Ele já remou sozinho por mais de 30 rios brasileiros a exemplo do Amazonas, Negro, Solimões , São Francisco, Madeira, Xingu, Tocantins, Araguaia, Tapajós entre outros.
Foto: SV-Gazeta
Aladir Murta comemora a chegada em sua terra natal, Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha
Há 12 anos ele navega a esmo pelos rios brasileiros `a bordo de uma pequena canoa de fibra de carbono de quatro metros e meio.
Já são mais de 60 mil quilômetros que podem colocá-lo no “ Guiness”, o livro de recordes, como o maior navegador do mundo e bater o atual recordista mundial em navegação a remo, o também brasileiro Almir Klink.
Os quilômetros por ele navegados, equivalem a uma volta e meia ao mundo pela Linha do Equador.” São mais de 26 milhões de remadas e 3,2 milhões de calorias queimadas”, registrou a Revista Náutica, uma das mais conceituadas do mundo em esportes náuticos.
Como provas para requerer o titulo, ele carrega ofícios,certidões de autoridades civis e militares, reportagens de jornais e revistas sobre sua trajetória.
Aladir Murta, o andarilho dos rios, saiu de Coronel Murta, sua terra natal, no Vale do Jequitinhonha, com 13 anos. Tinha 21 irmãos. A mãe ainda é viva e aos 104 anos, acompanha a aventura do seu filho, de sua casa em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte.
Hoje aos 75 anos , Aladir se considera livre das amarras sociais. Já foi casado duas vezes, tem sete filhos e uma dezena de netos. Morava bem, tinha carro do ano e outros mimos. Por uns anos bebeu e fumou. Ficou 40 sem rever os parentes, que esta semana ele reencontrou, após descer o rio Jequitinhonha, a partir de Diamantina e aportar em Coronel Murta, no dia 21, onde foi recepcionado pelo ambientalista e primo Saulo Murta e pelas sobrinhas, a historiadora Mary Murta e a professora Stela Murta.
De lapidador de pedras preciosas a pequeno empresário, com passagem pelo Exercito, quando decidiu se lançar em sua corajosa expedição, Aladir é hoje um campeão de canoagem e de vida..
Ele já remou sozinho por mais de 30 rios brasileiros a exemplo do Amazonas, Negro, Solimões , São Francisco, Madeira, Xingu, Tocantins, Araguaia, Tapajós entre outros.
O inicio
Tudo começou em Barra do Garça no Mato Grosso e atraiu a atenção de muitos curiosos.
Era o dia 14 de setembro de 2000. Na confluência dos rios Araguaia e das Garças, Aladir iniciou sua grande aventura a bordo de uma pequena canoa de madeira, substituída tempos depois por uma mais ágil feita de fibra de carbono.
Sua trajetória se transformou no livro “ Alem dos Rios” do jornalista Antoninho Rossini e matéria de revistas especializadas como a “Go Outside e Náutica”, e ainda passagem pelo programa do Jô Soares, na Rede Globo, alem de entrevistas em vários canais de TV.
“´Às vezes pensam até que sou louco.”, diz Aladir.
Para não dizer que sua aventura não tem objetivo nenhum, por onde passa, ele realiza palestras para estudantes, para falar sobre a importância da preservação dos rios.
Ele pretende chegar ate a desembocadura do rio Jequitinhonha, em Belmonte na Bahia.
“ Vou parar na Barra do Pontal e nas cidades de Itinga, Itaobim, Jequitinhonha, Almenara, Jacinto , Salto da Divisa . Não sei quando chegarei a Belmonte”, afirma o navegador.
Sobre o rio Jequitinhonha ele diz: “ Foi o rio mais perigoso e o mais bonito que eu já naveguei. Os ribeirinhos são os mais humildes , porém os mais fraternos”.
“´É uma aventura fantástica mas, não aconselho a ninguém que não esteja preparado” finaliza Aladir Murta
Sérgio Vasconcelos
Repórter, na Gazeta de Araçuaí
Um comentário:
Sou neta do Cel Inácio Carlos Moreira Murta e filha de Dr. Mario Murta, e me deparei com essa matéria de um parente que não conheco pessoalmente, mas que me fascinou. Parabéns pela bela aventura, grande navegador dos rios brasileiros.
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