Araçuaí, Médio Jequitinhonha
Lidirico José Almeida nasceu em 7 de agosto de 1927, em Novo Cruzeiro (MG).
Quando tinha apenas 18 anos, conseguiu montar a sua primeira venda, que fi-
cou conhecida como “Venda do Seu Lidirico”, na cidade de Araçuaí, no Vale do
Jequitinhonha. Depois disso, sua venda tornou-se referência.
"O dia que eu coloquei as garrafas de cachaça na prateleira da minha
venda, aí eu senti algo novo com aquilo, isso em 1948. Na
época, vendia um horror de coisinha pra ir me virando. Vendia
pinga, milho de passarinho, sorvete, salgados, cigarro, isqueiro...
Tinha muita coisa mesmo aqui, mais coisa do que eu tenho
hoje. Eu já vendi até gasolina. A gente tinha um horror de coisas.
Em uma certa ocasião, uma pessoa veio aqui, procurou uma coisa
que parecia impossível: queria pente pra tirar caspa, sabe? Aí a
pessoa duvidou e chegou perguntando. Fui lá, peguei e falei “Tá
aqui, ó. Qual é a cor que você quer?”
E a venda virou música
A minha venda dá certo é por causa do tempo. Se perguntarem em
qualquer ponto da cidade onde é a venda do Seu Lidirico, os meninos
falam: “Sei.”
Quando tinha apenas 18 anos, conseguiu montar a sua primeira venda, que fi-
cou conhecida como “Venda do Seu Lidirico”, na cidade de Araçuaí, no Vale do
Jequitinhonha. Depois disso, sua venda tornou-se referência.
"O dia que eu coloquei as garrafas de cachaça na prateleira da minha
venda, aí eu senti algo novo com aquilo, isso em 1948. Na
época, vendia um horror de coisinha pra ir me virando. Vendia
pinga, milho de passarinho, sorvete, salgados, cigarro, isqueiro...
Tinha muita coisa mesmo aqui, mais coisa do que eu tenho
hoje. Eu já vendi até gasolina. A gente tinha um horror de coisas.
Em uma certa ocasião, uma pessoa veio aqui, procurou uma coisa
que parecia impossível: queria pente pra tirar caspa, sabe? Aí a
pessoa duvidou e chegou perguntando. Fui lá, peguei e falei “Tá
aqui, ó. Qual é a cor que você quer?”
E a venda virou música
A minha venda dá certo é por causa do tempo. Se perguntarem em
qualquer ponto da cidade onde é a venda do Seu Lidirico, os meninos
falam: “Sei.”
Tem até música de Milton Edilberto: “Venda do Seu Lidirico”. Esses cantores, quando vêm na cidade, sempre visitam uma benzedeira, e a benzedeira que nós tínhamos aqui na
ocasião chamava-se Sá Luiza. Chegando lá, o Milton tomou uma pinguinha – e a velha gostava de tomar gole, sabe? – e perguntou assim: “Ô vó, de onde que é essa pinga?” Ela disse assim, ó o tiro da música: “Essa pinga é lá da venda do Seu Lidirico.”
ocasião chamava-se Sá Luiza. Chegando lá, o Milton tomou uma pinguinha – e a velha gostava de tomar gole, sabe? – e perguntou assim: “Ô vó, de onde que é essa pinga?” Ela disse assim, ó o tiro da música: “Essa pinga é lá da venda do Seu Lidirico.”
Por curiosidade do meu nome, ele fez questão de vir aqui. Sentou aí e perguntou
“Como é que é seu nome?” eu disse.
“Como é que é seu nome?” eu disse.
“Meu nome é Lidirico.”
“Lidirico mesmo?”
Parecia que não, eu vim cá, peguei minha identidade e mostrei pra ele e ele disse:
“É Lidirico mesmo!”
Ele ficou uns 15, 20 minutos, e perguntou assim:
"Eu posso fazer uma musiquinha falando daqui?”
Pra mim é um comercial muito bom, só falta falar que eu vendo avião.
Este texto foi publicado no http://www.museudapessoa.net/expo/sudesteLidirico.shtml
Um comentário:
Muito bom essas histórias cheias de vida, de cheiros, de sabores, de gente dos rincões desse nosso amado Brasil! Que bom que há cancioneiros que contam a história de nossa gente!
Postar um comentário