
fiquei sem dinheiro
Não tem mais feijoada, nem vaca atolada,
rabada ou tropeiro
Já fez greve de cama diz que não me ama,
quebrou meu pandeiro
Na hora do cruzamento, ela deu impedimento
ou falta no goleiro
Pra aumentar meu tormento, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Com o gol anulado, saí do gramado,
voltei pro chuveiro
Isso tudo porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Caí de centro-avante, pra médio-volante,
agora sou zagueiro
No último domingo ela foi jogar bingo
e eu fiquei de copeiro
Ela fala, eu me calo, ela canta de galo
lá no meu terreiro
Ela apita esse jogo, ela é quem bota fogo
no nosso palheiro
Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro.

2 comentários:

Criss Victorini disse...

Merece meu respeito, Belíssimo texto!

CARINE disse...

Parabéns Torcedor !!! Porque a Maioria Não Sabe o Que é SER TORCEDOR.

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