terça-feira, 15 de junho de 2010

Murilo Badaró morreu

Murilo Badaró morreu
Ele foi um dos mais influentes políticos do Vale do Jequitinhonha
O político e escritor Murilo Badaró faleceu na noite desta segunda-feira, 14.06, aos 78 anos, de infarto agudo, em seu apartamento no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, ocupou vários cargos públicos. Badaró foi o político de maior influência nas décadas de 60, 70 e inícios dos anos 80, nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

Foi deputado estadual, por duas vezes, federal, por 3 mandatos, senador, Ministro da Indústria e Comércio, Secretário de Estado e, por último, prefeito de Minas Novas, 2005-2007. Renunciou ao mandato devido a vários processos de irregularidades nas eleições e gestão municipal que deixava nas mãos de assessores.

De postura política conservadora pertenceu ao PSD, Arena, PDS e PP. Foi um dos defensores do Governo Militar e da política tradicional mineira.
Seu sonho era ser governador de Minas, tendo sido candidato em 1986. Tentou a via indireta, por indicação do governo militar, mas não conseguiu. Tentou voltar à Câmara Federal e Assembléia Legislativa mas não também não obteve sucesso. Seu pensamento e postura consdervadora fez perder seus antigos eleitores da região do norte e nordeste mineiro.

Biografia
Iniciou sua carreira política em 1958 sendo eleito deputado estadual por Minas Gerais, com apenas 27 anos. Em 1962 foi reeleito com expressiva votação.
Foi secretário de Estado do governo Israel Pinheiro. Em 1964 proclamou inflamado discurso, repudiando a cassação do senador Juscelino Kubitschek. Tal discurso ficou famoso e acabou recebendo o título de "Protesto de uma Geração".
Em 1967, candidatou-se a deputado federal, sendo eleito e, posteriormente, reeleito para mais dois mandatos. Sempre com votação expressiva, destacou-se como representante do estado de Minas Gerais na Câmara dos Deputados.
Em 1968, em atitude considerada heróica, votou contra a cassação do Deputado Moreira Alves. Devido a esta atitude, foi afastado da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e ainda teve seu nome na lista que foi enviada ao Presidente da República Costa e Silva para a perda dos direitos políticos. Devido à intervenção de ilustres políticos da época, o jovem Deputado foi salvo da punição política que seria aplicada a ele.

Daí por diante, tornou-se defensor ferrenho da ditadura militar.

Em 1979, tornou-se senador biônico pela ARENA, após eleição indireta promovida pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, conforme os preceitos militares. No Senado, foi indicado pelo presidente Figueiredo para ser líder do governo.

Além da contribuição para a abertura política iniciada naquele período, Murilo Badaró ainda foi presidente da mais importante comissão do Senado Federal, a Comissão de Constituição e Justiça.
Em 1984 foi indicado pelo presidente da República João Figueiredo para o cargo de ministro da Indústria e do Comércio, tendo como principal feito a salvação da Açominas, que beirava a falência.
Murilo Badaró foi presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) no governo de Itamar Franco.
Foi presidente da Academia Mineira de Letras, de 1998 até sua morte, em 14 de junho de 2010. Cronista por muitos anos do jornal Estado de Minas. É proprietário da Rádio Bom Sucesso de Minas Novas.


Escreveu as biografias de políticos mineiros do século XX, tais como Gustavo Capanema, José Maria Alkmin, Milton Campos e recentemente a do ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal Bilac Pinto.
Badaró deixa viúva Lucy Prado, com quem estava casado há 54 anos, sete filhos, 16 netos e quatro bisnetos. O corpo do político será velado na sede da Academia Mineira de Letras, na Rua da Bahia, em BH, e sepultado ao meio dia desta terça-feira, no Cemitério do Bonfim.

Um comentário:

Renato Louzi disse...

O caro Bloguista, não conhece profundamente o saudoso Badaró, quando fala da renuncia do mandato de Murilo, como também relatou que o mesmo tentou retornar a Assembléia Legislativa. O Sr. como homem do Vale, deveria conhecer mais o homem, político e escritor, que partiu, portanto deixando um legado, inconteste.

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