sábado, 7 de agosto de 2010

Vida no Vale do Jequitinhonha

Vida no Vale do Jequitinhonha

Há tantas histórias bisonhas
na aridez do vale do Jequitinhonha
que avulta nas faces a clemência.

Cotidianamente sob a sequidão
que castiga aquele chão
há um mar de volumosas indecências.

Há tempos o Estado Democrático,
de lá, levantou acampamento;
aliás, uma única vez, com o Fantástico,
o poder quase constituído se fez presente.

Embaixo da terra exsicada
há um número sem conta
de pedras preciosas:
turmalinas, esmeraldas, rubis
e quilogramas de diamantes
que alguns poucos detêm a propriedade.

Mas nos gerais e nas cidades
o cabresto dos coronéis politicantes
ainda manipula o presente e o porvir
daquela gente miúda e garbosa
e rouba-lhe a esperança que desponta
rala, fina e fraca tal chuva na chapada.

No valedo Jequitinhonha,vale
pouco, nada quase vale
o trabalho árduo por dia.

Tem escassa valia
o infindável labuto
do corajoso matuto
por recôncavos escuros,
úmidos, asfixiantes e inseguros.

O ar é rarefeito,
nulos são os direitos
e quase sem efeito
o seu questionamento;
senão o de antecipar a demissão arbitrária.

No vale, a vida privada
é diuturnamente pública,
é corrupta a política
e a força instituída estúpida,
sem contar que as garantias, na verdade,
oscilam consoante a afeição partidária.

Cid Rodrigues Rubelita
Publicado no Árido Blog, por Glauco Nolasco.
Aqui:http://aridoblog.blogspot.com/
Cid Rodrigues Rubelita

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