quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cemig fará `ajustes´ de pessoal mas nega demissões em massa


As medidas são para enfrentar a redução de receita prevista para 2013.

Foto: divulgaçãoCemig fará `ajustes´ de pessoal mas nega demissões em massa
em abril a empresa passará pelo processo de revisão tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que irá reduzir ainda mais as contas e a receita
A Cemig vai colocar em prática um plano de redução de despesas operacionais, com ajuste de funcionários, mas adianta que não pretende fazer demissão em massa.

As medidas são para enfrentar a redução de receita prevista para 2013.

A partir do ano que vem, as contas do consumidor irão cair cerca até 28%, em razão do corte de vários encargos que são cobrados hoje, e da renovação das concessões prevista na medida provisória (MP) 579.

Além disso, em abril a empresa passará pelo processo de revisão tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que irá reduzir ainda mais as contas e a receita.

"Grande parte das despesas é com pessoal, e nós vamos fazer readequações para oxigenar a equipe. Nosso quadro está envelhecendo e vamos contratar gente nova", anunciou o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla.

O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Moraes, reforçou a expansão do plano de redução dos custos. "Após a MP, temos que ir além", comentou, citando que a Eletrobras e sua subsidiária Furnas já anunciaram grandes planos de cortes de custo.

Sindieletro
O coordenador geral do Sindieletro, o sindicato que representa os trabalhadores da estatal, Jairo Nogueira, diz que a Cemig deveria contratar pessoal.

De acordo com a entidade, o déficit de pessoal na empresa chega a 4.000 trabalhadores. Na década de 1990, a empresa tinha 3 milhões de consumidores e 18 mil funcionários.

Hoje, são 7 milhões de consumidores e 8.600 funcionários diretos, além de 12 mil terceirizados. "Não é possível atender com a mesma qualidade de antes".

Menos investimento.
Outro impacto que a MP 579 vai trazer para a empresa é a redução do volume de investimentos previstos para 2013. "Nós entendemos que tínhamos que continuar investindo mais do que no segundo ciclo, pois o consumo está crescendo e a tecnologia está aumentando, mas, embora a Cemig tenha total disposição de investir, vamos esperar a disposição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em negociar conosco", afirmou.
Segundo a Aneel, a partir da renovação dos contratos das usinas da Cemig, a empresa terá que cobrar tarifas na faixa de R$ 11 a R$ 99 por MW/h, considerando apenas o custo operacional.

Para se ter uma ideia, hoje o MW/h nos contratos regulares custam entre R$ 100 e R$ 110, já incluindo os riscos.

Corte de pessoal
O corte de pessoal e a redução dos investimentos ainda estão só no campo das previsões. Mas a perda de receita e desvalorização já são uma realidade
. Do segundo para o terceiro trimestre deste ano, a Cemig perdeu cerca de R$ 13 bilhões no valor de mercado, que caiu de R$ 32 bilhões (na primeira semana de agosto) para R$ 19,1 bilhões, segundo o último balanço da companhia. "Isso reflete uma fuga de investidores estrangeiros, assustados com os impactos da MP 579", explica o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla.

No terceiro trimestre, a Cemig teve um lucro líquido de R$ 937 milhões, 43% maior em relação ao mesmo período de 2011. "Esse crescimento tem a ver com a transação das ações da Taesa no mercado, pois vendemos num valor atrativo, o que proporcionou um lucro expressivo", explica.

Já na área da distribuição, o lucro líquido caiu 43%. Neste caso, Rolla justifica a redução com aumento das despesas operacionais. Apesar da redução da receita, Rolla afirma que investimentos vão continuar. "Temos a disposição de continuar investindo para melhorar os serviços".

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