quarta-feira, 9 de junho de 2010

Saúde do homem é debatida

Seminário em BH discute políticas de saúde para o homem
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) promoveu nesta terça-feira (8) o I Seminário de Atenção Integral à Saúde do Homem. Um dos objetivos é reverter o quadro de baixa adesão do sexo masculino aos serviços de saúde. Muitas vezes, eles só procuram atendimento quando as enfermidades já se encontram em estágio avançado, o que pode ser apontado como um dos fatores que levam as mulheres a viverem, em média, 7,6 anos a mais do que os homens.

Durante o encontro foram apresentadas as políticas Nacional, Estadual e Municipal, além de uma discussão com gestores e funcionários da saúde sobre propostas de condução dos cuidados com este público. Participaram técnicos do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMS/BH), e da SES.

"Estamos lançando uma política estadual com estratégias específicas para o cuidado do homem nos serviços de saúde. Elaboramos um plano de ação, não só para divulgar as propostas, mas também para mantermos uma interface dentro da SES e em outras áreas, trabalhando de forma intersetorial", explicou a coordenadora Estadual da Saúde do Homem, Eliana Bandeira.

Para ela a atenção deve voltar-se para a diminuição das causas evitáveis, pela prevenção, ou pela tentativa de intervenção nas causas externas de mortalidade e internações, como agressões e acidentes, responsáveis pela maioria das ocorrências deste tipo em adultos jovens.

Eliana Bandeira destacou ainda que a Política Estadual para Saúde do Homem pretende organizar a rede de atenção à saúde a fim de garantir uma linha de cuidados integrais, tendo a Estratégia Saúde da Família (ESF) como porta de entrada. Entre as prioridades estão apoiar e desenvolver ações e atividades de promoção de saúde para facilitar o acesso da população masculina aos serviços de saúde; qualificar profissionais de saúde para o atendimento dos homens; e construir parcerias com a sociedade civil organizada para promover a saúde do homem.

O secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Marcelo Teixeira, ressaltou que a mudança cultural é um fator primordial para que o homem cuide mais de sua saúde. “Se estamos aqui discutindo uma política de saúde afirmativa para o homem, é sinal que avançamos na atenção à mulher e à criança. No entanto, além de ações voltadas para o homem, a atitude do cidadão é fundamental para quebrar preconceitos, como no caso do exame de próstata, e promover de fato a saúde”.
Cultura
O assessor da área técnica da saúde do homem e psicoterapeuta, Eduardo Chakora, abordou dados e costumes culturais que contribuem para a precariedade da saúde masculina. “A fragilidade na saúde do homem é um aspecto que além de ser mascarado pela onipotência do gênero, envolve desde fatores culturais à falta de investimentos maciços quando comparado à saúde feminina ou infantil. O homem desconhece o sentido da palavra prevenção, visto que sua frequência em consultórios e a execução de exames são raros. Tal problema cultural é acalentado pelo preconceito, pela falta de informação e precariedade dos sistemas públicos de saúde”, alertou.

De acordo com Chakora “o que precisa ser combatido no Brasil é o fato de o homem não considerar o serviço de saúde como espaço masculino e o serviço de saúde não vê-lo como prioritário de cuidado, remetendo à ideia de que este está ligado exclusivamente à mulher”.

O número de mortes até os 49 anos afeta também a economia, uma vez que essa faixa etária concentra a maior parte da força produtiva do país, responsável principal pelo crescimento e o desenvolvimento interno. Outro déficit corresponde ao dinheiro direcionado pelo sistema de saúde para as intervenções, quando poderia ser usado para melhorias na saúde pública e na conscientização da população masculina sobre os cuidados necessários com a saúde.


Com informações da Agênica Minas

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