quinta-feira, 23 de maio de 2013

História de amor termina em tragédia na estrada entre Capelinha e Aricanduva

Jovem casal de Governador Valadares, de 19 e 25 anos, iniciava sua vida familiar.

Um grave acidente, na madrugada desta quinta-feira(23.05.13), deixou uma pessoa jovem como vítima fatal, na estrada de Capelinha a Aricanduva, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas. 


O motorista de um caminhão-caçamba, placa de Governador Valadares, GZU 1952, ano 2009, que transportava pó de brita, perdeu o controle do veículo no primeiro morro e bateu em um barranco. 
Uma jovem, de 19 anos, morreu no local. O motorista,  desesperado, pediu socorro e andou vários quilômetros. 
Somente no Quartel da Polícia Militar ele foi ouvido e socorrido.

O Boletim de Ocorrência da Polícia Rodoviária Estadual de Capelinha, nº 200573/2013, registra que Lucas Oliveira Araújo, de 25 anos, conduzia o caminhão. A outra pessoa na boléia era Sara Júlia da Silva, 19 anos, que veio a falecer. 
O casal era natural de Governador Valadares.
O caminhão fazia frete para a Lib Asteca que presta serviços para o DER Departamento Estadual de Estradas.
O acidente aconteceu às 3:20 horas, de 23.05.2013, no km 20, da LMG 723, a 3 km de Capelinha, indo para Aricanduva.

 Ponto morto, o fim de uma história de amor 
Um motorista de Governador Valadares, Lucas, de 25 anos, apaixonou-se por uma linda jovem, Sara, de 19. Com a paixão arrebatadora, eles queriam ficar juntos o tempo todo. Os pais da moça não aceitavam o relacionamento afetivo.
Eles decidiram morar juntos. Os pais relutaram e exigiram o casamento .
Namoraram três meses e se casaram, no dia 12.11.2012. 
O jovem motorista tinha longas jornadas de trabalho, próximo à cidade. Jamais tinha feito frete com o caminhão da empresa além de 10 km.
Tinha voltado de um trabalho extenuante. Havia duas noites que não dormia direito. Queria descansar. 
A empresa exigiu que fizesse trabalhos na região de Capelinha e Aricanduva, a 300 km dali. 
O jovem motorista se sentiu pressionado. A esposa não desejava a viagem. Insistiu  para ele não ir. 
Mas, ele relutou e atendeu as exigências do patrão. Quando abastecia o caminhão-caçamba em um posto de gasolina a esposa chegou com a mala e disse que iria com ele.
Ele saiu à noite, de 22.05.13, de Governador Valadares, em direção ao destino do frete.
Às 3:20 horas, de 23.05.13, numa descida da estrada entre Capelinha e Aricanduva, no Alto Jequitinhonha, ele tentou mudar de marcha, passar para segunda. Ouviu-se um barulho de crack. A marcha não quis entrar. 
Caiu no ponto morto.
Com o desgoverno do caminhão, Lucas tentou controlá-lo. Sara gritava, desesperada, dizendo que não queria morrer. Lucas tentou jogar o caminhão no barranco, do seu lado. O caminhão virou e bateu, do outro lado, da sua jovem amada. 
Quando ele viu a esposa toda ensanguentada, ele a protegeu com cobertores. Sua amada pedia para não deixá-la morrer. Ele quebrou o pára-brisas com os pés, cortando-se todo. 
O motorista correu em busca de socorro, com os pés cheios de cacos de vidro.
Gritou na porta de um laticínio, berrou, mas ninguém ouviu.
Na escuridão da noite, continuou correndo pela estrada. E pediu socorro em uma casa que tinha sinais de TV ligada. Também não o ouviram.
Chegando no Quartel da Polícia, em Capelinha, gritou por socorro e explicou a tragédia. A Polícia acionou o SAMU e foi ao local do acidente. 
Chegando lá, a jovem esposa já estava morta, com laterais do corpo trucidadas.
Ponto morto.
O desespero do jovem aumentou ainda mais. Imaginava como viveria sem sua mulher. Ou mesmo como chegar em sua cidade,  e enfrentar a fúria da família da sua falecida esposa que podia lhe acusar de ter matado a própria amada.
O sentimento de culpa era muito grande. 
Ponto morto.
Rogava a Deus porque não evitou a tragédia. Podia ter levado ele, então.
A solidariedade de um caminhoneiro-companheiro de Capelinha, Eufrásio Henrique de Oliveira, lhe deu apoio, veículo para transporte até sua cidade, e, mais ainda, um ombro amigo.
Eufrásio conta que Lucas foi de Capelinha a Governador Valadares chorando e falando dos planos que ele e Sara tinham.
Disse que moravam na casa de sua mãe, mas iriam ter uma casa própria comprada pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. 
O caminhoneiro sabe das agruras nas estradas da vida. E mostrou-lhe as cicatrizes no braço, de um acidente sofrido.  Outras estavam na sua alma, invisíveis. Por isso e muito mais, tinha deixado de ser caminhoneiro e era representante de vendas de sapatos, em Capelinha.
O velório de Sara foi tenso com parentes de Lucas amparando-o e exigindo o direito dele ver a esposa e dar seu último adeus. 
Alguns parentes de Sara queriam evitar sua aproximação.

Esta é uma história pouco conhecida que está por trás das manchetes de mais um acidente nas estradas do Vale do Jequitinhonha.

Fontes: Polícia Rodoviária Estadual e depoimento de Eufrásio Henrique de Oliveira, o ex-caminhoneiro de Capelinha.
Publicação 23.05.13, às 17:19 h. Atualização: 24.05.13, às 18:01 h. 

Um comentário:

Unknown disse...

não foi culpa dele,e poque chegou, a hora, deus tem um plano,na ,nossa,vida'''''''''

Postar um comentário