terça-feira, 30 de julho de 2013

Minas tem a 3ª economia nacional, mas está em 9º lugar no Desenvolvimento Humano

Minas fica em 5º lugar em longevidade, 9º em educação e 11º em renda. É o pior Estado da região Sudeste. 
Dos cem municípios brasileiros com maior desenvolvimento humano Minas se apresenta apenas com Nova Lima em 17º, Belo Horizonte em 20º e Itajubá em 85º lugar.
Os 45 municípios com piores índices de desenvolvimento humano da região Sudeste estão no Vale do Jequitinhonha, Mucuri e norte de Minas.
O Relatório divulgado nesta segunda-feira (29.07) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Fundação João Pinheiro (FJP), mostra que Minas Gerais alcançou alguns avanços na última década no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), mas está muito aquém do que imaginam muitos representantes políticos. 
Os dados divulgados mostram que Minas caiu do 8º lugar no IDHM, em 2000, no ranking  entre os Estados brasileiros, para o 9ª lugar, sendo passado por Goiás. Além disso, o Estado de Minas Gerais tem a pior colocação entre os Estados da região sudeste, estando atrás também de todos os Estados do Sul, do Distrito Federal, de Goiás e Espírito Santo.
Das cem cidades em melhor colocação no índice de desenvolvimento humano, Minas se apresenta com Nova Lima, na Grande BH, em 17º, Belo Horizonte em 20º e Itajubá, no sul de minas, em 85º lugar.
Embora seja a terceira economia do país, disputando o 2º lugar com o Rio de Janeiro, Minas amarga 0 9º lugar no IDHM. Esta posição se dá devido ao jeito mineiro ao 5º lugar em longevidade. Senão, seria ainda pior. No quesito renda, Minas ocupa a 11ª  posição. Na área de educação, o Estado ficou em 9º lugar.
Em relação ao último relatório, divulgado em 2000, o IDHM de Minas saltou 17%, de 0,624 para 0,731, passando da classificação de médio desenvolvimento para alto desenvolvimento. na comparação com 1991, quando o  índice mineiro era de 0,478, o salto foi de 52,9%.

Apesar de registrar o maior avanço nos três itens avaliados no levantamento divulgado ontem, a educação se manteve a mais baixa entre os indicadores, com 0,638. Em 2000, o indicador era 0,470.
 “A educação foi a dimensão em que tivemos o melhor desempenho, mas teremos que acelerar para recuperar o que ficou para trás. Tivemos uma melhoria de 36%, mas ainda existem grandes desafios em relação a uma parcela da população que nós precisamos colocar dentro dos sistemas de ensino”, avalia André Barrence, diretor do escritório de Prioridades Estratégicas do governo de Minas. 
Já a expectativa de vida no estado foi avaliada em 0,838 ante 0,759 em 2000, e a renda da população mineira saltou de 0,680 há 10 anos para 0,730.

Entre os 853 municípios mineiros, Nova Lima teve o melhor desempenho no IDHM, com índice de 0,813, e ficou na 17ª posição do ranking nacional. Segundo avaliação dos pesquisadores, a explicação para o melhoria de Nova Lima – passou da 13º posição em 2000, para a 1º – está ligada ao crescimento das atividades econômicas e do surgimento de novos condomínios fechados, o que contribuiu para aumento da arrecadação e geração de renda. A capital mineira ficou na segunda posição, com índice de 0,810, e na 20º colocação no ranking nacional.


O pior município da região sudeste está no norte de Minas: São João do Pacuí com 0,529.
O que é o IDHM
Criado em 1998, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ajusta a metodologia do PNUD (aplicável a países) para a realidade dos estados e municípios brasileiros, tendo em vista a disponibilidade de dados estatísticos e procurando também refletir as especificidades e desafios regionais na busca pelo desenvolvimento humano. As dimensões analisadas no IDH Municipal são as mesmas do IDH Global: educação, expectativa de vida (longevidade) e renda.
 “Em dez anos, tivemos um resultado muito positivo. Deixamos de ter qualquer município com índice muito baixo e passamos a ter apenas 8% dos municípios com índice baixo. Os demais 92% dos municípios mineiros passaram de um índice médio para alto ou muito alto na escala”, complementa o diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas.
A tabela a seguir mostra as faixas de desenvolvimento humano municipal definidas pela FJP e IPEA e validadas pelo PNUD.
Minas sobe do patamar de médio para alto desenvolvimento humano
Os estudos realizados pela Fundação João Pinheiro e validados pelo IPEA e pelo Pnud, tomou como base o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, como também os de 1991 e 2000. 
Os índices calculados revelam que Minas Gerais alcançou, ao longo dos anos, uma melhora contínua e consistente em todas as dimensões do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).  Pelos parâmetros utilizados, em 1991 o IDH Municipal do Estado era de 0,478, considerado Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Em 2000, o índice subiu para 0,624, na faixa considerada Médio Desenvolvimento Humano.
Já em 2010, o Estado atingiu o patamar de Alto Desenvolvimento Humano, com índice de 0,731, acima da média nacional de 0,727 e ocupando o 9º lugar no ranking geral dos estados brasileiros. “Trata-se de uma posição relevante, se levarmos em conta que Minas é um dos maiores e mais populosos estados brasileiros, além de ser marcado por uma histórica desigualdade social e regional”, afirma Marilena Chaves, presidente da Fundação João Pinheiro (FJP).
O quadro a seguir mostra a evolução do IDH Municipal (IDHM), por faixa de desenvolvimento e por estado, desde 1991:
Índice de longevidade de Minas é o quinto maior do país
O avanço geral do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Minas Gerais ocorreu em função das significativas melhoras registradas em todas as dimensões que estruturam o indicador das Nações Unidas.
Na dimensão Longevidade do IDHM, que considera a expectativa de vida ao nascer das pessoas, o índice mineiro subiu de 0,759, considerado IDHM Alto, para 0,838, o quinto maior índice do Brasil e já no patamar de IDH Municipal considerado Muito Alto. Em 2010, Minas Gerais melhorou sua posição no ranking nacional desse quesito, subindo da 7ª colocação para a 5ª (superou Espírito Santo e Goiás).
De acordo com especialistas da Fundação João Pinheiro (FJP), a melhoria significativa da colocação de Minas Gerais na dimensão longevidade do IDH Municipal pode ser explicada, sobretudo, pelo fato de 70% dos municípios do Estado terem alcançado as metas do milênio nessa área antes do prazo estabelecido pelas Nações Unidas (2015), registrando significativas quedas na mortalidade infantil. A queda da taxa de fecundidade da população mineira no período também contribuiu para este avanço.
IDH Municipal da Educação de Minas cresceu 36% na última década, abaixo da média nacional
Minas Gerais também obteve um salto muito significativo entre 2000 e 2010 na dimensão Educação do IDH Municipal. O Estado saiu de um índice de 0,470 para 0,638. A elevação de 0,168 pontos no IDHM-Educação do Estado significou uma melhora de aproximadamente 36% no período. 
De acordo com a pesquisa, o IDHM-Educação de Minas em 2010 alcançou um patamar um pouco acima da média nacional de 0,637 e foi superior também aos índices de dois terços dos Estados brasileiros.
O crescimento médio na educação, no Brasil, cresceu de 0,456 para 0,637, ou 39,7%. Ou seja, Minas creceu menos do que a média nacional, na área da educação.

Minas Gerais ficou em 9º lugar no quesito educação,entre os estados brasileiros.
Importante ressaltar que o cálculo do IDHM-Educação é composto de duas variáveis: os subíndices escolaridade e frequência. Minas avançou nestes dois quesitos no período de 2000 a 2010: subiu 39,7% em escolaridade e 33,7% em frequência. O índice IDH não mede os avanços na qualidade do ensino, que vem sendo constatados em outros índices como o Ideb
IDHM-Renda de Minas melhorou, mas apresenta municípios do Vale do Jequitinhonha e norte como os piores do país.
Minas Gerais também obteve um importante avanço na dimensão renda do IDH Municipal entre 2000 e 2010. Neste período, o IDHM-Renda do Estado subiu do índice de 0,680, considerado médio desenvolvimento, para 0,730, considerado alto desenvolvimento. A variação foi de 0,050 pontos, configurando uma melhora de 7,4% neste quesito na última década. O aumento de renda, no país, foi de 6,8%.
Na última década, o total de municípios com alto IDHM na dimensão renda subiu de 36 para 166, um aumento superior a 360%. Neste quesito, Minas posiciona-se no 11º no ranking geral dos estados brasileiros.

A Região Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santos) apresenta ao todo 447 municípios, ou 26,8% deles, entre os mais altos IDHM Renda do país. 
Outros 507 municípios, ou 30,4%, estão no segundo quinto dos maiores IDHM Renda do Brasil. É possível observar que boa parte desses municípios estão localizados no Estado de São Paulo, no Triângulo Mineiro, em alguns municípios do Estado do Rio de Janeiro e também na região central do Estado do Espírito Santo.

Em contrapartida, 45 municípios do Sudeste brasileiro estão entre os piores IDHM Renda do país. Eles estão localizados na porção Norte do Estado de Minas Gerais e nas regiões dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, afirma o documento do IPEA.

Os maiores IDHM Renda da região Sudeste correspondem aos mesmos municípios que possuem o maior IDHM Renda no país: São Caetano do Sul (SP) (0,891), Niterói (RJ) (0,887), Vitória (ES) (0,876) e Santana de Parnaíba (SP) (0,876).

IDHM de Minas Gerais por dimensões
O quadro a seguir resume a evolução de Minas Gerais nas três dimensões que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) das Nações Unidas:
Destaque-se que, dentre as dimensões que compõem o IDHM, o IDHM-Educação foi o que mais cresceu em Minas Gerais em 2010 na comparação com 2000. Enquanto o IDHM-Longevidade cresceu 10% e o IDHM-Renda subiu 7%, o IDHM-Educação aumentou cerca de 36%.
Mais de 90% dos municípios mineiros têm médio ou alto IDHM
Os avanços alcançados por Minas Gerais entre 2000 e 2010 no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal se tornam mais evidentes quando se compara o número de municípios que subiu de patamar no período.  A pesquisa mostra que:
- Em 2000, Minas tinha 213 municípios com IDH Municipal Muito Baixo. Em 2010, não há nenhum município nessa classificação.
- Em 2000 Minas tinha 425 municípios com IDHM Baixo. Em 2010 são 73, isto é, uma redução de 82,8%.
- Em 2000 Minas tinha 210 municípios com IDHM Médio. Em 2010 são 551, isto é, um aumento de 162,4%.
Em 2000 Minas tinha 5 municípios com IDHM Alto. Em 2010 são 227, isto é, a quantidade de municípios mineiros com IDHM Alto aumentou 45 vezes (ou 4.440%).
- Em 2010, 91,4% dos 853 municípios mineiros estão entre as faixas de Médio e Alto Desenvolvimento Humano.
Além de avançar do patamar médio para alto desenvolvimento, a diferença entre o maior e o menor IDHM de Minas foi significativamente reduzida. Em 2000, o município com a melhor posição no ranking tinha um resultado 116% maior do que o município com o pior resultado (Belo Horizonte – 0,726 / Bonito de Minas – 0,336).

Em 2010, a diferença entre o melhor e o pior resultado caiu de 116% para 54% ( Nova Lima – 0,813 / São João das Missões – 0,529). Isso demonstra que o estado vem evoluindo com ótimos resultados na redução das desigualdades regionais.

Minas continua tendo grandes desigualdades regionais. Enquanto os municípios da região central, em volta de BH, tem grandes investimentos em todas as áreas, o Vale do Jequitinhonha quase não há investimentos, nem do governo estadual ou federal, nem de empresários. A região é relegada ao último plano.
No mapa de Minas Gerais, as regiões norte e nordeste são marcadas por grandes manchas de vermelho, mostrando os baixos índices de desenvolvimento regional. 
O quadro a seguir mostra o número e o percentual de municípios de Minas Gerais, por faixa de desenvolvimento humano, em cada um dos três períodos analisados:

Um dos indicadores da melhoria do desenvolvimento humano dos municípios mineiros e brasileiros são os programas sociais do governo federal que atendem todos os municípios do país. O Programa Bolsa Família é o principal deles. Os programas educacionais propiciaram os índices quantitativos na educação. Os programas de saneamento e saúde participaram das ações de prevenção e no tratamento de doenças, contribuindo com o aumento da longevidade.

Grande parte das informações acima são do IPEA, Agência Minas e Estado de Minas

Ainda nesta semana, o Blog publicará dados e análises do IDHM dos municípios do Vale do Jequitinhonha e  norte de Minas.

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