quinta-feira, 6 de junho de 2013

Há 5 anos, assassinato do ex-prefeito Ioiô traumatizou o povo de Berilo

Líder político morreu em emboscada tramada por um médico
Cláudio Waldete Coelho Santos, o Ioiô, foi prefeito de Berilo por duas vezes. 
Hoje, seu filho Higor Maciel Coelho, de 28 anos, governa o município.

6 de junho de 2008 foi um dia de tragédia na vida do povo de Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas. 
Às 22 horas, em uma tocaia armada pelo médico Luiz Nogueira, foi assassinado com um tiro de 27 chumbos de uma espingarda 12, o ex-prefeito Cláudio Waldete Coelho Santos, o Ioiô.

O assassino Gil, capanga do médico, atirou pelas costas, quando Ioiô se encaminhava para a saída do portão da casa da professora Alaíde Amaral, a Lalá.
Ele gritou e já caiu morto.

A chumbeira acertou 4 estilhaços no coração de Ioiô e espalhou milhares pelos corações e mentes de mais de 12 mil berilenses, amigos e conhecidos do ex-prefeito.

Espalhou ódios e rancores, desejo de vinganças, estraçalhou famílias, destruiu amizades, tornou a luta pelo poder local mais renhida. 

Houve muitas acusações de participação, conivência ou cumplicidade no assassinato do líder político. Muitas defesas com o mesmo tom emocional ou constrangimento culposo por não ter feito alguma coisa para impedir a tragédia.

Hoje é um dia de triste memória na vida do povo de Berilo. Tanto para os familiares e amigos de Ioiô, quanto para seus adversários políticos  e até para seus inimigos confessos.

Os relacionamentos pessoais, familiares e comunitários se transformaram totalmente. E para pior.

Alguns querendo a paz e o reconhecimento da memória da vida política de Ioiô. Outros querendo negar e apagar sua importância histórica na vida do município.

Ioiô foi prefeito municipal de Berilo por duas vezes. De 1989-1992, eleito com 27 anos; e na gestão de 2001-2004.     

Que aqueles que buscam a vida mais plena contribuam para a paz, a tolerância e o reatamento de laços afetivos rompidos com o trágico assassinato.

A convivência pacífica e de amizade sempre foram traços fortes do povo berilense. 

Que esta data seja lembrada, mas que nunca se repita tragédia semelhante.


Lilia Rodrigues Salis escreveu no Facebook Transparência Berilo:
Ioiô,
Temos razões de sentir saudade,
temos razões de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Anteciparam sua hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

Temos razões para sentir saudades de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, sentimos saudades.
A dor nunca se abrandará.
O tempo... passa mas as lembranças, essas estão sempre presentes.

Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.

Saudades amigo...
Muita Saudade!

Foto retirada da página de Facebook da Lília Rodrigues Salis

Assassinos condenados
O assassino Gil e o mandante do crime, Luiz Nogueira, foram julgados e condenados a 14 e 20 anos de prisão, respectivamente. O médico Luiz Nogueira teve pena reduzida para 15 anos, depois.


Um comentário:

Unknown disse...

Saudades Eterna...Voç Faz muita Falta...
Sinto falta de toda vez que vinha da escola da rua e voç me abraçava.Voç era como um pai pra mim.
Voç Deixou Saudades ♫

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