Produtores precisam de uma Unidade de Processamento de Pescado para obter selo de inspeção sanitária e expandir as vendas
A criação de tilápias tailandesas está sendo desenvolvida no lago de Irapé com atingidos pela barragem
A falta de uma Unidade de Processamento de Pescados, está dificultando a venda de tilápias tailandesas criadas no lago de Irapé por piscicultores de Leme do Prado, Turmalina e José Gonçalves de Minas, no Vale do Jequitinhonha (MG).
No ano passado, a EMATER que dá assistência técnica aos piscicultores, enviou um projeto para o Ministério da Pesca e Aqüicultura, na tentativa de conseguir recursos para construir a Unidade. “ Até hoje não recebemos resposta”, afirma Inácio Francisco de Oliveira, Coordenador Regional da Emater em Diamantina.
Sem a Unidade de Processamento, que conta com frigorífico, local de abate e câmara fria para estocagem dos peixes, fica difícil para os piscicultores obter selo de inspeção sanitária e expandir a venda em maior escala para aumentar a renda familiar.
A Unidade de Processamento é uma exigência do IMA( Instituto Mineiro de Agropecuária) e do SIF-Serviço de Inspeção Federal (SIF) que atestam a qualidade dos produtos de origem animal, sob o aspecto sanitário e tecnológico, oferecidos ao mercado consumidor.
O projeto de criação de tilápias teve início em fevereiro de 2012 através do ProgramaMinas sem Fome, do Governo Mineiro.
“ De início, a proposta era apenas melhorar a qualidade da alimentação das famílias dos pequenos agricultores que foram atingidos pelo lago de Irapé. Como o lugar apresenta boas condições para a criação das tilápias, houve excesso da produção e então surgiu a necessidade de vender este excedente”, explica Inácio Francisco.
No entanto, esta comercialização é motivo de preocupação para os técnicos da Emater, já que a mercadoria não possui um selo de inspeção sanitária.
“ Estão vendendo de forma artesanal e na ilegalidade. Os peixes saem acondicionados em caixas isotérmicas ( de isopor ), com gelo. A venda é feita em feiras livres e direto ao consumidor das cidades de Berilo, Minas Novas, Turmalina, Leme do Prado e comunidades vizinhas”, informa Inácio Francisco.
A saída, segundo ele, seria a criação de um Consórcio Intermunicipal para dar suporte técnico aos pequenos produtores e buscar recursos em torno de R$ 500 mil para a construção de uma Unidade de Processamento que possa atender a todos.
Atualmente existem 95 tanques-rede instalados no lago. A expectativa é produzir 40 toneladas de pescado por ano.O quilo da tilápia é vendido a R$ 10.
Participam do projeto, 62 famílias que pertencem a duas associações do município de Leme do Prado( região de Mandassaia),outra em Peixe Cru (Turmalina) e a terceira em Malhada (José Gonçalves de Minas). Elas foram reassentadas durante a construção da Hidrelétrica de Irapé, inaugurada em 2006.
A usina, construída no leito do rio Jequitinhonha, pertence à CEMIG e está localizada nos municípios de Berilo e Grão Mogol. Com 208 metros de altura está entre as mais altas do mundo.
Sérgio Vasconcelos
Repórter
Gazeta de Araçuai
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