sábado, 21 de março de 2015

Deputado Rogério Correia desafia senador Aécio Neves


“EU ME DISPONHO A FAZER UMA ACAREAÇÃO COM AÉCIO NEVES”



Ou como diriam os mineiros: “pó pará, Aécio, pó pará!”. Na defensiva, vem novamente o senador Aécio Neves tentar desqualificar a Lista de Furnas, que o coloca no centro da Operação Lava Jato, a partir da delação de Alberto Youssef. Vamos relembrar o roteiro do processo de reconhecimento da autenticidade da Lista:

1. LAUDO DE EXAME DOCUMENTOSCÓPICO (mecânico e grafotécnico) nº 1097/2006, elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Diretoria Técnico-Científica, do Departamento de Polícia Federal, Ministério da Justiça. Nesse laudo, a equipe de peritos analisou o documento original denominado Lista de Furnas, concluindo que não houve montagem, fraude ou qualquer outro tipo de manipulação.

2. O apresentante do documento original, sr. Nilton Monteiro, foi processado pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) em 2006. Em 2009 ele foi inocentado, por unanimidade, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em sentença proferida pela então juíza Maria Luiza de Marilac Alvarenga Araújo (hoje, desembargadora). A razão para negar provimento à ação do deputado Aleluia está escrita lá: a lista é autêntica.

3. No dia 25 de Janeiro de 2012, a procuradora federal (MPF-RJ), Andrea Bayão, ofereceu denúncia contra vários operadores do “esquema de Furnas”, à época de FHC. Não por coincidência estavam lá as empresas Bauruense e Toshiba, mencionadas por Youssef, junto com o nome de Andréa Neves, no esquema de propinas que teria beneficiado o senador tucano. Dimas Toledo, denunciado pelo MPF nessa ação, foi indicado por Aécio Neves para a diretoria de Furnas. Youssef cita um diretor que seria apadrinhado pelo PP e por Aécio: só pode ser ele.

4. Lembremo-nos que o Diretório Nacional do PSDB contratou um perito americano, Larry F. Stewart, por R$ 200.000,00, para produzir um laudo sobre cópias xerox da Lista de Furnas. Duas lambanças. Primeiro, ao usar cópias xerox para desqualificar a autenticidade da lista original. Segundo contratar um perito que já fora preso em flagrante em um tribunal dos EUA, exatamente por falso testemunho acerca da autenticidade de documentos em outros processos.

5. O Diretório Estadual tucano tentou cassar meu mandato, solicitando ao Ministério Público Estadual a abertura de inquérito para apurar se eu teria participação no suposto ato de falsificação da afamada Lista de Furnas e se eu tinha usado a estrutura de meu gabinete parlamentar para isso. Foi aberto inquérito, pela Drª Raquel Pacheco Ribeiro Souza, para apurar a denúncia do PSDB. Fracassaram. O MPMG considerou, inclusive submetido ao seu Conselho Superior, após exaustivas apurações, que não se justificava o “prosseguimento das investigações, nem o ajuizamento de Ação Civil Pública” contra mim, impondo-se o “arquivamento” do Inquérito aberto. As razões: a Lista de Furnas era autêntica, inclusive sendo usada para inocentar Nilton Monteiro em outro processo e tinha o aval do INC da Polícia Federal; e, examinado o uso das verbas de meu gabinete, não restou provada qualquer participação minha em atos de improbidade administrativa. Segue, em PDF, a decisão do MPMG.

Enfim, compreendo o desespero do senador Aécio Neves. Em qualquer sistema de buscas na internet, com as palavras-chaves apropriadas, qualquer leitor pode conferir as informações acima. Desde 2011, Aécio Neves tenta cassar meu mandato parlamentar e persegue quem ousou denunciá-lo, como é o caso de Nilton Monteiro e Marco Aurélio Carone, que chegaram a ser presos ilegalmente para evitar que atrapalhassem sua campanha. Eu fui investigado à exaustão e nunca me opus a qualquer apuração. Agora é a sua vez, Aécio. Por que não se coloca à disposição da justiça? Eu me coloco à disposição para ir ao Senado e fazer uma acareação com V. EXa. Isso é muito mais consistente do que mandar notinhas inverídicas aos jornais!



‘CLUBE’ DA LAVA JATO FINANCIOU CAMPANHAS TUCANAS EM 2002


Quase R$ 40 milhões foram distribuídos aos candidatos Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e outros tucanos

O “clube” de empreiteiras denunciado pelo Ministério Público à Justiça Federal do Paraná, com base nas investigações da Operação lava Jato, de Polícia Federal, atuou na distribuição de propinas para as campanhas eleitorais tucanas no final do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 2002.

As empresas integram uma relação de grandes contribuintes de esquema de corrupção e pagamento de propinas montados pelos tucanos a partir da Furnas Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras, investigado pela Polícia Federal (PF) e Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na chamada lista de Furnas, denunciada por um dos organizadores do esquema, Dimas Toledo, estão registrados nomes e valores vultuosos repassados a tucanos como Aécio Neves, José Serra, Aloísio Nunes, hoje senadores,  Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo, e do ex-deputado Alberto Goldman. Além deles, estão bastiões da moralidade, como os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ)) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) só para citar alguns.

O delator do processo que culminou na AP-470 no Supremo Tribunal Federal (STF), ex-deputado Roberto Jefferson, também condenado na ação, confirmou ter recebido R$ 75 mil de recursos do esquema à época, conforme aponta  a lista.

Os recursos são oriundos de um grupo de mais de cem instituitções, entre empreiteiras, fundos de pensões e empresas estatais. Dentre elas, grupos como Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht e Queiroz Galvão, investigadas na Operação Lava Jato, Alstom Brasil e Siemens, investigadas no chamado “Trensalão Tucano” por desvios de recursos em aquisição de trens em São Paulo, e o Banco Opportunity, de Daniel Dantas, investigado na famosa “Operação Satiagraha”.

Autorização de Aécio -A relação feita por Toledo foi registrada em cartório e atestada por laudo técnico pericial realizado pela PF. Trata-se de uma prestação de contas quee mostra com clareza que Aécio Neves tinha até poder de definir quem receberia parte das propinas. Ao lado do nome do então candidato ao Senado Zezé Perrela, que teve se helicóptero apreendido com cerca de meia tonelada de cocaína,  aparece a observação que comprova as prerrogativas do ex-governador de Minas.

A observação, em negrito, “Autorização de Aécio Neves”, está destacada ao lado do valor de R$ 350 mil com a qual Perrela foi agraciado pelo esquema.

Foram distribuídos pelo esquema de Furnas quase R$ 40 milhões aos então candidatos, sendo que apenas os três principais tucanos ficaram com quase R$ 22 milhões: Aécio (então candidato a governador) – R$ 5,5 milhões; Serra (presidência) – R$ 7 milhões; e Alckmin (governador) – R$ 9,3 milhões.

A lista de 2002 e integra processo aberto pela procuradora Andréia Saião, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, em 2010.

O ostracismo a qual o caso está submetido no Rio de Janeiro, ao lado dos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff na delação premiada da operação Lava Jato, chamou a atenção dos petistas Odelmo Leão, Padre João (deputados federais) e Rogério Correia (estadual/MG).

Os três requereram nessa quinta-feira (19), ao procurador-geral Rodrigo Janot, que requeira o caso da Lista de Furnas para si e o agregue ao conjunto de evidências denunciadas por Yousseff para abertura de inquérito contra Aécio Neves.

Os parlamentares petistas estão convencidos que o cruzamento entre as informações de Yousseff e o processo no Rio de Janeiro comprovam a participação de Aécio Neves e seus correligionários no esquema de corrupção.

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