Lista Suja do Trabalho Escravo tem 409 empregadores e está aberta para consultas
No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, lembrado no último dia 28 de janeiro, 409 empregadores estão na lista suja do trabalho escravo, elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Instituto Ethos, a Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil e o Ministério do Trabalho. A lista reúne empresas ou contratantes (pessoa física) que mantêm trabalhadores em condições análogas às de escravidão.
Calcula-se que os citados no cadastro empregam 9, 1 mil trabalhadores, em setores majoritariamente agropecuários – como na criação e no abate de animais, no plantio e no cultivo de espécies vegetais, segundo apurou a Agência Brasil. Ainda há empresas de extração mineral, comércio e construção civil.
A lista suja do Trabalho Escravo está disponível na íntegra na internet
(veja a lista:http://reporterbrasil.org.br/listasuja/resultado.php), e pode ser consultada por qualquer pessoa por meio do nome da propriedade, do ramo de atividade, do nome do empregador (pessoa jurídica ou física), dos cadastros de Pessoa Física (CPF) ou de Pessoa Jurídica (CNPJ), do município ou do estado.
A lista foi criada em 2004 por meio de resolução do Ministério do Trabalho.
O infrator (pessoa física ou empresa) é incluído na lista após decisão administrativa sobre o auto de infração lavrado pela fiscalização. Os dados são atualizados pelo setor de Inspeção do Trabalho do ministério. Quando entra na lista, o infrator é impedido de ter acesso a crédito em instituições financeiras públicas, como os bancos do Brasil, do Nordeste, da Amazônia, e aos fundos constitucionais de financiamento.
O registro na lista suja só é retirado quando, depois de um período de dois anos de monitoramento, não houver reincidência e forem quitadas todas as multas da infração e os débitos trabalhistas e previdenciários.
Na última sexta-feira (25.01), foi publicado no Diário Oficial da União o resultado das auditorias fiscais do trabalho em 2012.
De janeiro a dezembro do ano passado, foram cerca de 757, 4 mil ações. Do total, 241 foram para combater o trabalho escravo.
Durante a ultima semana de janeiro, foram promovidos diversos eventos em várias cidades do país para debater a questão. O ministro do Trabalho, Brizola Neto, se reuniu na terça-feira (29.01) com membros da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), em Belo Horizonte, para discutir os desafios e os avanços do tema - como o trâmite no Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação de terras urbanas e rurais onde for comprovado o uso desse tipo de trabalho. A PEC já foi aprovada pela Câmara e precisa passar pelo Senado, o que está previsto para ocorrer ainda este ano.
Na quinta-feira (31.01), estão previstos debates com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, em São Paulo, quando será levado ao prefeito da cidade, Fernando Haddad, a necessidade de avanços da Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, firmada em agosto de 2012, ainda quando o petista era candidato à prefeitura da capital paulista.
É considerado trabalho escravo reduzir uma pessoa à essa situação, submetendo-a a trabalhos forçados, jornada exaustiva, condições degradantes, restringir sua locomoção em razão de dívida com o empregador ou por meio do cerceamento de meios de transporte, manter vigilância ostensiva no local de trabalho e reter documentos ou objetos do trabalhador com o intuito de mantê-lo no local.
Fonte: Carolina Sarres - Agência Brasil
LISTA SUJA DO TRABALHO ESCRAVO EM MINAS GERAIS DENUNCIOU 385 TRABALHADORES EM REGIME DE ESCRAVIDÃO, EM 2012
Vinte empresários de Minas Gerais entraram na Lista Suja de Trabalho Escravo, sendo um do Vale do Jequitinhonha, do município de Pedra Azul. De todos os empreendimentos 385 trabalhadores foram libertados
Todos os empreendimentos punidos pelas organizações de combate ao trabalho escravo, em Minas, são da área do agronegócios. As áreas de carvão vegetal e da produção de café tiveram, juntas, 12 empreendimentos punidos, com 238 trabalhadores libertados.
Do total, foram 06 empreendimentos de carvão vegetal com 69 trabalhadores; 06 na produção de café com 169 trabalhadores; 04 empreendimentos da área de criação bovina 12 com trabalhadores; 02 de plantação de morango com 48 trabalhadores; 01 na produção de madeira com 4 trabalhadores; e 01 na produção de tomate com 13 trabalhadores.
O produtor de carvão vegetal, Gilson Afonso dos Santos, da Fazenda Córrego da Saudade, de Pedra Azul, foi o único punido do Vale do Jequitinhonha, com a libertação de 22 trabalhadores que foram flagradas em situação de trabalho degradante em sua propriedade.
Conheça a Lista Suja de Trabalho Escravo em Minas - 2012
Proprietário
|
Nome da propriedade
|
Localização
|
Município
|
Nº de trabalhadores
envolvidos
|
Ramo de atividade
|
|||||
Benedito
Manoel da Silva
|
Fazenda
Jacutinga
|
Rod.
MG-167, Trecho Varginha/Três Pontas
|
Varginha
|
(MG)
|
1
|
criação
de bovino
|
||||
Cláudio
Augustos Rodrigues
|
Fazenda
Capão ou Lages
|
Vila
São Sebastião, Zona Rural
|
João
Pinheiro
|
(MG)
|
2
|
Produção
de carvão vegetal
|
||||
Gilson Afonso dos Santos
|
Fazenda Córrego da
Saudade
|
-
|
Pedra Azul
|
(MG)
|
22
|
produção de carvão
vegetal
|
||||
Ivam
Rodrigues
|
Fazenda
Santa Terezinha
|
Rod.
|
Uberlândia
|
(MG)
|
2
|
Criação
de bovinos para leite
|
||||
João
Batista Marques
|
Fazenda
Cachoeira do Bom Jardim
|
Rodovia
BR-
|
Patrocínio
|
(MG)
|
58
|
Cultivo
de café
|
||||
Joaquim
Cândido Alves Moreira
|
Fazenda
Riacho do Fogo e Fazenda Três Riachos
|
Zona
Rural
|
Santa
Fé de Minas
|
(MG)
|
8
|
Criação
de bovinos e produção de carvão vegetal
|
||||
Jorge
Gonçalves de Almeida
|
Fazenda
Formosa
|
Vila
Acari, zona rural
|
Pintópolis
|
(MG)
|
2
|
Produção
de carvão vegetal
|
||||
José
Pereira Miranda
|
Fazenda
Córrego Caratinga
|
Córrego
Caratinga
|
São
João do Manhuaçu
|
(MG)
|
22
|
Cultivo
de café
|
||||
Juciel
Dias Correa
|
Sítio
Bom Jesus
|
Estrada
Machado a Serrania, km 05,
|
Machado
|
(MG)
|
16
|
Cultivo
de café
|
||||
Juvenil
José Martins
|
Fazenda
Panorama
|
Córrego
Panorama, Zona Rural
|
Pocrane
|
(MG)
|
1
|
criação
de bovino para corte
|
||||
Laert
Bolsoni
|
Fazenda
Areião/Riacho Fundo
|
Vila
Almas, Zona Rural
|
João
Pinheiro
|
(MG)
|
4
|
produção
de carvão vegetal
|
||||
Marcus
Aurélio Caetano
|
Fazenda
Mãe Lourdes
|
Rodovia
MG-
|
Buritis
|
(MG)
|
5
|
produção
de carvão vegetal
|
||||
Nelson
Luiz Pereira
|
-
|
Rua
Cornélio Vernize,135 Bairro Planalto
|
Estiva
|
(MG)
|
25
|
Cultivo
de morango
|
||||
Onilton
Antônio Mattedi
|
Sítio
do Cedro
|
Córrego
do Rio Preto, Zona Rural
|
Nova
Belém
|
(MG)
|
4
|
extração
de madeira
|
||||
Pedro
Eustáquio Pellegrini
|
Fazenda
Cunhas
|
Rodovia
MG-
|
Araguari
|
(MG)
|
13
|
Cultivo
de tomate
|
||||
Reflorestamento
e Agropecuária VPG S/A
|
Fazenda
São Sebastião
|
Margem
direita da Rod. BR-
|
Curvelo
|
(MG)
|
46
|
produção
de carvão vegetal
|
||||
Reginaldo
Freire Leite
|
Fazenda
Boa Vista
|
Zona
Rural
|
Claraval
|
(MG)
|
24
|
Cultivo
de café
|
||||
Sebastião
Otaviano Marques
|
Fazenda
Entre Cachoeiras
|
Zona
Rural
|
Carmo
do Rio Claro
|
(MG)
|
27
|
Cultivo
de café
|
||||
Sebastião
Roelto Andrade
|
Sítio
Pinhalzinho dos Policas
|
Zona
Rural
|
Itapeva
|
(MG)
|
23
|
Cultivo
de morangos
|
||||
Waldemar
Vilhena
|
Fazenda
Lagoinha
|
Zona
Rural
|
Cássia
|
(MG)
|
20
|
Cultivo
de café
|
||||
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