sábado, 9 de novembro de 2013

Hospital de Diamantina corre risco de fechar as portas

O hospital não paga os salários dos médicos há pelo menos três meses

Foto: arquivoHospital de Diamantina corre risco de fechar as portas
Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, atende a mais de 30 municípios vizinhos
 Na iminência de fechar as portas, o Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha(MG), padece de falhas comuns às que resultaram no fim das atividades de outras 130 instituições médicas no Estado, nos últimos cinco anos: má gestão e escassez de recursos.
  
O hospital não paga os salários dos médicos há pelo menos três meses. “Antigos gestores vinham aqui só para assinar cheques e nem sabiam o que estava acontecendo”, afirmou a atual provedora da unidade, Gislene Motta, no cargo há um ano.
  
O repasse de recursos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por procedimento realizado, é insuficiente, afirma o subsecretário de Ações em Saúde de Minas Gerais, Maurício Botelho. Por outro lado, afirma ele, com o aporte de investimentos estaduais e municipais, é possível cobrir todas as despesas. 
  
Só no ano passado, cerca de R$ 500 milhões foram encaminhados pelo Estado a hospitais filantrópicos, segundo Botelho. “Fazemos a remuneração com critério na eficiência. Os hospitais com mais leitos ocupados são os que ganham o maior valor”.
  
Contraponto
 Apenas quem está todos os dias dentro de um hospital conhece bem os desafios da administração, avalia o diretor da Associação dos Hospitais de Minas Gerais, Luiz Eduardo de Oliveira.
  
Embora reconheça a tentativa do Estado em apoiar as unidades de saúde, ele afirma que, atualmente, é preciso malabarismo e criatividade para gerir uma unidade de saúde sem cair no endividamento. “Os hospitais vivem um momento crítico. Alguns procedimentos da tabela do SUS ficam dez anos sem ajuste”, critica.
  
Ainda segundo Oliveira, a remuneração média do SUS corresponde a um quarto do valor repassado por planos de saúde e a um quinto de uma consulta particular.
  
O alto custo de medicamentos e insumos farmacêuticos também contribui para o rombo nas contas. “Nem todos os hospitais contam com pessoas com formação específica para administrar as contas. Às vezes é o médico que está por trás da gestão”, diz o presidente da associação.
  
Enquanto essa situação se arrasta, a população sofre para conseguir atendimento. Não há estimativa de quantas pessoas foram afetadas pelo fechamento de hospitais em Minas. Porém, afirma Oliveira, quem não consegue se deslocar do interior para os centros urbanos acaba prejudicado.
Fone: Hoje em Dia

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