quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"Esqueçam as revistas de moda", diz em Araçuai o estilista Ronaldo Fraga

Ronaldo Fraga está entre os estilistas mais respeitados do Brasil

Foto: S.Vasconcelos
O encontro ocorreu no Teatro Luz da Lua
Ele anda pelo mundo afora. Quando não está em Paris, Milão ou Nova York, está embrenhado em algum pontinho do Brasil, misturado com velhas costureiras e artesãs.


Na noite de terça-feira (10) ele passou por Araçuai(MG) no Vale do Jequitinhonha e  falou para cerca de 300 pessoas, no Teatro Luz da Lua sobre o tema “Tecendo histórias: a moda como instrumento de reafirmação cultural”

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Ronaldo Fraga o mineiro que se destaca entre os estilistas brasileiros por criar uma moda e desfiles que valorizam a capacidade crítica e a cultura brasileira, falou para jovens, adolescentes, costureiras e estudantes, dentro da programação do Festivale-Festival da Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha- que acontece em Araçuai de 9 a 20 de setembro.


“ Moda não é so gente requebrando nas passarelas”, disparou o estilista que  apresentou  a moda como vetor cultural.  Fraga abordou ainda, a economia criativa presente na moda, e explicou  como a literatura e a música o ajudam a buscar inspiração para o seu trabalho.


Durante a palestra, ele exibiu documentários sobre seus trabalhos desenvolvidos com adolescentes e artesãs de Tucumã, no Pará e outro inspirado no livro de Paulo Marcos- O fim do sem fim. O  poeta que vive em Salinas, no Vale do Jequitinhonha, ilustrou o livro com uma série de desenhos psicodélicos que o estilista reproduziu em uma de suas coleções.

Fraga falou pouco sobre sua coleção " Costela de Adão", inspirada nas bonecas de cerâmicas do Vale do Jequitinhonha

Ao final da palestra, indagado pelo Jornal Gazeta se o fato de a moda ser tão restrita, o estilista  salientou que a moda não é  para poucos, e está em todas as camadas sociais, desde a periferia às boutiques luxuosas.

Para quem quer trilhar o caminho da moda, ele deixou um recado: “ Fujam das revistas de moda. O grande luxo é o genuíno, aquilo que só tem naquele lugar. Roupas bem feitas, os chineses fazem muito bem. O profissional da moda tem de ter um olhar difuso, conectado com o mundo moderno”, finalizou.

Sérgio Vasconcelos - Repórter, do Gazeta de Araçuaí

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